Vinte e oito

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Olho para o celular pela centésima vez, inquieta. 

Hoje era o dia que meu pai iria conhecer Damon. Nós tínhamos marcado de nos encontrarmos para um jantar em um restaurante italiano que eu costumava frequentar com minha família, era um lugar aconchegante, embora fosse elegante. 

Tínhamos marcado com Damon há uns dez minutos e ele ainda não tinha chegado. Eu sei que não fazia muito tempo assim, mas o problema é que aquele jantar tinha tudo para dar errado. 

- Ele já deve estar chegando. - falo. 

- É bom que esteja. - meu pai diz e revira os olhos impaciente, eu quase dou risada. 

Pouco tempo depois, olho para a direção da porta e meu coração dá um pulo assim que avistei Damon. Ele olha em volta nos procurando e eu aceno para que ele me veja. 

- Ele chegou. - aviso. 

Damon estava lindo. Usava uma camisa social preta dobrada até o cotovelo, uma calça preta e seus cabelos estavam levemente bagunçados indicando que ele havia tentado arrumar. 

- Boa noite. - diz quando chega na mesa. - Desculpa pelo atraso, mas a cidade estava caótica. 

Eu sorrio para ele e ele retribui. 

- Senhor Melchior. - estende a mão cumprimentando meu pai, que retribui o aperto. 

Ele cumprimenta minha mãe que lhe dá um pequeno sorriso, e em seguida se senta ao meu lado, selando nossos lábios. 

O jantar fluiu impressionantemente bem. Ele e meu pai conversaram sobre vários assuntos e inclusive deram risada sobre algumas coisas. Minha mãe parecia ter ido com a cara dele e sorria vez ou outra. 

Me permiti respirar aliviada por alguns minutos. 

- E então, Damon, o que você pretende fazer futuramente? Já que termina a faculdade no próximo ano. - meu pai pergunta. 

- Provavelmente irei atuar na minha área. Talvez abrir um escritório. - diz sério. 

Aquela era a primeira vez que eu via Damon falar seriamente sobre aquele assunto, então me surpreendi com a resposta. Eu ficava meio receosa com o fato de ele terminar a faculdade primeiro que eu. Eu não sabia se ele tinha planos de continuar na cidade ou talvez quisesse se mudar para outro lugar. 

- Como você se mantém? Financeiramente falando, Aurora falou que você não trabalha. 

Damon muda sua expressão parecendo incomodado. 

- Pai, eu acho que isso não é algo que vêm ao caso agora. - tento fazer com que ele mude de assunto. 

- Ué, eu só quero saber como que o namorado da minha filha se mantém. Isso é algo errado? 

Meu pai podia ser extremamente desagradável quando queria e ele estava querendo ir por esse caminho. 

- Eu tenho uma pequena herança deixada pela minha mãe e um dinheiro guardado de uns trabalhos que fiz. - respondeu. 

- Interessante. E o seu pai? Você tem contato com ele. 

Damon se mexe desconfortável na cadeira. Aquele era um assunto que ele não gostava de falar e por mais que eu estivesse curiosa para descobrir o porquê, eu não queria que fosse daquela forma. 

Levo minha mão até sua perna numa tentativa de acalmá-lo. 

- Não. 

- Por que? - leva a taça até seus lábios. 

- Nós não nos damos muito bem. 

Meu pai assente. 

- Entendo. - se inclina em nossa direção. - Damon, eu só estou lhe fazendo essas perguntas porque eu quero saber quem é a pessoa que minha filha está se relacionando. Aurora é a pessoa mais importante que eu tenho na minha vida. E eu tenho certeza de que se ela trouxe você para nós conhecermos é porque isso realmente é importante para ela. Eu quero ter certeza de que você sabe o que está fazendo e não machuque a minha menina. Porquê eu juro que eu sou capaz de matar quem fizer mal a ela. - mantém o olhar firme. 

Para Sempre Sua - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora