ERLEBNISSE

▪ vierzig

Uma noite mal dormida e chorosa, é nisso que resumo as últimas horas. O sol começa a brotar e o homem deitado ao meu lado também encontra-se acordado e pensativo.

Meu estoque de lágrimas já secaram e em alguns momentos vi o europeu enxugar disfarçadamente o líquido que molhava os seus olhos.

Em mim só restou o rosto inchado e a dor de cabeça.

Herbert está deitado olhando para o teto, pensando coisas indecifráveis para mim, estou com uma de minhas pernas em cima de seu corpo e com uma das mãos apoiada em seu peito, de forma que minha cabeça fique próxima ao seu pescoço.

Trocamos poucas palavras, cada um está tendo que lidar com seus próprios demônios, criando assim uma batalha interna dentro de nós dois.

Na primeira vez em horas nossos olhares se encontram, ambos acuados e confusos. O sol recém chegado da manhã faz o verde da pupilas do alemão criarem um contraste ainda mais intenso com o tom pálido de sua pele.

- Acha melhor desistirmos? - pergunto vendo sua expressão que ainda não consigo identificar.

- O pior já passou, estamos juntos - sinto um alívio imediato com a sua declaração.

Um sorriso fraco brota em meus lábios, Herbert aproxima seu rosto dos meus selando nossas bocas em um celinho terno.

- Não me deixe sozinha.

- Vou trabalhar em casa até que se sinta melhor, está bem? - assinto com a cabeça em agradecimento e ele beija minha testa.

Encaixo minha cabeça no seu pescoço, sentindo seu perfume e deixando que um pouco de paz tome conta de mim.

- Vamos ao shopping? - sugere.

- O que faremos lá? - questiono.

- Agora que vamos ficar aqui, devemos dar nossa identidade a esse apartamento. Não acha?

- Eu quero voltar para a casa - afirmo tristonha.

- Mas esse é o nosso lugar, sempre vai ser. Portanto, preciso que me ajude nessa missão. Hum?

- Vai ser um prazer - concordo.

Quando escolhi me colocar nessa situação nunca idealizei esse momento, minha percepção estava sempre focada em mim e em Herbert. Liberdade, fervor e paixão.

Mas a tristeza, o arrependimento e a solidão nunca fizeram parte da minha perspectiva. Eu sempre soube o impacto que isso teria em todos que nos rodiavam, mas vê a expressão de repulsa e raiva na cara de cada uma daquelas pessoas fez com que tudo fizesse sentido para mim.

As coisas são muito mais do que eu imaginava.

E não sei se sou forte o suficiente para lidar com isso.

Já em pé estou terminando de fazer minhas higienes matinais, enrolada em uma toalha pós o banho saio do banheiro e encontro a mesa posta com todo o café da manhã.

Sorrio com a cena do homem trajando apenas a calça social, com o cabelo ainda molhado do banho que tomou antes de mim terminando de montar toda a mesa.

Me sento em uma das cadeiras e ele faz o mesmo em seguida, ficando frente a frente comigo.

Tomamos nosso café em silêncio, o clima do lugar parece tenso ainda como consequência dos acontecimentos da noite anterior.

- Sua proposta de irmos para a Alemanha ainda está de pé? - pergunto o tirando de seus devaneios.

- Não - responde somente.

- Porque?

- Seria um ato de covardia, não vamos fazer isso. Temos um ao outro - exclama repetindo exatamente o que eu lhe disse uma vez.

Me divirto com sua resposta e acabo de tar o ultimo gole em meu suco.

Levanto-me e vou em direção ao quarto, coloco mais uma vez o vestido que me trás péssimas lembranças, pois é a única peça de roupa que tenho aqui.

Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo despojado enquanto observo o europeu dobrar as mangas de sua blusa social, pois, ao contrário de mim há várias peças de roupa dele no local.

Esboço alguns risos vendo a insistência do homem em manter-se com suas roupas sociais em qualquer ocasião levando em consideração o calor da cidade.

Quando já estamos prontos saímos do apartamento, caminhamos juntos até o elevador e em segundos já estamos na garagem.

Ouço o barulho do carro já conhecido por mim soar, indicando que as portas foram abertas. Ainda assim o alemão repete a gentileza rotineira, abrindo a porta para que eu possa me acomodar.

Em seguida ele da a volta no veículo e se instala no lugar da direção, arrancando com o automóvel assim que consegue sair do estacionamento.

O caminho até o shopping é relativamente longo, conversamos pouco, pois cada um ainda se encontra perdido em seus pensamentos considerando as consequências da decisão que tomamos.

Em alguns minutos estamos estacionando o carro na garagem do shopping. Saímos do veículo e pela primeira vez, pegamos um na mão do outro livres.

Sem medo, sem olhar para o lado e sem nos preocupar com quem possa nos ver juntos.

Somos só eu e ele, um casal.

Um casal que por muitos vai ser estranhado pela diferença de idade, mas ainda assim um casal.

Quando adentramos o ambiente caminhamos juntos por um curto espaço, até que passamos em frente a primeira loja de roupas femininas que vimos, sem pensar duas vezes o homem me puxa pelo braço levando-me até lá.

- O que está fazendo? - pergunto.

Quando já estamos dentro do estabelecimento, ele caminha até um poof próximo e se senta, pegando o celular.

- Não estou entendendo - exclamo estranhando sua atitude.

- Escolha o que quiser, te esperarei aqui.

- Tenho minhas roupas em casa - afirmo e então ele me lança um olhar sarcástico - É só eu ir buscar.

- Você não tem uma peça de roupa além desse vestido naquele apartamento. Fica muito sexy com ele, acha mesmo que vou gostar de te ver andando pela rua assim?

- Você não é nenhum maníaco possessivo, né? - indago risonha.

- Quando se trata de você, eu prefiro não limitar a intensidade das minhas emoções.

Apenas me calo depois de sua declaração, meu coração se aquece e uma pontada de felicidade em meio a tanta escuridão brota em meu peito.

- Quanto mais demorar a ir, mais vou ter que ficar te esperando - diz em um tom divertido.

Reviro meus olhos e começo a andar pelas araras da grande loja. Uma vendedora simpática se aproxima, a cumprimento e com sua ajuda vou decidindo o que desejo adquirir.

Talvez esse seja só o início da minha felicidade e consequentemente do meu inferno.

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QUEEEIMA QUENGARAALLL
Ihuuuuuuuu

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O que estão acahando dos últimos acontecimentos? Falem p mamãe atiii !!!

Uma boa semana a todxs nós, que sejamos felizes e prósperos.. adoro vcs, obrigada por estarem fazendo parte disso juntin comigo!!

Bjokasssss!!! 😘😘