Quarenta e três.

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Victória

Chorei junto com a Júlia enquanto víamos Como eu era antes de você, esse filme queria me matar de tanto chorar, eu já estava desidratada.

A gente estava na casa do Mateus, os dias em Angra foram perfeitos, Mateus me tratou como a princesa que eu sou e eu acho que nunca gozei tanto na vida. Fazia dois dias que eu estava na casa dele, eu amava o tempo que eu passava aqui no morro e como eu estava de férias, ficava mais tempo aqui do que com a minha mãe, que já estava querendo me matar.

Assim que o filme terminou a gente foi limpar a bagunça que tínhamos feito e eu estava secando a louça quando meu celular tocou. 

• Ligação 

- Alô? 

- Oi Vic, deu tudo errado. - ouvi o Igor fungar e suspirei. - Eu fui falar com ela e ela me rejeitou. 

- Aonde você tá? - perguntei sabendo que ele estava bêbado. - Igor, tá tudo bem! Essas coisas são normais de acontecer...

- Eu sei, mas eu queria tanto ela... - disse. - Eu fui um idiota, acho melhor eu voltar pra casa mas acho que tô longe.

- Aonde você tá? - perguntei novamente. 

- Naquele bar perto da faculdade. - disse. - Eu sou tão fodido, meu Deus...

- Fica aí, que eu vou te buscar e te levar pra casa.

- Tá, mas só porque eu to triste. - disse. - Te amo.

•••

Eu odiava quando o Igor bebia, ele virava a pessoa mais chata do mundo! Mas eu já estava acostumada.

- Júlia! - gritei por ela que apareceu na sala. - Eu preciso buscar o Igor, ele tá mal. 

- O que que deu? - perguntou. - Eu vou junto, te levo lá. 

- Tudo bem. - assenti e ela foi buscar as chaves, enquanto eu avisava o Mateus que a gente ia sair. 

Ele tinha essas piras chatas de eu avisar aonde eu ia, porque, diz ele que era só pra eu ficar segura! Mas eu achava muito desnecessário. 

Assim que a Júlia desceu, embarcamos no carro dela e eu guiei ela até o bar. 

De longe eu já pude ver o Igor sentado na cadeira com uma garrafa de cerveja na mão e assim que me aproximei, vi seus olhos vermelhos. 

- Oi. - ele sorriu fraco e eu neguei com a cabeça vendo ele. - Oi Júlia. 

- Oi. - ela sorriu. - A coisa ta feia em. 

- Tá horrível. - ele disse rindo e eu ajudei ele a levantar. 

- Vamos pro carro, mas não se apoia muito se não vai cair nós dois. - falei passando o braço pela cintura dele que beijou o topo da minha cabeça. 

- Tá bom. 

Comecei a andar com ele até o carro e eu xinguei tanto ele mentalmente, porque ele não parava de jogar o peso sobre o meu corpo e eu já não me aguentava em pé com o Igor piorava. 

- Entra aí e toma água. - falei estendendo a garrafa de água que a Júlia tinha comprado. 

- Desculpa. - ele sussurrou e eu sentei do seu lado no banco de trás. 

- Tá tudo bem, Igor! - beijei sua bochecha. - Você vai ficar bem, é só uma fase...

- Uhum. - ele murmurou e eu passei o endereço da casa da Tia Luíza pra Júlia. 

Durante o caminho eu fui fazendo carinho na mão do Igor que estava de olhos fechados e suspirava pesado, eu nunca tinha visto ele tão mal assim...

- Chegamos. - Júlia me olhou e eu assenti. 

- Me ajuda a levar ele lá pra dentro? - perguntei e ela assentiu puxando o Igor que resmungou. - Igor acorda, porra.

- Tô acordado, só não to sentindo meu corpo. - disse coçando os olhos e eu sai do carro puxando ele com força. - Aí Victória.

- Quietinho. - segurei ele de um lado e a Júlia do outro.- Cade as chaves? 

- No meu bolso. - suspirou e eu peguei a chave no bolso dele, abrindo a porta. 

Tentei entrar em silêncio, já que parecia que estava todo mundo dormindo, mas o Igor não sabia calar a boca. 

- Acende a luz, Ju. - pedi pra ela e ela assentiu. - Você precisa tomar banho. 

- Eu preciso dormir. - ele se esticou no sofá. 

- Para de ser porco, Igor. - chacoalhei ele que resmungou. - Júlia me ajuda a levantar ele. 

A Júlia veio me ajudar e a gente puxou o Igor juntas, o bichinho pesado. Ele deu uma acordada e a gente foi tentar andar com ele, mas a Júlia acabou batendo o braço no vaso, fazendo o mesmo cair no chão e quebrar. 

- Porra. - ela sussurrou e o Igor riu. - Para de rir, seu corno. 

- Igor? - ouvi a voz da tia Luíza e botei o Igor sentado no sofá de novo, enquanto a Júlia recolhia os cacos de vidro no chão. 

- Oi tia. - sorri pra ela que sorriu ao me ver. - Vim trazer o Igor. 

- Esse menino só apronta. - ela disse e encarou a Júlia. - Pode deixar isso aí.

- Não, vou limpar e dou o dinheiro pra senhora comprar outro. - Júlia se virou pra tia Luíza que assim que a viu congelou. 

Eu senti o clima pesar e fiquei sem entender, elas ficaram se encarando, mas não falavam nada. 

- Gente? - perguntei passando a mão na cara da Júlia e olhei pra tia Luíza, que olhava pra Júlia com os olhos marejados. 

- Júlia? - tia Luíza sussurrou sorrindo. 

A Júlia continuava imóvel, ela não sorria, não chorava e não expressava nada. 

- Minha Júlia... - tia Luíza se aproximou da Júlia que fungou ao sentir os braços da tia Lu apertar seu corpo. 

Eu encarei a cena sem entender nada e o Igor continuava morto no sofá. 

- Luíza? - a Júlia sussurrou abraçando com força a mesma e eu sentei no sofá, vendo as duas. - Eu achei que nunca mais ia te ver. 

- Você ainda lembra? - Luíza perguntou. 

- Eu nunca conseguiria esquecer. - ela respondeu. - Eu ainda não to acreditando...

Do nada eu lembrei da história que a tia Luíza contava pra todos, a Júlia...

A minha Júlia, na verdade, era a Júlia da tia Luíza...

•••

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Vocês preferem que a Júlia ou a Luíza narre o próximo cap?

(Talvez vocês não lembrem delas, mas ok)

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⏰ Última atualização: Feb 05, 2020 ⏰

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