▪︎ einundfünfzig

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Com Flávio em meus braços cuidadosamente enrolado em uma manta feupuda entro no elevador ao lado de Herbert

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Com Flávio em meus braços cuidadosamente enrolado em uma manta feupuda entro no elevador ao lado de Herbert.

A noite foi mal dormida sem tirar os olhos do meu filho por sequer um segundo e agora estou com o semblante abatido e olheiras aparentes. Por mais que eu tenha me arrumado para chegar aparentemente bem em casa, sei que não vou cumprir essa tarefa com maestria.

A cada andar acima meu coração se aperta mais, minhas pernas estão trêmulas e por mais que eu tente transparecer tranquilidade para o alemão sei que ele percebeu minha tensão.

Seus pais, suas duas irmãs e seu cunhado já chegaram de viagem e nos aguardam em nosso apartamento. Foram recebidos por minha mãe, Camila e Vera e eu torço mentalmente para que a interação entre eles esteja ao menos confortável.

Quando estamos de frente para a porta paro de caminhar um segundo para respirar fundo e mentalizar que tudo vai ficar bem.

- Está tudo bem? - eu apenas aceno com a cabeça e então o europeu abre a porta.

Ele adentra o lugar primeiro segurando a porta para que eu entre em seguida, e assim o faço.

Mantenho meu olhar cabisbaixo e o ergo em seguida para olhar as pessoas a minha frente.

Imediatamente uma irmã de Herbert se aproxima e estende os braços para pegar o sobrinho no colo, cedo a contragosto a entregando a criança forçando um sorriso em meus lábios.

Herbert então me apresenta a toda sua família, seus pais já são muito idosos e não falam português. Sua irmã mais velha aparenta não estar nada feliz com as circunstâncias, mas parece se esforçar tanto quanto eu para que tudo ocorra bem hoje. Candice é o nome da cunhada que está com meus filhos nos braços, ela o balança carinhosamente e eu não desgrudo meu olhar dos dois.

Observo Camila conversar com os avós animadamente, minha mãe ajuda Vera na cozinha e o marido de Candice está sentado no sofá indiferente a toda situação.

Sinto um toque familiar em minha mão, ergo meu olhar e vejo Herbert fazendo um sinal singelo com a cabeça pedindo pra que eu o siga. Tento me contrapor, não está nos meus planos deixar meu filho no colo de uma desconhecida longe de mim e ele parece entender minha tensão, mas ainda insiste vencendo assim nossa pequena discussão silenciosa.

O sigo até o quarto e ele fecha a porta assim que entro no espaço.

- Porque está tão desconfortável? - questiona sem delongas.

- Eles sabem o que aconteceu, imagina o que estão pensando sobre mim?

- São minha família Lina - indaga - E vieram conhecer nosso filho, estão desarmados, desprovidos de julgamentos e só querem estar com o caçula.

- Estou com medo! - confesso.

- Por favor Maus, fique tranquila - diz o homem tentando apaziguar minha tensão.

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