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P.O.V Finn Wolfhard

- Tá... - Diz num suspiro.

Tiro minha mão da sua e engulo seco, me ajeitando no banco, assim como ele.

Como eu vou começar a falar isso sem ser o Finn Wolfhard que ele odeia tanto?

- Jack, eu to tentando mudar de verdade.

- Por que? - Me corta.

- Porque passar aqueles dias nessa detenção me fizeram gostar de você. - Falo rápido, sem nem conseguir pensar duas vezes.

Pelo seu rosto eu reparei a merda que eu tinha feito.

- N-Não gostar de você no jeito romântico ou... - Engulo seco. - Quer dizer, não to falando que eu não...

- Eu já entendi. - Respiro fundo.

Coço minha nuca. Parabéns, Finn, só conseguiu piorar as coisas.

- Era isso? - Seus olhos caem para seu caderno no seu colo.

- Não! - Fecho meus olhos com força. - Olha, o que eu quis dizer é que...

- Pode destrancar a porta pra mim? - Solto todo o ar dos meus pulmões. - Por favor...

O encaro por um tempo e logo sorrio amarelo.

- Claro... - Obedeço. - Me desculpa.

O menor abre a porta e sai. Me viro pra frente e reclamo baixo de mim mesmo. Passo as mãos pelos meus cabelos e respiro fundo.

Eu o observo até entrar na sua casa.

- Burro, burro... - Bato três vezes minha testa no volante. - Como que você travou na hora de dizer "eu gosto de você"?! - Grito sozinho no carro. - Puta merda, filho da puta... - Passo a mão pelo meu rosto. - É lógico que você... - Paro de falar.

Olho para o asfalto e penso: por que dei a desculpa de não gostar dele "do jeito romântico"? Será que eu...

- Porra... - Digo baixo.

- Eu gosto de você. - Repito baixo enquanto andava pelo corredor. - Eu... - Tusso. - Eu gosto de você. - Engrosso a voz.

- Finn? - Saio do meu "ensaio" e vejo Jack se aproximar.

- A-Ah, oi! - Sorrio largo tentando disfarçar. - Jack, oi, como você tá?

- Ahn... - Estranha meu jeito. - To bem, obrigado por perguntar.

- Olha, eu acho que não me expressei bem ontem. - Digo mais baixo. - Podemos reiniciar tudo e recomeçar aquela conversa?

O pequeno molha os lábios e ajeita seu cabelo para trás da orelha.

- Eu não sei, Finn...

- Por favor. Me dá uma chance. - Nossos olhares se encontram. - Só umazinha. - Digo afinando a voz.

Ele sorri breve.

- Na verdade, eu ia falar para fazermos o trabalho de biologia hoje.

- Ah, por mim tá ótimo. - Sorrio.

- Então depois da aula na biblioteca? - Concordo com a cabeça.

- Eu vou estar lá.

- Tá. Tchau... - Sussurra a última palavra e dá de ombros, andando para longe de mim mais uma vez.

Eu respiro fundo o encarando.

- E aí, campeão? - Gaten passa seu braço por trás do meu pescoço. - Como você tá?

- To bem. - Suspiro o vendo entrar no banheiro.

- Olhando o que? - Procura.

- Ah, nada. - Me viro de frente pra ele.

- Oi! - Millie se aproxima.

- Oi. - Me dá um selinho.

- Não tem mais celular? Te liguei ontem umas cinco vezes.

- Ah, foi mal. - Eu tinha mesmo esquecido.

Se eu disser que fiquei à noite inteira ensaindo o que dizer ao Grazer seria muito ridículo?

- Aproveitando que vocês dois estão aqui, tá de pé a festa na sua casa, né? - O mesmo me olha.

- Na minha casa?

- Sim? Você não viu mesmo seu celular nas últimas 24 horas, né?

- Não, foi mal. - Sorrio torto.

- Os pais do Noah cancelaram a viagem, agora vai ser na sua casa.

- Mandamos no grupo, você quem não viu, então você se vira porque eu preciso da festa pra ficar com a menina nova. - Se distância apontando para mim.

Eu mal sei onde meu celular está agora.

- Aí podemos aproveitar pra ficar um pouco juntos, né? - A Brown sorri pra mim.

- Ahn, claro. - O sinal toca.

- Te vejo depois da aula. - Beija minha bochecha e sai em direção à alguma sala.

𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora