Sensações

829 123 215
                                    


— Eu sou o Leech.

Yoona precisou de alguns segundos para assimilar aquilo que Park havia afirmado. Como ele poderia ser o tal Leech das cartas que leu? Mesmo não havendo datas nas cartas, o papel parecia ser velho demais. Aquele Leech mencionado nas inúmeras declarações talvez já nem estivesse mais vivo!

— Como você sabe sobre a minha existência? Humanos não possuem o conhecimento sobre o meu mundo. — Park indagou, aumentando o aperto nos punhos de Yoona.

— Eu já disse, estavam nas cartas que eu-

— Meu anjo, eu preciso que você seja mais específica e breve! — Ele disse, interrompendo-a. — Acho que já te disse que não sou muito paciente.

— Então pare de me interromper! — Yoona devolveu o mesmo olhar impaciente, ela não aceitaria demonstrar qualquer sinal de medo. — Eu encontrei um baú antigo, com algumas cartas e todas eram endereçadas á esse tal Leech.

— O que diziam essas cartas? Quem havia escrito? — O moreno custava acreditar na sinceridade da menor a sua frente. Duas coisas estavam confusas em toda essa história, o fato de ela ser uma humana e estar transitando em seu mundo, e o de quê cartas de seu mundo tenha caído nas mãos da mesma no mundo humano.

— Eu não sei quem escreveu as cartas. — Yoona foi sincera.

— Você acha que eu sou estúpido? — Embora ele mantivesse o tom de voz baixo, não conseguia controlar a raiva contida nela. Essa garota estava tentando fazê-lo de idiota e ele não aceitaria isso, precisava da verdade. — Me diga a verdade, ou eu não serei tão gentil ao arrancá-la de você!

Ele usava tanta força em seu aperto que Yoona já não sentia mais o sangue fluir em suas mãos dormentes. E quanto mais ele apertava-a, mais vermelhos e raivosos seus olhos pareciam.

— Eu estou te dizendo a verdade! — Gritou. — As cartas não tinham um remetente, eram apenas declarações de amor para um Leech que com certeza está longe ser um estúpido como você!

As palavras atingiram o Leech de forma inesperada, fazendo com que ele afrouxasse o aperto nos punhos de Yoona. Declarações a ele, quem as teria feito?

— Depois de ler todas as cartas, fui guardá-las novamente no baú em que as achei e no fundo dele encontrei um relicário, quando tentei abrir para ver a foto que continha, ele se iluminou e a próxima coisa que vi foi a clareira onde acordei. — A garota se aproveitou do silêncio dele e concluiu.

— Como era esse colar?

— Um camafeu de ouro, oval. E antes que você pergunte, eu não cheguei a ver a foto. — Respondeu mau humorada.

O colar! Um estalo na mente de Park despertou sua consciência.

— Onde está o colar?

— Eu não sei, ele não veio comigo.

— E tem alguma coisa que você saiba, meu anjo? — Enfatizou com a voz cheia de ironia.

"Que você é um demônio idiota!" Yoona pensou.

— Eu não sou um demônio. — Respondeu afetado. E Yoona se lembrou do detalhe que havia esquecido: ele podia ouvir seus pensamentos.

— Bom, então deve ser só idiota mesmo! — Desafiou, juntando toda sua coragem para a reação que ele teria. No entanto ele sorriu ladino.

— Você tem sorte que eu preciso de você viva para recuperar meu colar. — Disse, finalmente soltando os pulsos dela.

— Ou então? — Questionou, quando o viu se afastar alguns passos de si. Olhou para seus punhos, analisando-os e esfregando-os, tentando aliviar o incômodo pela pressão aplicada ali.

The Leech (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora