Herbert abre a porta do carona para que minha mãe adentre no carro e logo em seguida repete a gentileza comigo, sorrio em agradecimento e ele da a volta no automóvel para se sentar no lugar do motorista. Durante o caminho ele e minha mãe conversavam diversos assuntos, as vezes o pego olhando para mim através do retrovisor, quando percebe que eu estou vendo devia o olhar.
Evitei voltar a aquela casa durante as duas últimas semanas, a presença da minha tia naquele lugar não é nem um pouco convidativa, para não ter que lidar com a própria preferi manter distância.
- A Lina nunca se deu bem com números, as notas dela quando estudava eram uma coisa horrenda - ouvir meu nome faz com que eu saia do meus devaneios e comece a prestar atenção na conversa dos mais velhos.
- Mamãe! - chamo sua atenção.
- O que foi filha? - ela olha para mim e começa a rir - É a verdade - da de ombros e continua o assunto com o cunhado.
Reviro os olhos e não a respondo, observo através da janela de vidro as ruas iluminadas da cidade, pessoas sentadas em bares com amigos e casais andando de mãos dadas na avenida. Começo a prestar atenção na música da rádio que soa baixo no som do carro e cantarolo involuntariamente.
- Você me vira a cabeça, me tira do sério, destrói os planos que um dia fiz pra mim, me faz pensar porque que a vida é assim... - minha voz sai quase inaudível.
- Pronto, chegamos - exclamou Herbert enquanto abre o portão de sua casa e logo em seguida estaciona seu Audi.
Desço do veículo e caminho até a entrada da residência, minha mãe me acompanha enquanto o alemão se aproxima de nós duas. Ele abre a porta e nós adentramos o ambiente, avisto Camila e vou diretamente até ela abraçando-a, Vivian se encontra ao seu lado e portanto seria um tanto quanto indelicado ignora-la.
- Sua bênção tia - estendo minha mão e ela a aperta.
- Deus a abençoe Lina - estica seus braços me chamando para um abraço e eu educadamente a retribuo. Minha mãe se aproxima e eu rapidamente me desvencilho dos braços da minha tia.
- Por favor, sentem-se. Preparei um menu incrível para essa noite - concluiu Vivian.
Me sento ao lado de Camila, minha mãe e sua irmã do outro lado da mesa e Herbert na ponta ficando entre eu e sua esposa. Uma senhora se aproxima com uma bandeja e começa a nos servir, olho pro prato e me assusto com o que vejo.
- Que nojo, eu não vou comer caramujo! - exito, Camila começa rir e minha mãe me olha com reprovação.
- Maria Lina Mancini - bravejou ela entre os dentes.
- Querida, não é caramujo, isso é um caracol e se chama escargot. É uma entrada muito comum na Europa e também é uma delícia, experimente - fala Vivian com a voz trêmula, deixando evidente seu nervosismo com minha declaração.
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ERLEBNISSE
Romanzi rosa / ChickLitTrilogia Europeus 1° ERLEBNISSE 2° SFOGARSI 3° INEFABLE Nascida e criada no interior de Minas Gerais Lina tornou-se uma jovem determinada e corajosa. Com a volta inesperada de sua tia para o Brasil ela encontra-se extremamente atraída pelo marido d...