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P.O.V Jack Dylan Grazer

Ajeito os meus livros quando alguém me choca contra o armário, segurando a gola da minha camiseta.

- E aí, Grazer. - Engulo seco ao ver Jaeden. - O que tem pro lanche?

- E-Eu trouxe dinheiro na verdade, pra pegar algo na cantina ou então...

- Eu não ligo. - Me corta. - Me dá cada centavo.

- Mas se pegar tudo, o que eu vou comer..? - Pergunto com medo dele me bater.

- Aí não é mais problema meu. - Respiro fundo.

Tiro do meu bolso uma nota de vinte dólares e o entrego. O mais velho começa a cheirar o ar, olhando pra baixo.

- Cheirinho de menta... - Volta aos meus olhos. - Tem chiclete aí, não tem?

- N-Não...

- Não mente pra mim, esquizofrênico. - Eu odeio esses apelidos, mas já estou acostumado com eles.

O entrego o pacote cheio.

- Até depois. - Me solta e sai.

Um grupo de meninas me olhavam, cochichavam e riam. Ajeito minha blusa e pego meu livros do chão.

Vejo que horas eram no celular. O sinal bate logo... Acabo lendo o meu plano de fundo.

"Seja forte e continue sorrindo"

O sinal bate e todos começam a sair. Guardo meu lápis e canetas no estojo, e quando ir fechar o zíper, Gaten Matarazzo o derruba, fazendo tudo ir para o chão.

Ele sai sorrindo. Suspiro, me abaixando e começando a recolher tudo, sozinho na sala.

Mordo meu lábio inferior, concentrado, e anoto as próximas cinco notas.

Olho para as teclas e começo a tocar desde o começo para ver se ficaria bom.

Quando eu estou tocando piano, parece que estou em outro mundo. Todos os meus problemas vão embora e parece que eu finalmente me encaixo em algum lugar.

- Te vejo depois! - Finn entra na sala, batendo à porta e me assustando.

Dou um pulo e erro as notas.

- Opa... - Fecho meus olhos imóvel.

Escuto ele cantarolar uma música horrível com uma letra pior ainda. "Surubinha de leve", foi tudo o que eu ousei escutar.

- Por que... - Me viro pra ele, tendo sua atenção. - Não tenta tocar alguma coisa?

Ele ri breve e irônico.

- Nem ferrando. - Coloca os pés pra cima.

Suspiro, olhando todos os instrumentos que estavam parados fazia tempo lá. O que menos era usado era o violão. Já que só eu venho pra cá e não me dou bem com esses instrumentos de corda, acho que só tentei trocá-lo uma vez.

- Sabe tocar violão? - Pergunto.

- Sei um pouco. - Mascava chiclete.

Ando até o instrumento, o pegando e andando até o Wolfhard. Paro no meio do caminho, lembrando da terceira regra. Suspiro, o olhando.

Tenho seus olhos.

- Não. - Responde antes de eu falar alguma coisa.

- Tenta. - Insisto.

- Não. - Repete.

- Mas nunca vai saber se é bom em algo se não tentar...

- Não! - Dou um passo pra trás com seu tom de voz. - Agora para de me irritar sendo tão... - Me olha de ponta a ponta. - você.

Junto meus lábios, olhando pra baixo. Eu não sei porque ainda tento...

Coloco o violão no seu devido lugar de novo.

𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora