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A vida as vezes nos prega peças inimagináveis, nunca me imaginei indo embora da Alemanha, meu amado país

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A vida as vezes nos prega peças inimagináveis, nunca me imaginei indo embora da Alemanha, meu amado país. E agora estou aqui no Brasil tomando um esplêndido café da manhã na companhia de uma cunhada que acabei de conhecer, minha enteada, minha esposa e sua sobrinha.

Ah, que sobrinha.

Suzana se levanta juntando a louça suja na mesa colocando-a em um uma pia, Vivian a ajuda e Camila vai ao banheiro, Lina continua sentada na mesa enquanto eu estou do outro lado da própria de frente a ela, faço menção de me levantar com a desculpa de ir ao banheiro.

Tio infelizmente aqui só tem um banheiro, você vai ter que esperar Camila chegar para ir – ela diz e eu concordo com a cabeça sentando-me novamente, cruzo os dedos das minhas mãos sob a mesa e fixo meu olhar neles — está gostando do Brasil? – a ouço perguntar e volto meu olhar para ela que sorri esperando minha resposta enquanto apoia os dois braços na mesa.

— O país de vocês é lindo, e olha que ainda não tive a oportunidade de conhecer nem um terço do que gostaria, afinal acabei de chegar – digo e a observo olhar descaradamente para minha boca enquanto profiro minhas palavras, respiro fundo e abaixo a cabeça fazendo um sinal de negação para mim mesmo.

— E porque se mudou da Alemanha? – ela questiona encarando-me — a Europa parece ser incrível – eu sorrio com sua declaração, meu continente é realmente incrível e apesar de ter sido sede de duas guerras mundiais permanece indiscutivelmente lindo com toda sua nobreza.

— Sou engenheiro e tenho uma empresa que faz projetos hospitalares de arquitetura e engenharia para o governo alemão. A alguns anos venho estendendo meus negócios para o Brasil contratando empregados terceirizados para prestar serviço também ao governo federal brasileiro – suspiro fundo, sorrindo enquanto falo e tenho certeza que meus olhos devem estar brilhando. Eu definitivamente amo o que faço — isso deu mais certo do que imaginava, tanto que achei melhor vir para o Brasil e construir a sede da empresa aqui e contratar funcionários terceirizados para prestar serviço ao governo da Alemanha lá.

— Legal tio – coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto observo cada movimento seu minunciosamente. Ela parece estar me provocando desde que me pegou observando-a de lingerie em seu quarto, eu não sou um maníaco que observa mulheres em seu momentos íntimos e também fui pego de surpresa ao vê-la semi nua, mas fixei meu olhar naquele corpo e não consegui desviar minha atenção, a encarei descaradamente como um  leão se atenta a sua presa e ela surpreendentemente me devolveu o mesmo olhar. Isso é loucura, meu Deus por favor devolva minha sanidade.

— Vivian, acho melhor irmos embora para organizarmos as coisas na casa nova – declarei direcionando minha atenção a minha esposa. Preciso fugir daqui o quanto antes, está ficando uma situação extremamente constrangedora, essa menina acabou de me conhecer e está se esforçando para me tirar do meu juízo. Ok, eu não deveria ter ficado encarando a sobrinha da minha esposa como um maníaco sexual, eu poderia sim ter desviado o olhar e ter saído correndo, mas eu não consegui, eu seria muito covarde em dizer que foi involuntário ou inconsciente, eu a olhei porque quis, mesmo que não deveria e agora estou tentando fingir que nada aconteceu, mas ela não está ajudando nem um pouco. Preciso ir embora daqui, colocar minha cabeça no lugar e tentar ao máximo manter distância dessa menina, pelo meu próprio bem e pelo dela também.

— Vamos sim amor – ela diz vindo em minha direção, passando o braço por detrás dos meus ombros. Lina desvia seu olhar para sua tia e sorri sem mostrar os dentes.

Me levanto e vou me despedir de Suzana enquanto Camila e a prima se abraçam em despedida, depois de agradecer a hospitalidade de minha cunhada caminho até sua filha, Camila se afasta indo despedir-se da tia, Lina me da um abraço aproximando sua boca ao meu ouvido, sinto o ar quente que sai de seus lábios enquanto a ouço sussurrar

— Até logo tio, não vejo a hora de te ver novamente – todo meu corpo se arrepia como resposta, fico estático sem saber o que fazer e como reagir, apenas a sinto desgrudando nossos corpos enquanto se afasta rapidamente de mim.

Acho que vir morar no Brasil não foi uma boa idéia.

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Eu tive uma dificuldade muito grande para escrever esse capítulo com Herbert narrando, por isso ele ficou tão curtinho.

Por mais difícil que tenha sido, eu adorei por a percepção dele na história e eu espero que eu consiga desenvolver isso durante o processo desse livro

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Obrigada por estar aqui meu xuxu, mil bjos! ❤

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