[Sammy]
Ver Sky devastado pela morte de nosso antigo padrasto me abalou. Eu não gostava que as pessoas ao meu redor se sentissem tristonhas, porque acabava me influenciando a entrar na mesma.
Por um milagre divino, ao acordar do meu sono, no sofá de casa, ao lado da minha mãe, senti as coisas diferentes. Quando subi para o segundo andar e abri a porta para falar com meu gêmeo, me deparei com uma cena peculiar; Sky abraçando a pequena Alaska contra seu peito, o nariz enfiado na nuca dela e minha melhor amiga dormindo confortavelmente nos braços dele. Meu cérebro deu pane. Pelo lado bom, ele parecia bem mais leve em sua expressão suave. Dificultosamente, me obriguei a sair de perto e deixá-los. Enquanto ia para baixo, sorri. Não sei por que duvidei de Alaska conseguir deixá-lo melhor. Não tinha missão impossível para minha melhor amiga.
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Eu ajudava mamãe com o almoço quando os dorminhocos desceram, sorridentes. Minha mãe não perguntou nada, mas me deu um olhar de quem estava feliz por ela conseguir melhorar o humor do filho. Discretamente, enquanto Sky ajudava com a mesa, puxei Alaska para a sala.
— O que é que está acontecendo entre você e o meu irmão? Eu notei um clima e os sorrisinhos de canto. E nem tente mentir para mim.
Ela desviou o olhar para uma parede e baixou o rosto. Não podia mentir e eu queria saber desde quando eles vinham... se envolvendo.
— Foi algo inesperado e repentino. Tipo, eu não sentia nada por ele a alguns meses, daí nós começamos a nos aproximar e eu conheci um lado dele que me deslumbrou aos pouquinhos. Um lado que julguei que caras como ele não fossem ter. E Sky tem um caráter maravilhoso, nada de masculinidade frágil e tóxica. Ele não é como os outros. — Alaska segurou na barra do short. — Eu meio que comecei a gostar dele sem nem perceber. Nós nos beijamos naquele dia em Jhun'Niper Hills, mas não consegui continuar sabendo que ainda não estava por dentro da coisa toda com Todd. Foi por isso que mandei ele te procurar.
Minha mente bugou.
— E por que você estava no quarto dele agora a pouco?
— Sobre isso... — ela abaixou o tom da voz e me puxou para um cantinho, sussurrando no meu ouvido todos os detalhes da manhã especialmente agitada. Era muita, muita informação para mim. — E daí eu meio que acordei com ele me dando beijinhos na bochecha. Nós ficamos alguns minutos deitados e depois descemos. Fim.
Me apoiei na parede. Um misto de sensações passou por mim. Imaginei a cena toda me descrita — tirando a parte do cemitério. A verdade era que parecia muito real e sincero os sentimentos dela, e de Sky também. Embora galinha, ele não enganaria minha amiga por mais um capricho.
— Eu estou um pouco chocado...
— Bravo por eu estar com o seu irmão? — ela fez uma careta de culpa.
— Não, não. — Neguei. — Não estou bravo com você. Sei bem o que é se apaixonar sem perceber. Aconteceu o mesmo comigo e com seu primo. O amor bate na porta quando a gente menos espera.
Alaska me abraçou.
— Sério? Eu te amo! Você é o melhor!
— Eu espero que vocês deem certo. Acho que Sky está gostando mesmo de você. Eu o percebi diferente..., mas não posso deixar de pedir que tome cuidado, ok?
— Tudo bem, tudo bem.
— Vai dar tudo certo.
Ela me apertou mais.
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Quase Clichês
Roman pour Adolescents[Concluída]. Imagine que estamos quase no final dos anos dois mil, onde a moda ainda é brega e ao mesmo tempo maravilhosa. Garotas abusam de um estilo ousado e meninos passeiam com o moletom do time de futebol do colégio; as séries mais icônicas...