ERLEBNISSE

▪ vierundzwanzig

Hoje é o aniversário de vinte anos de Camila, depois de muita insistência dela eu e minha mãe aceitamos o convite a contragosto. Estou terminando de me arrumar enquanto minha mãe me apressa aos gritos na sala, termino de passar o batom e saio do quarto indo em direção à voz.

- Calma mamãe, já estou aqui - declaro ajeitando o brinco de argola em minha orelha.

Mais uma vez o alemão se propôs a vir nos bucar expondo toda sua gentileza. Chego no ambiente e vejo ele em pé conversando com minha mãe, ele me olha e sorri discretamente, eu faço o mesmo.

Vários dias já se passaram desde que conheci o lugar em que nos encontraríamos e sempre que possível nós dois nos encontramos lá, estamos ainda mais íntimos, compartilhamos segredos e angústias. Nos tornamos cumplices um do outro.

Ele está com uma vestimenta totalmente preta, desde a calça, a camisa social e o blazer, seu perfume inconfundível é imediatamrnte reconhecido pelas minhas narinas e sua postura o torna ainda mais elegante. Tão lindo.

Eu optei por um conjunto coposto de um short cintura alta e um cropped com a estampa xadrez, com o cabelo solto e uma maquiagem leve. Ele me cumprimenta com um aceno de cabeça e eu retribuo com uma singelo sorriso. E então nós caminhamos juntos, os três para sair da casa e ir em direção ao carro.

Adentramos o veículo e ele da partida, minha mãe se encontra no banco carona conversando animadamente com o homem enquanto nós dois nos entreolhamos incontáveis vezes pelo retrovisor do veículo.

Após alguns minutos chegamos na casa, ele estaciona o carro e seguimos para a area gourmet onde está ocorrendo a festa. Logo quando me aproximo do local percebo a grande formalidade do evento, mesas elegantemente decoradas com toalhas brancas, pratos e talheres minunciosamente colocados com total formalidade, me afasto dos dois mais velhos e começo a procurar minha prima com o olhar. Finalmente a encontro sentada em uma mesa no canto com Amanda e Cláudio como companhia, caminho até os três e me sento junto a eles.

- Isso é uma festa ou um jantar beneficente? - questiono.

- Quando minha mãe se propôs a organizar tudo eu realmente achei que ela se lembraria que estou fazendo vinte anos e não cinquenta - afirma claramente deslocada e insatisfeita com a situação.

- Pelo menos o buffet parece ótimo - zomba Cláudio e todos nós rimos.

Nesse momento sinto um toque no meu ombro, viro meu olhar para trás e vejo Vivian.

- Lina, você pode me dar um minuto? - pede e eu me volto a olhar para frente virando os olhos antes de me levantar e acompanha-la até dentro da casa.

Quando chegamos na sala de estar minha mãe está lá sentada no sofá, me sento ao seu lado já sabendo o que irá acontecer.

- Primeiramente eu queria agradecer por vocês terem vindo - exclama a mulher em pé a nossa frente - e depois eu queria me desculpar por tudo que falei e pela forma com que agi. Vocês são minha única família e eu desejo tê-las novamente próximas a mim.