Hoje acordei com uma preguiça enorme e com uma alegria imensa. Algo me diz que hoje ninguém me vai estragar o dia. Ontem à noite depois do acontecimento da cozinha vim logo para o quarto e antes de adormecer veio-me à cabeça uma conversa que ouvi do John com um gajo qualquer. Só preciso de saber em que dia e mês estou. Ando sempre perdida no tempo. Só sei que passou duas semanas, mas nessas duas semanas eu não sei se já mudou de mês ou não. Amo o facto de a minha mente lembrar-se tudo ao pormenor, tenho uma mente muito boa e relembro-me de coisas que tenho a certeza que mais ninguém se iria lembrar. Estou deitada de barriga para cima com os braços por baixo da cabeça e estou a olhar para o teto branco do meu quarto. Tenho um monte de coisas nas cabeças, mas só em duas delas é que me quero focar. Primeiro de tudo tenho que por a preguiça para trás das costas.
Levanto-me e espreguiço-me. Não me vou vestir, não agora. Tenho outra coisa em mente. Uma coisa que se fosse há um mês atrás eu batia-me e goza comigo mesma por o ir fazer. Mas a verdade é que eu desde de pequena que aprendo com os meus erros e tento ao máximo não os cometer várias vezes. Aprendi isso com a minha tia, sempre que fazia algo de mal, ela explicava-me e dizia que era com os erros que se aprendia. Então foi assim que passei a viver, a tentar corrigir os meu erros e tentar não comete-los vezes sem conta. Dirigi-me à porta do meu quarto calmamente, abri-a e sai do mesmo. A única coisa que se ouvia no piso de cima era os meus pés descalços. Fui até à porta que se situava do outro lado do corredor e abri-a cuidadamente. Queria que este momento fosse perfeito, digno de ser relembrado no futuro mais próximo. O que estou prestes a fazer não é nada de especial, quer dizer para outras pessoas, pode não ser especial, mas para mim é, e muito, pois vou fazer algo que nunca pensei em toda a minha vida fazer, mas como disse não posso cometer o mesmo erro duas vezes.
Entrei no quarto sorrateiramente e vi um ser deitado de barriga para baixo com o braço pendurado na cama, a sua mão quase que chegava ao chão, não sei se é por a cama ser baixa ou por ele der um braço muito grande, acho que é os dois. Andei em bicos de pés, não é que eu fosse fazer muito barulho visto que estava descalça, mas eu estava demasiado entusiasmada. Caminhei até ao outro lado da cama para poder ver o rosto do ser que estava deitado, assim que o mesmo aparece no meu campo de visão um sorriso apareceu-me na cara, automática. O ser tinha a boca ligeiramente aberta e notava-se que estava em paz, será que eu quando estou a dormir sou assim também? Tenho tantos problemas que quando estou a dormir, aposto que tenho uma cara feia e carrancuda devido aos mesmos.
Sentei-me na cama e levei a mão os seus cabelos penteando-os para trás, visto que os mesmos estavam a estorvar a minha visão para a cara do ser deitado. Eu não posso ser para ele como sou para todos os outros, não posso. Não o posso perder como perdi o Edward, nunca me perdoaria. Nunca. Ele é único neste mundo que tem o mesmo sangue que eu, pode não ter muito, mas tem. Não me posso dar ao luxo de perder o único ser que realmente me poderá amar nesta vida. Ele neste momento é meu tudo e o meu nada. Eu vou protege-lo, apesar de ser mais nova que ele, eu vou faze-lo. Sinto algo quente a escorrer pela minha cara e rapidamente, levo a mão à mesma limpando-a. Estou tão emocional que até mete medo. Dou um beijo demorado no rosto do ser adormecido à minha frente.
“Eu não te vou perder, prometo mano.” Sussurro e volto a depositar outro beijo no seu rosto. Respiro fundo. Chega de lamechices, está na hora de por, o que tinha pensado desde que estou acordar, em prática. Ponho-me em pé em cima da cama e começo a saltar em cima da mesma. “Acorda dorminhoco.” Grito enquanto salto em cima da cama. Oiço um barulho vindo dele, mas não me importo e continuo a saltar e a gritar para ele acordar, continuou até sentir uns braços à volta das minhas pernas e eu a cair de rabo em cima de cama enquanto o que o ser à minha frente tem os olhos fechados e um sorriso na cara. “Acordas-te?” Estou, finalmente, a sentir-me realmente feliz. Estou a sentir uma daquelas meninas que sempre tiverem os pais presentes e que adora o irmão e que o acorda sempre de maneira divertida e feliz. Gostava tanto de ter crescido dessa maneira.
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Survival // Z.M
FanficMia Petrova tem 18 anos. Não tem pai, nem mãe. Mia vivia com uma tia, mas esta morreu quando Mia tinha 16 anos. A partir daí, Mia, teve que se fazer à vida metendo-se em coisas ilegais nas quais saiu sempre ilesa. Todos os gangues a querem, por ser...