Vinte e quatro

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Eu estava sozinha na casa de Damon. Eu tinha vindo passar o fim de semana em sua casa, na verdade, desde que voltamos eu passava todos os fins de semana aqui.

Ele tinha saído alguns minutos atrás dizendo que precisava resolver umas coisas e eu fiquei. Ele não quis me dizer o que era e eu também não insisti em saber, era coisa dele.

Me levanto de sua cama entediada e resolvi explorar os outros cômodos da casa. Eu só tinha estado na sala, cozinha e principalmente em seu quarto.

Saio do quarto e vou até uma porta que ficava no fim do corredor. Quando abro, observo o cômodo. Era um quarto normal. Tinha uma cama de casal no centro, mesinha de cabeceira e um guarda roupa. Adentro o quarto e dava para perceber que aquele não era um cômodo que era visitado constantemente. Mas o violão colocado de modo desleixado me diz que aquilo era o único objeto usado dali.

Volto para seu quarto e decido assistir alguma coisa na televisão, já que parecia que ele ia demorar.

Procuro o controle remoto e não encontro. Vou até dia mesinha de cabeceira e procuro nas gavetas de lá. Começo a mexer ali até que um caderno de capa preta me chama a atenção. Me sento na cama e começo a folheá-lo.

"Eu não posso continuar fazendo isso. Eu não posso me tornar ele. Ela merece muito mais do que eu posso oferecer. Ela é uma boa pessoa e eu, eu não sou nada além de uma pessoa fodidamente errada."

Naquela noite eu percebi que havia muito mais coisas sobre ele que eu não sabia. Aquele momento me fez enxergar que algo havia acontecido em seu passado. Algo obscuro e que o fez sofrer muito. Naquele momento eu soube que tinha algo errado, uma ferida do passado e que havia o machucado profundamente.

O que tinha acontecido com ele?

O que fizeram?

Ouço um barulho na porta e guardo rapidamente o caderno, pegando o controle remoto. Ligo a televisão e me deito na cama.

- Está tudo bem? - pergunta quando entra no quarto.

- Sim. - sorrio.

- Certeza? - ergue as sobrancelhas.

- Absoluta. - lhe dou um pequeno sorriso.

Ele me olha por mais alguns segundos até se dar por convencido, entendo no quarto.

- Olha, eu procurei por aqueles donuts que você adora mas não consegui encontrar em lugar algum. - tira a jaqueta.

- Tudo bem.

- Eu espero que você não fique uma monstra com fome e queira me devorar, porque eu posso ser bem gostoso. - zomba, de aproximando de mim.

- Você é um idiota. - sorrio e o empurro.

Ele me olhou, fingindo estar magoado e tacou um travesseiro em mim.

- Você não devia ter feito isso, Damon. - o olho com os olhos cerrados e lhe acerto com o travesseiro também.

Começamos uma guerra de travesseiros, até que ele arranca o meu da minha mão e se deita por cima de mim.

- Um idiota que você não vive sem. - sorri, com nossas bocas quase coladas.

Olho em seus olhos azuis e aproximo ainda mais os nossos rostos.

- Você está enganado. - giro nossos corpos, ficando por cima dele. - Eu vivo sem você. Mas a questão é que eu não quero.

Ele sorri.

- Eu não vivo sem você. Você não vive sem mim. Somos dependentes um do outro, anjo. Quer você queira assumir ou não. - olha em meus olhos e dessa vez eu não consigo discordar ou negar.

Para Sempre Sua - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora