Quarenta e cinco

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Sete minutos. 

Sete terríveis minutos foi o tempo que o coração de Damon ficou sem bater. 

Sete minutos foi o tempo em que eu me perdi completamente. Nada mais fazia sentido.

E eu me lembro de cada sentimento que eu senti durante esse período. 

Desespero. Medo. Dor. Raiva. 

Eu chorei em cima de seu corpo enquanto os paramédicos tentavam a todo custo reanimá-lo. Eu estava perdendo a cabeça completamente, meu coração doía cada vez que eu inspirava o ar para dentro do meus pulmões. 

Eu não conseguia aceitar, eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. 

Eu implorei. 

Nunca fui uma pessoa muito religiosa, mas naquele momento um implorei para todos deuses e santos, implorei para que não tirassem Damon de mim. 

Eu não iria aguentar. Eu não conseguia suportar. 

Não era justo que Deus me tirasse mais uma pessoa. 

Dean esteve ao meu lado o tempo todo, não me deixou um segundo sequer, mesmo que seu melhor amigo estivesse nos deixando. Ele se manteve ao meu lado. 

Me lembro do olhar do paramédico quando ele achou que não teria mais chance, ele olhou para mim com dó e balançou a cabeça negativamente. Naquele momento eu lembro de sentir minha cabeça girar e eu sentia que eu ia vomitar ou desmaiar a qualquer momento. 

Meu corpo ficou mole e sinto de Dean passar os braços ao meu redor, numa tentativa em vão de me consolar. 

Até que o suspiro veio. 

Era fraco, quase inaudível, mas nos encheu de esperança. 

E então começou a correria até o hospital. Cada segundo importava. Por mais que eu tenha insistido eu não fui permitida de ir com ele na ambulância, segundo eles eu estava muito alterada, então eu fui junto a Dean em seu carro. 

Quando chegamos ao hospital, eles atenderam Damon imediatamente, eu quis segui-lo, mas fui impedida. Uma enfermeira veio até mim e me falou algo, acho que ela precisava que eu preenchesse uma ficha ou algo parecido, mas eu não consegui. 

Eu estava em estado de choque. 

Eu sentia frio, mas meu casaco não estava comigo. Ele estava completamente manchado do sangue de Damon e olho para minhas mãos vendo que elas estavam da mesma maneira. 

– Nós vamos te dar um calmante, vai ficar tudo bem. – ouço ela falar e eu nego com a cabeça. 

– Eu não quero. Eu estou bem, eu quero saber dele. – faço menção de caminhar até a porta por onde ele tinha passado, mas ela me impede. 

– Ele está sendo cuidado, logo você terá mais notícias. – vem até mim e eu me afasto. – Você é o que dele? 

– Ela é a namorada dele. – Dean responde por mim. – Eu sou amigo, pode deixar que eu preencho o que for necessário. 

– Me acompanhe, por favor. – uma moça que estava ao nosso lado fala. 

– Você vai ficar bem? – ele pergunta. 

Eu assinto, mas era mentira. Eu não ia ficar bem, não até saber que Damon estava bem. 

– Tem alguém que eu possa ligar para vir ficar com você? – a enfermeira pergunta, enquanto me leva até umas cadeiras que ficavam ali. 

Eu estava fora de mim, completamente. Eu não conseguia me concentrar em nada. Tudo o que eu ouvia ou sentia era o barulho da arma disparando, o tranco do corpo de Damon sobre o meu e minhas mãos ensopadas pelo líquido vermelho.

Para Sempre Sua - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora