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P.O.V Jack Dylan Grazer

Asher me olhava com os braços apoiados na mesa, entrelaçando suas mãos perto de sua boca. Parecia pensar sobre o que eu tinha acabado de dizer.

- Então...? - Pergunto tentando receber logo uma resposta.

- Xiu, não me interrompe. - Pisco algumas vezes e endireito minha coluna.

Olho em volta procurando Finn. Eu não o vi o dia todo.

- Tá, eu já conclui uma coisa. - Tem minha atenção de novo. - Eu já vi isso num filme.

- Você ficou dez minutos pensando e concluiu isso??? - Pergunto indignado.

- Ei! - Aponta pra mim. - Eu sou seu amigo, não um cupido. Eu to sempre entre você e o Finn, tipo um pombo correio. Vocês dois são dois idiotas que não sabem o que sentem e aí correm pra quem??? Eu!

- Tá, desculpe. - Suspiro e ele se acalma. - Mas... Você viu o Finn hoje? - Arrisco perguntar.

- Não.

Respiro fundo vendo Caleb, Gaten e Noah se aproximarem. Não estavam com o Wolfhard. Eles mal me olham, o que foi bem estranho...

Suspiro voltando ao Angel.

- Minha mãe te convidou pra ir jantar em casa hoje. - Ele sorri.

- Eu amo a sua mãe.

- Eu sei. - Tapo meu rosto.

- O que foi?

- O clima ainda está ruim lá em casa...

- Deixa comigo. - O olho entre meus dedos. - Eu posso falar com a "tia Angela" e amenizar tudo.

- Jura??

- Claro! Convida o Finn.

- Que? - Arqueio as sobrancelhas.

- Ué, quem sabe vocês decidem logo tudo isso. - Reviro os olhos. - Jack, é tudo tão simples. - Bufa. - Conversem. Se concluírem que vão ser só amigos, tá tudo bem, sejam amigos e ponto final nessa "historinha de Fack".

Estranho aquele termo. O de olhos claros termina seu suco e depois volta a falar.

- Mas, se decidirem outra coisa, serem alguma coisa a mais, sejam ué. - Engulo seco. - Fiquem de novo, saiam pra assistir uns filmes, apresenta ele do jeito certo pra sua mãe.

O sinal bate, dando início às aulas de novo.

- Vou pra aula do Sra.Caterin. Sabe como ela odeia atrasos. Beijo me liga. - Sai.

Abro a porta da sala de música e me assusto com a figura deitada no sofá.

Finn dormia profundamente.

Fecho a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível, deixando minha bolsa e garrafa perto do piano.

Ele está dormindo aqui faz quanto tempo? Pelo menos fico feliz que ele esteja bem...

Respiro fundo e penso em ir fazer tarefa na biblioteca para não o acordar, mas queria mesmo ter aquela conversa.

Me aproximo ficando a frente do sofá. Eu o olho por uns segundos antes de tocar em sua bochecha. Tenho que repetir tal ato para assim o acordar.

Finn olha pros lados antes de me olhar.

- Que horas são?? - Pergunta se levantando e se espreguiçando.

- Quase uma da tarde. - Fecha seus olhos com força. - Você tá bem? - Pergunto preocupado.

- Ressaca. - Passa a mão pelo seu cabelo. - E eu ia matar só as duas primeiras aulas antes que brigue comigo. Argh... - Suspira com a mão na testa. - Pode me dar um pouco de água?

- Claro... - Pego minha garrafa e a entrego já aberta.

Enquanto bebia eu me sento do seu lado. Como eu começo?

- Foi pra casa depois de... - Suspiro. - aquilo "tudo"?

- Fui. - Suspira, relaxando no sofá.

- E tá dormindo aqui desde quando? - O mais velho fecha os olhos.

- Desde que cheguei aqui... Peguei emprestado a chave da sala de música do zelador. - Diz baixo.

- De novo, Finn? - Brigo.

- Desculpa, é irresistível... - Quase dormia de novo.

Suspiro, voltando a olhar pra frente. Eu coçava meu pulso quando o do meu lado me empurra de leve.

- O que foi...? - Pergunta com apenas um olho aberto.

- N-Nada. - Engulo seco me ajeitando nas almofadas.

Suspiro passando as mãos pelos meus braços.

- Acha que podemos conversar? - Solto finalmente.

Um silêncio breve se instala.

- Desculpa, eu to morrendo de dor de cabeça... - Coloca a mão no rosto mais uma vez. - Só preciso... - Suspira. - Ir lá fora respirar.

Levanta e passa por mim, saindo da sala.

Me chame de idiota, mas eu podia sentir sua dor e acho que parte disso era minha culpa. Mas segundo Asher, eu não tenho que me culpar por ser apenas cuidadoso.

Finn me fez passar por coisas que eu achei que nunca ia superar, e agora ele mudou de uma semana pra outra. Quando penso nele não posso evitar em sentir repulso, mas ontem eu senti 100% de verdade nas suas palavras.

Só espero que eu não faça nenhuma besteira...

𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora