Capítulo 14 | Festa

99 5 57
                                    

[Alaska]


— Querida, você está linda! — mamãe me fez dar uma voltinha. — E olhe só esse cabelo!

— Um pouco curta essas roupas, não? — papai tossiu.

— Ah, Bill, deixe de ser careta. Todas as meninas da idade dela se vestem assim. É melhor que os trapos desleixados que ela costuma usar. E veja como as pernas dela são bonitas e torneadas! — que bela defesa, mamãe, pensei. Na parte das pernas ela acertou. Foi uma das poucas coisas que a genética resolveu me agraciar. — Está lindíssima! Nunca pensei que fosse te ver assim, minha filha! E meus parabéns pela vitória! Foi merecida! — Edith Willson abraçou-me.

— Verdade. Você foi perfeita lá em cima. Não sabe o orgulho que me deu. Parabéns, querida. — Meu pai se uniu ao aperto. — As crianças crescem tão depressa... — lamentou-se. — Ainda ontem era minha estrelinha que brincava de cavalinho nas minhas costas.

Afaguei as costas dele.

— Eu sempre vou ser sua estrelinha, papai.

— Ainda lembro quando cantava na igreja quando pequena. Você usava uns vestidos tão bonitinhos. — Disse mamãe.

— Tudo bem. — Cessei o afeto. O rumo que tomou não me agradou. — Não relembre isso, mãe. Não relembre.

Ela cruzou os braços.

— Como você é bruta, menina. Não sei a quem puxou.

— Puxei minha mãe.

Papai riu. Tio Stanley e a esposa vieram até mim.

— Al, você foi ótima!

— Mereceu o primeiro lugar. E ficou belíssima nesse look. Adorei!

— Obrigada, tio Stan. Obrigada, tia Molly.

— Por nada, querida. Ei, sabe da Nathaly? Ainda não a vimos.

Engasgada com raiva misturada à inveja por aí.

— Não faço ideia, tio Stan.

Eles acenaram e desapareceram atrás da filha endiabrada. Lauren, Nicholas, Sammy e Sky tomaram o espaço.

— Priminha, você está de parabéns. Cá entre nós, Nath precisava mesmo do gostinho da derrota uma vez na vida. E você fez por merecer. — Nick estendeu os braços.

O abracei. Compartilhar o mesmo gene de Nathaly não o deixou insuportável.

— Obrigada.

— E continue com essa estética de gatona.

— Vou pensar no seu caso. — Brinquei de volta.

— Amiga! — Lauren o empurrou. — Ma-ra-vi-lho-sa! Tudo saiu perfeito! Estou tão feliz!

— Nada seria possível sem você, sabe?

Lauren mexeu nos cabelos.

— Eu sei disso, só gosto de ser modesta. Quando vai me agradecer pelos ensaios duros? Fizeram toda a diferença.

— Não força, ok?

Meus pés precisariam de arrego por dois anos depois de tantos maus-tratos. O trauma de saltos estava por vir.

— Quem diria que Alaska Marie Willson subiria num palco em cima de uma bota dessa. — Sammy intrometeu-se. Os lábios reprimidos representavam que a sua felicidade por minha conquista não podia ser expressa por apenas um mero sorriso. Me joguei nos braços dele. Sammy me envolveu nas costas. O melhor abraço do mundo. — Você foi incrível. — Sussurrou.

Quase ClichêsOnde histórias criam vida. Descubra agora