𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack

• 15

P.O.V Finn Wolfhard

- Ai, finalmente. - Encosto na cadeira e ele desliga o notebook. - Essas doze páginas acabaram comigo...

- Você nem digitou. - Guarda na sua bolsa.

- Eu sei, mas doeu meus olhos. - Pisco algumas vezes e escuto o raro som da risada do Grazer.

O olho e fico com um sorriso bobo no rosto. Ele não percebe e continua guardando suas coisas. O encaro por mais um tempo.

- Quer ir tomar um soverte? - Falo logo.

O menor me olha meio surpreso.

- Está meio tarde, Finn. - Olha seu relógio.

- Você tem compromisso?

- Não. - Fala depois de pensar um pouco.

- Tem que estudar pra alguma coisa?

- Não.

- Tá com vontade de ir no banheiro, tipo, daquelas vontades bem bravas? - Arqueia as sobrancelhas.

- Não...?

- Então vamos tomar um sorvete, ué. - Me levanto e pego minha bolsa no chão.

- Mas...

- Nada de "mas". - O olho. - Vai, levanta. - Continua imóvel. - Levanta!

- Para de gritar. - Briga e eu sorrio ao o ver me obedecendo.

Pego meu celular e vejo mensagens dos meninos e da Millie.

Millie
sozinha em casa de novo. vc vem? ;)

- É bom ser rápido, se não minha mãe vai me matar... - Volto ao Jack que colocava um caderno na sua mochila.

Você: não, foi mal [16:07]

- Vamos? - Bloqueio a tela e guardo o celular no bolso.

✤

Sorrio ao vê-lo terminar seu sorvete de creme. Olho para frente e respiro fundo.

- Vem sempre aqui? - Puxa conversa.

- Ah, nem tanto. Queria vir mais vezes. - O céu estava meio alaranjado por conta do por do sol.

Uma brisa mais gelada balança nossos cabelos. Logo ia anoitecer.

Mas agora o Grazer tinha toda minha atenção. O resto de sol que ainda tinha fazia seus olhos ficarem mais claros e suas sardas aparecem mais ainda.

- É muito bonito. - Comenta olhando para as árvores.

- Bonito demais... - Suspiro baixo e ele repara.

Devolvendo o olhar, eu sorrio. Naquele momento mais nada passava na minha cabeça a não ser, bom, ele.

- Me desculpa. - Peço.

- Pelo que?

- Por todos esses anos. Eu não te conhecia e te julgava. - Desvia o olhar por uns poucos segundos. - Eu fui um bosta... Me perdoa?

Seus olhos voltam aos meus e um sorriso pequeno mas meio amarelo se abre em seu rosto.

- Perdoo. - Sorrio.

Olho para a grama onde estávamos sentados e pego um pedaço dela, um ramo com algumas pequenas porém varias folhas. Me aproximo dele que fica meio assustado. Coloco atrás de sua orelha. Ajeito seu cabelo para que parece ali.

- Acho que era pra ser uma flor, não é? - Diz em tom de brincadeira.

Nossos rostos estavam perto e os nossos olhares fixos um no outro.

- Qualquer coisa fica bonita em você... - Passo meu dedo indicador de leve pela maçã no rosto do pequeno repetidas vezes em forma de carinho.

Eu sabia o que queria fazer. E como queria...

- Aquela... pessoa que "ia me beijar" e perguntou se eu ficaria bravo... era você? - Praticamente cochicha. Olho seus lábios.

- Pode apostar que era. - Engole seco. - Mas não vou se você não quiser. - Lembro (de algum jeito) das palavras do Angel. - Mas eu quero muito... - Sussurro.

Procuro em seus olhos um tipo de aprovação. Eles pareciam mais assustados do que qualquer outra coisa.

- Se for um "não" fala agora, porque se for demorar eu posso ficar aqui pra sempre. - Pouso minha mão em sua bochecha, a encaixando em sua orelha.

Chego a tocar meu nariz no seu por milésimos de segundos.

O pequeno solta um pequeno suspiro e se levanta um pouco do chão, se inclinando. Eu não perco tempo e junto logo nossas bocas.

Foi como se meu sangue todo esfriasse e esquentasse em menos de um segundo. Uma explosão que tinha acontecido dentro de mim. Sua mão pousa na minha perna procurando apoio para se inclinar um pouco mais.

Eu sorrio durante o beijo e o torno mais intenso pedindo passagem da língua e rapidamente ele permite. Seguro com minha outra mão seu rosto, o trazendo para mais perto e me virando de frente pra ele completamente.