Vinte e quatro.

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Victória 🌴

Suspirei mais uma vez antes de voltar a subir o morro, cumprimentei algumas pessoas e de longe olhei a sorveteria. 

Caminhei até lá e comprei uma água e um sorvete de flocos, que eu amava. 

Vim ver a Júlia, já que eu estava com saudades, mas subir esse morro era horrível. 

Continuei a caminhar até uma moto parar do meu lado e eu sorri, vendo o LG.

- E aí. - ele me encarou. - Tá indo na Júlia? 

- Tô. - respondi. 

- Eu te levo, sobe aí. - disse e eu suspirei feliz acabando de comer meu sorvete. 

- Graças a Deus não vou precisar caminhar. - falei e ele riu. 

- Sedentária. - disse dando partida na moto. 

Em questão de segundos eu vi a casinha da Júlia e ela jogada na calçada, conversando com um vapor. 

- Oi gostosa. - falei dando um beijo na bochecha dela que riu me abraçando. 

- Saudadii. - disse rindo e eu deitei a cabeça no seu ombro. - Oi gatinho. 

- Oi minha gata. - LG caminhou até ela, roubando de mim. 

- Falsos. - fiz careta vendo ele roubar um selinho dela. - Tem o que pra comer nessa casa, Ju?

- Entra lá, tem strogonoff. - ela disse e eu sorri boba, correndo pra cozinha.

Além do strogonoff, lá tinha um puta gostoso, vulgo MT. 

- Bom dia. - falei sentando na mesa e como ele estava de costas, virou pra me olhar. 

- Bom tarde, Victória. - disse com aquela voz rouca que me fez arrepiar todinha. - Veio pro baile? 

- Hoje tem? - perguntei e ele assentiu. - Talvez eu vá então. 

- Passo pra te buscar. - disse e eu ergui a sobrancelha. - Tu vai comigo, gatinha. 

- Quem disse? - perguntei debochada e ele caminhou até mim. 

- Eu. - disse me dando um selinho e eu dei um risinho. 

- Vou pensar no seu caso. - gritei quando ele estava saindo. 

- Não vai se arrepender. - gritou de volta e eu gargalhei. 

Eu e o MT éramos assim, ficávamos quando dava vontade, sem rótulos e sem cobrança.

Mas como eu era super bobinha, era a apaixonadinha, achava que vivíamos um amorzinho. 

O que era mentira. 

Comecei a comer meu strogonoff quietinha, até a Júlia entrar e me puxar pra maratonar Good Girls com ela. 

•••

Deixei a Júlia escolher a minha roupa depois de muita insistência dela, ela acabou escolhendo um body preto todo rendado, um short jeans cintura alta e um tênis preto, já que ela disse que só as corajosas vão de salto.

No fim eu amei o resultado e fui me maquiar, como as coisas eram da Júlia, eu super abusei e fiz uma maquiagem super lindinha. 

Assim que os meninos chegaram, já descemos pra ir pro baile me fazendo ter lembranças do último que eu fui. 

- Oi. - falei chegando perto do MT que tava cheiroso demais, ganhou meu coração. 

- Tá gatona. - disse dando um cheiro no meu pescoço. - Olha que rabão lindo, todo meu. 

- Bobo. - gargalhei e subi na moto, vendo a Júlia reclamar que estava de saia enquanto subia na moto do LG. 

Mateus foi voando até a quadra e assim que descemos alguns olhares vieram até nós, me deixando desconfortável. 

Ele entrelaçou os braços na minha cintura e foi me guiando até o camarote, onde tinha poucas pessoas. 

- Esse povo não para de olhar pra cá. - murmurei no ouvido dele que riu baixinho apertando a minha cintura. 

- Fica de boa. - disse me virando pra ele. - Quer beber  algo? 

- Quero, vodka com energético. - falei e ele assentiu  indo pegar as bebidas. 

- Essa Maísa, pelo amor de Deus. - Júlia veio até mim revirando os olhos.

- Quem é essa? - perguntei e ela apontou pra uma guria que não parava de me encarar. - A menina que eu briguei, meu Deus. - gargalhei. 

- Sim, ela não deve ter amor próprio só pode. - disse e eu dei de ombros vendo o meu tesão chegar com as bebidas. 

- Aqui. - me estendeu o copo e eu fiz careta vendo o quão forte estava, mesmo assim continuei bebendo. 

Como eu era fraquinha pra bebida, aos poucos fui me soltando e comecei a dançar com a Júlia, enquanto o Mateus ficava me sarrando e recusando a sair de trás de mim. 

Olhei por cima do ombro e vi ele fumando, fiz careta e virei pra ele pegando o cigarro da sua mão. 

- Que foi? - ele perguntou enquanto eu apagava e jogava o cigarro no lixo. 

- Não usa não, faz mal. - falei e ele riu baixinho segurando a minha nuca. 

- Me deixa mais de boa, Vic. - disse no meu ouvido. - Eu curto usar. 

- Mas eu não, então hoje você fica sem usar. - falei e ele fez careta. 

- Chata. - disse me dando um selinho que se transformou em um beijo. 

Segurei na sua nuca intensificando o beijo e ergui um pouquinho o pé, já que ele era mais alto que eu. Senti sua mão acariciando a minha bunda e subindo pras minhas costas.

Senti ele sorrir durante o beijo, o que me fez querer sorrir também. 

- Por que tão perfeita? - disse com a testa colada na minha e eu sorri. 

- Para, sou tímida. - falei rindo. 

- Quando tava chupando meu pau não estava tímida. - disse no meu ouvido e eu dei um tapa no seu braço. 

- Cala boca. - falei e ele riu me apertando. 

Aproveitei o baile do lado do MTesão e dos meus poucos amigos, mas que me faziam muito feliz. 

Assim que o baile acabou voltamos pra casa e eu dormi do lado do meu gatinho, e como estávamos mortos não rolou nada. 

Apenas ficamos agarradinhos e eu estava amando todo esse grude com ele...

E eu tinha medo de me acostumar, porque eu sabia que no final quem iria se ferrar era eu...

•••

A praia do amor IIOnde histórias criam vida. Descubra agora