The Leech (Hiatus)

O Jogo

"— Só um conselho: escolha muito bem suas perguntas, responderei um número limitado delas. Porque se eu pegar sangue demais, você pode desmaiar e eu não economizo nas minhas doses."

— E então? Você não estava cheias de perguntas? — Indagou o Leech, que já estava ficando impaciente com o silêncio da menor a sua frente. Já ela, estava com a mente bagunçada por perguntas incompletas.

Yoona permaneceu em silêncio, ela tinha mesmo muitas dúvidas. No entanto, sentia-se pressionada em ter Jimin tão próximo a si e saber o preço de cada resposta, não ajudava em nada. Pois, se havia uma coisa da qual ela nunca fora boa, era em pensar com clareza quando estava sob pressão. Diante da dificuldade de formular qualquer pergunta mais elaborada, decidiu-se por fim, em apenas verbalizar qualquer coisa que viesse à sua mente.

— Onde exatamente eu estou? — Iniciou. — Esse lugar é idêntico ao mundo humano, exceto pelo fato de não haverem humanos e isso não faz sentido algum. — Disse tudo em um sussurro, já que a proximidade entre eles não exigia volume na voz.

— Você não acha egoísta demais pensar que são os únicos seres neste vasto universo, meu anjo? — Ele respondeu com tom igualmente baixo, carregado de ironia. — Existem muitas dimensões, essa é só mais uma delas. Não temos humanos aqui, assim como não há um de nós no mundo humano. Nossa anatomia não suporta a troca de dimensões. Cada espécie foi feita para habitar em seu mundo, essa é natureza e não deve ser alterada.

Jimin finalizou a resposta acabando com a pouca distância que ainda havia entre eles, com uma das mãos segurou os cabelos de Yoona em um "rabo de cavalo" e com a mão livre moveu gentilmente a cabeça da mesma, inclinando-a e deixando exposta a lateral esquerda de seu pescoço. Desceu a mesma mão lentamente pelo braço esquerdo da moça, acariciando-o, com a ponta do nariz traçou a jugular da morena que arfava com o choque frio da pele do Leech em contato com a sua que parecia ferver. Yoona tinha seus batimentos cardíacos acelerados pelo momento que chegava. Sabia que iria doer, mas não sabia o quanto e isso a apavorava.

— Agora vou pegar o meu pagamento. Não grite, será um pouco doloroso. — Pronunciou o moreno, dando tempo apenas de Yoona morder o lábio inferior para conter qualquer manifestação de dor, e então penetrou seus dentes na pele macia da mesma.

A dor em um primeiro momento era lacerante, fazendo com que Yoona fechasse os olhos com força e soltasse alguns murmúrios doloridos, mas não demorou muito para aquilo se tornar apenas um ardor incômodo. Ela esperou imóvel, até que o Leech estivesse satisfeito e quando aconteceu, ele apenas limpou com a língua os vestígios de sangue que ficaram por ali, voltando a olhá-la nos olhos.

Diferentemente do que ela imaginava, ele não estava com sangue escorrendo por todo maxilar - como os filmes retratavam - estava apenas com os lábios mais avermelhados do que de costume, assim como seus olhos que assumiram o tom de carmim vivo.

— Sabe, se você relaxar, doerá menos. — Jimin falou.

— Como alguém relaxa nessa situação? — Questionou com um tom de indignação na voz.

— Isso foi uma pergunta? — Ele sorriu ladino, tentando se aproximar, mas foi barrado pelas mãos da menor.

— Não mesmo. — Disse firme. — Nem tente começar com esses joguinhos. — Falou na defensiva, mas essa atitude só fez com o que o sorriso de Park crescesse. — Você disse que humanos não transitam nesse mundo, dimensão, seja lá o que for. Então como eu vim parar aqui?

— Não sei, existe mais de uma opção. — Falou, revirando os olhos pela insistência de Yoona na questão. — Você pode ter encontrado uma chave de portal, um magus desocupado e poderoso, ou burro o suficiente para te trazer aqui, algum erro do universo. São várias as possibilidades. Creio que o Namjoon seja a pessoa ideal para te explicar melhor, agora... — Ele olhou sugestivamente para as mãos que ainda estavam em seu peito barrando sua aproximação e depois para ela erguendo uma de suas sobrancelhas enfaticamente.