Pirralho

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— Mas que merda! — Exclamou o Leech que acabara de atolar um dos pés na lama.

Já fazia uma semana que ele estava perseguindo um suspeito de estar repassando informações do vilarejo aos Chasers, no entanto, até o momento não obtivera nenhuma informação relevante a respeito do paradeiro do grupo. Há tempos eles estavam a procura dos inimigos, que de alguma forma conseguiam desaparecer do mapa sem deixar vestígios.

Normalmente, Jimin não se propunha a realizar aquele tipo de missão. Gostava de delegar a atividade aos animagus, que acabavam tendo a sua versão animal como um disfarce muito eficiente, quando o assunto era perseguição ou espionagem.

A personalidade impaciente e autoritária de Park fazia dele ótimo em interrogar os suspeitos, sempre conseguia arrancar informações preciosas, e de quebra se fortalecer do sangue inimigo. Contudo, nunca ceifou a vida de nenhum deles, apenas tomava quantidade suficiente de sangue, poder e energia, deixando-lhes suficientemente fracos para poder manipular suas mentes, fazendo com que o inimigo perdesse um aliado. Embora sua preferência fosse em investigar mulheres, visto que seduzi-las não era difícil e acabava por conseguir muito mais do que algumas doses do fluído carmim e um depoimento.

Entretanto, nos últimos dias, lá estava ele, seguindo um garoto que parecia saber menos do que ele mesmo. Foi uma péssima ideia ter dito ao Namjoon que queria um tempo fora da mansão. E pior ideia ainda, foi ter escolhido um de seus melhores sapatos para tal. Sapato esse, que provavelmente seria descartado assim que retornasse a mansão.

O garoto em questão, estava passando de vilarejo em vilarejo há cinco dias, mas tudo que fazia era entregar encomendas em diferentes pontos. Nenhuma conversa que pudesse entregar nada suspeito. O moreno já estava irritado, nunca passara tanto tempo assim tentando descobrir algo, seria muito mais simples se pudesse puxar o moleque pelo pescoço e ordenar que dissesse o que sabe. Porém, sabia que não poderia agir dessa forma - um Leech sozinho atrairia outros interessados em seu couro.

Estava escorado à uma árvore, esfregando seu pé inutilmente contra a grama seca no chão, tentando limpar o sapato, enquanto esperava seu alvo que estava aparentemente esperando por alguém a poucos metros dele, no que parecia ser um casebre abandonado no meio do mato. Foi quando ele ouviu passos se aproximando do local, e mais adiante pôde ver outro rapaz, esse de cabelos ruivos, se aproximar. Redobrando sua atenção, aguçou sua audição, precisava saber se dali sairia alguma coisa que tivesse utilidade.

Alarmou-se no momento em que sentiu um odor familiar, seguido por um tentativa de atacá-lo por trás. Mas os reflexos do Leech eram mais rápidos, e sem que o outro esperasse virou-se segurando o recém chegado numa chave de braço no pescoço.

— Sou eu, sou eu! — Repetia num sussurro. — Me solta!

— Você acha que eu tô aqui brincando, pirralho? — Interpolou ácido, soltando o mais alto.

— Você não tem senso de humor não? — Indagou com um tom de voz afetado.

Park se absteu de responder, voltando sua atenção aos rapazes a frente, enquanto o que estava ao seu lado massageava o pescoço dolorido pelo aperto.

"— E então? — O ruivo questionou.

— Acho que estamos seguros, se tivesse alguém atrás de mim, com certeza já o despistei. — Proferiu orgulhoso.

— Qual a mensagem?

— O magus sentiu uma vibração no portal, parece que alguém retornou.

— Nós precisamos dizer isso ao...

— Não! Não podemos por enquanto. Outro alarme falso e ele pode arrancar nossas cabeças! Precisamos investigar e ter certeza. Por enquanto, fique de olho.

The Leech (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora