Capítulo 27 | Gloss misturado

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[Lauren]

O drama de minha breve paixonite com Sammy me deixou tão nervosa que decaí nos estudos. Pude prever as notas vermelhas no boletim... Ou talvez fosse exagero.

Eu secretamente sempre me cobrei muito para ser uma boa aluna, afinal, com tantos privilégios me doados desde bebê, me tornar uma rebelde sem causa desleixada só porque meus pais eram ricos nunca foi uma possibilidade. Eu queria formar minha própria fortuna ainda, com meu esforço e minha dedicação. Felizmente os conflitos com meu amigo se resolveram. Sim, fiquei um pouco triste quando descobri que ele era gay, sobretudo, muito mais feliz. Me aliviou saber que ele não gostava de mim porque eu era uma garota e não por pessoalmente não fazer o tipo dele. Melhor assim. Pelo menos nossa amizade fortaleceu.

Sammy e Alaska seriam meus amigos da vida toda. Agora que todos sabíamos mais da vida um do outro, quase os considerava como irmãos. Nossa ligação poderia não ser sanguínea, contudo, era extremamente profunda e forte. No dia em especial, realmente ocorreu tudo que mencionei para Nathaly. Esqueci o jaleco e quase fui com ele para casa. Podia tê-lo devolvido no outro dia, sim, mas eu não era o tipo de menina que deixava as coisas para depois. E não custou nada voltar à escola... Só foi surpreendente encontrá-la por lá.

Inicialmente, nós nos implicamos por diversão, na fazenda de Janne e Miles. Se tornou um hábito. Ela, apesar de uma familiar Abelha Rainha estereotipada, não era tão ruim quanto as da minha cidade. Quer dizer, eu ouvi boatos ruins sobre Crystal Chell'Berry nos corredores, mas nada de tão mal sobre Nathaly a não ser as acusações de coação para gente talentosa não se inscrever no Show de Talentos e a implicância com Alaska — e elas já nem pareciam se odiar tanto assim. Não tinha muita gente que a odiasse — o que estranhei, já que pessoas como ela tinham bastante inimigos normalmente. Eu criei uma teoria de que Nathaly era incompreendida. Aproveitei a proximidade para a testar.

A ideia veio quando a peguei olhando meus peitos sem querer. Ficou interessantemente divertido atiçá-la. Além do mais, Nathaly era bonita, eu não podia negar. Joguei um verde para ver se ela iria até o fim... Ela foi. Não me afastei ao ser beijada. A boca de sabor fresco se atracou contra a minha; os lábios perfeitinhos mesclando nossos gloses. Não durou tanto tempo assim. Nathaly afastou para olhar minha reação, encarando-me de perto com os olhos azuis acesos e pupilas dilatadas. Quando a beijei de volta, Nathaly me segurou pela cintura. Embora meu fôlego tivesse sido tomado à força, não recuei... E a porta foi aberta. Eu e Nathaly nos afastamos uma da outra com um pulo.

— Lauren? Nathaly? — Sammy levantou a testa.

— O quê você faz aqui? — Alaska apontou para a prima, ainda arfando.

— É uma longa história. — Respondeu ela rapidamente, ajeitando a roupa pouco amarrotada e a franja.

— Viemos correndo assim que você me mandou mensagem. O zelador não viu vocês aqui. Mais um pouco e a escola seria trancada. — Sammy balançou a chave entre os dedos. — Melhor a gente ir.

— Eu concordo. Tenho mais coisas para fazer. — Nathaly tratou de pegar o estojo, caderno e livro na mesa e passar depressa pelo batente.

Uma grande interrogação surgiu na testa dos meus amigos.

— O que deu nela?

— Ela parecia nervosa ou é impressão minha? — Al me inspecionou. — Pode ir me contando o que aconteceu, mocinha.

Eu neguei.

— Nem queiram saber...

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