Capítulo O8 | Matando aula?

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[Sammy]

Depois da escola, Alaska me mandou ir pra casa dela. O motivo? Eu não sabia. Ela só disse que era urgente. Fiz uma pausa na minha para tomar um rápido banho e trocar de roupa, então segui para a residência dos Willson. Quando bati na porta, minha amiga atendeu instantaneamente.

— Entra logo. — Chamou, impaciente. — Você tá atrasado.

— Eu não... Só fui trocar de roupa e deixar minha mochila, ok? Nem demorei.

— Você deveria ter vindo direto pra cá comigo.

Franzi o cenho e entrei. Alaska fechou a porta.

— Por que me chamou aqui?

— Você já vai descobrir. — Disse, um sorriso maquiavélico na boca — que muito me desagradava.

Ela me puxou pelo braço escada acima. No quarto dela, alguém nos esperava. Um garoto usando camiseta de mangas curtas de um time de basquete e boné azul. Era quase igual a mim.

— Sky?

Sky parou de futricar a caixa de bijuterias de Alaska e rolou pela cama preguiçosamente.

— Eai, irmão?

— O que faz aqui?

— Sammy, não é nada do que você está pensando. — Alaska emendou rapidamente, me empurrando para a cama. — Senta aqui e vamos te explicar tudo.

Eu tinha escolha? Não. Acompanhei a explicação dela sobre o plano que fez com meu gêmeo e, no fim, vi que estava aliviado por não ser o que pensei. Não que não aprovasse caso ficassem juntos, mas, se eles eram muito complicados separados, juntos então...

— Ufa... — dei um suspiro aliviado.

— Viu que não era nada do que você estava pensando? — Alaska colocou as mãos nas minhas coxas e sorriu.

Fiquei de pé.

— Não era mesmo... Deixa eu ver se eu entendi: você vai ganhar de Nathaly no show de talentos da escola só pra se vingar?

— Basicamente é isso.

— Ela vai tentar ganhar de Nathaly. — Sky corrigiu.

— E ela vai conseguir. — Repliquei a correção. — Acho que eu entendi sua ideia, e não é totalmente ruim... Na verdade, arriscado, mas prefiro te apoiar numa competição justa que em outra briga.

— Concordo, irmão.

— Se eu ganhar algo que ela sempre venceu, Nathaly vai ter um infarto. Com sorte, talvez fique em coma por alguns meses. Vou ir à igreja ao domingo e pedir ao bom Deus para que ajude. — Alaska teorizou.

— Vire a boca pra lá. — Repreendi. Ela fez careta. — Mudando de assunto, o que você vai apresentar no show de talentos?

— Bem... — ela pareceu pensar. — Eu posso... Hã... E se... Não sei ainda.

— Não se preocupe. Eu já pensei em tudo. — Meu irmão ficou ao meu lado, de frente para a ruiva sentada. — Você vai cantar.

— Cantar? — eu e Alaska questionamos ao mesmo tempo.

— É. Pensem comigo: Nathaly sempre apresenta alguma coreografia, certo? Todos os anos faz uma diferente e sempre vence.

— É.

— Também as outras apresentações são sem graça. — Sky continuou. — Quem escolheria a Nelly, que sabe prender a respiração por trinta segundos ou o nerd que faz incríveis contas matemáticas em cinco minutos à uma garota bonita que dança bem? O resto são bons talentos, em parte, só não o que os jurados buscam. Eles querem algo artístico... Quase nunca ninguém canta, Nathaly não possui esse talento.

Quase ClichêsOnde histórias criam vida. Descubra agora