ERLEBNISSE

▪ elf

Eu estou perdido.
Eu estou perdido.
Eu estou perdido.

Um homem da minha idade com toda minha experiência se encontrar numa situação dessas é extremamente frustrante. Como eu me deixei levar a isso?

Passei minha vida de solteiro sendo inteiramente feliz, realizando todas minhas vontades e fantasias idealizando que quando eu escolhesse uma pessoa para me casar eu já tivesse tudo tido aquilo que almejei. Com Vivian eu tenho tudo, ou tinha, até conhecer ela.

Eu estou confuso, apesar dos problemas em meu casamento antes de eu me mudar para o Brasil nunca tinha me encontrado tão fragilizado a ponto de trair minha esposa dessa maneira. Já desejei outras mulheres com o olhar, mas nunca, nunca tinha me deixado levar por uma atração. Até agora.

Depois da carona que dei a Lina voltei para a casa e ainda não conversei com Vivian. Tomei um banho no banheiro social, peguei umas roupas em nosso quarto enquanto ela dormia e vim para o quarto de hóspedes. Peciso pensar longe dela, longe da sobrinha dela, longe de tudo.

- Papai, vou sair com as meninas - informa minha filha depois de abrir a porta - não tenho hora para chegar, avise a mamãe. Ela esta no quarto a horas e eu não quis incomoda-la.

- Qualquer coisa me ligue Schatz - respondo somente e ela sai fechando a porta atrás de si.

Volto aos meus devaneios lembrando da mineira que vem tirando meu sono e minha paz. As vezes eu só queria estar em um universo paralelo do qual eu fosse um homem sem compromisso, com a liberdade necessária para viver o que eu quisesse com ela sem sentir culpa.

O que será que ela estará vestindo essa noite? Ser for um vestido tão justo quanto o que ela usou para o jantar ela vai estar muito linda e isso consequentemente vai chamar a atenção de muitas pessoas, homens e mulheres, ninguém independente da sexualidade ignoraria ela dentro de um vestido como aquele, nenhum ser humano é imune a sensualidade dela.

Me levanto da cama em que estou deitado e me dirijo até a cozinha, tomo um copo de água e me escoro no balcão de mármore escuro. Ouço passos na escada e em poucos segundos minha esposa está na minha frente com seu longo hobby de seda pérola amarrado em seu corpo.

- Precisamos conversar - afirma ela - eu acho que você me deve um pedido de desculpas.

- Não. Eu não devo - indago largando meu copo apoiado no balcão, dando a volta no mesmo e parando em frente a ela - você deve desculpas a mim e a todos sentados naquela mesa.

- Não seja ridículo - ironiza - você sabe o quão inapropriado era aquilo. Não é porque na Europa as pessoas são tão liberais que aqui vão ser também!

- Isso não me interessa - bravejo a olhando diretamente - é uma vergonha para mim você se comportar dessa forma.

- Ok - Vivian desvia ser olhar do meu e pega minhas duas mãos espalhando beijos nelas em seguida - me desculpe love.