Para Sempre Sua - COMPLETO

Trinta e quatro

Quando chego em minha casa estou completamente destruída. Eu não tinha a mínima ideia de como eu tinha conseguido chegar ali. Estaciono o carro de qualquer maneira e caminho rapidamente até a porta de entrada. 

Era como se eu estivesse carregando toneladas em meu peito. Eu não vou conseguia respirar direito. Destranco a porta e encosto minhas costas, eu mal conseguia me manter em pé. 

Pode parecer exagerado, mas eu não conseguia controlar nada do que eu sentia. Desde que eu o conheci foi assim. Eu passei a não ter controle de mais nada porque a única certeza que eu tinha certeza era que eu queria ele. E enquanto nós estivéssemos juntos estava bom. 

Mas eu não contava com as brigas, confusões, lágrimas e segredos que iriam aparecer ao longo de tudo. 

- Aurora? - ouço a voz da minha mãe. 

Sem que eu tenha controle algum lágrimas caem pelo meu rosto. Eu estava com um peso enorme de ter feito o que eu fiz, mas eu não podia voltar a trás. 

- Meu amor, o que aconteceu? - caminha com o olhar preocupado até mim. 

Eu apenas choro e a abraço. Porque seu abraço era um dos únicos lugares onde eu me sentia segura. 

- Acabou tudo, mãe. - soluço. 

- Como assim, Aurora? - se afasta para me olhar, enquanto caminhamos até o sofá. - Ele terminou com você? 

- Não. Foi eu. 

- Eu não estou conseguindo entender. - diz e eu vejo em seus olhos que ela estava tentando entender a situação. 

Minha mãe sabia o quanto eu amava Damon e que eu não o deixaria por qualquer coisa. 

Eu dou um sorriso triste. 

- Algumas coisas não têm explicações ou respostas, mãe. Nós apenas temos que fazer o que é melhor para nós mesmos antes que a gente se perca. 

E eu já não sabia quem eu era. 

Ou melhor. 

Eu sei quem eu era. Só não sei quem eu sou agora. 

Eu era forte, não deixava nada me abalar, muito menos um sentimento qualquer. Inteligente, perspicaz e forte; essa era Aurora Melchior. Não essa garota que vive chorando pelos cantos. 

E eu odiava isso. 

Caminho até meu quarto, mas não entro nele. Entro na última porta do corredor e abafo o choro quando vejo algumas das coisas de Thomas ainda estavam ali. 

Durante esses anos, minha mãe se livrou de boa parte das coisas dele. Suas roupas foram para a doação, pôsteres e livros que ele gostava nós doamos também. 

Sorrio ao tocar no capacete que ele usava nos jogos da escola. Seu sonho era conseguir uma bolsa esportiva em uma boa universidade. Ele queria ser engenheiro. E eu tenho certeza que ele teria sido um incrível. 

Em uma mesinha que tinha ali vejo um porta retrato. Éramos nós dois. Eu tinha quinze anos e ele dezoito, foi a última foto que tiramos juntos. Eu sorria, meus cabelos castanhos estavam um pouco mais curtos do que são hoje. Thomas era alto. Seu porte era atlético. Ele era realmente lindo. Seus cabelos castanhos estavam levemente bagunçados e seus olhos da mesma cor tinha um certo mistério por trás deles. Dou risada ao lembrar como as garotas eram apaixonadas por ele, mesmo ele só tendo olhos para uma delas.

Na foto, ele me abraçava e eu tinha minha cabeça deitada em seu peito. Nós estávamos em uma viagem que tínhamos feito para Nova Iorque e a foto foi tirada em frente a Estátua da Liberdade.