ERLEBNISSE

▪ zehn

Engulo seco e dou um longo gole no meu chopp, a mulher se aproxima e da um selinho em seu marido, minha mãe comprimenta a todos na mesa e assim concluo que elas não perceberam nada.

Graças a Deus.

- Você estava demorando e Camila me convidou para vir almoçar com ela e as meninas - justifica o homem e eu percebo o quanto seu rosto esta corado e sua voz falha - porque vocês não se sentam também?

- Já que estamos aqui, porque não? - responde Vivian sentando-se em uma das pontas ficando ao lado de seu marido e minha mãe se acomoda na outra ponta.

O garçom é chamado mais uma vez e as duas recém chegadas fazem seus pedidos, enquanto Vivian pede um suco minha mãe aceita um chopp. Pego o celular da minha bolsa e começo a mexer nele evitando deixar transparecer qualquer coisa que eu queira esconder.

Mais nenhum assunto aleatório é imposto, todos entram numa onda de silêncio nada confortável, o ambiente que antes era de descontração agora está pesado.

- Que tal sairmos hoje a noite meninas? - pergunto na esperança de retomar a áurea anterior da mesa.

- O que você sugere? - questiona Camila.

- Balada - proponho - faz tempo que eu a Amanda não vamos, e agora com você aqui pode ser ainda mais divertido.

- Vá mesmo minha filha - apoia minha mãe - não aguento mais te ver engolindo os livros, precisa voltar a sair mais.

- Então vamos - confirma minha prima - vai ser ótimo curtir a noite com vocês.

- Apenas tome cuidado com o ambiente querida, nunca se sabe que tipo de gente pode frequentar esse tipo de lugar - aconselha Vivian e eu viro os olhos, seu marido se mantém em silêncio apenas olhando fixamente para taça de vinho e as outras duas morenas também não ousam retrucar o comentário da mulher.

O pedido das duas mais velhas chegam e elas comem, eu e as meninas começamos a conversar novamente, mas o alemão mantém seu silêncio mostrando o quão desconfortável está sendo essa situação para ele.

Um casal gay se senta na mesa ao lado, nenhuma das pessoas da mesa parece se importar com a presença deles ali, mas Vivian os fita sem nenhum pudor parando imediatamente de comer a comida presente em seu prato.

- Isso é inadmissível. Como deixam esse tipo de gente entrar aqui e ainda permitem que fiquem se agarrando na frente de tantas famílias? - declara a mulher limpando a boca com um guardanapo - pague a conta para irmos embora love. Não fico aqui mais nenhum minuto.

- Vá você - afirma Herbert franzindo o cenho - a situação não é nenhum pouco incômoda para mim. Se está tão incomodada, vá sozinha.

- Suzana, você pode me fazer companhia até em casa? - minha mãe rapidamente assente com a cabeça - e quanto a você Herbert, resolveremos isso depois.