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P.O.V Jack Dylan Grazer

Pude o escutar murmurar alguma coisa, mas decido ignorar.

Já chegávamos na minha casa e eu já me preparava para o sermão que eu tomaria. Respiro fundo meio nervoso.

Minha mãe talvez chore. Eu a decepcionei muito?? Lógico que sim, Jack, você disse que encontraria com Asher e na verdade foi ver um cara que te magoou mas que está agora sendo super fofo com você e, ainda por cima, INVADIRAM A ESCOLA. E depois, só pra melhorar as coisas, dormiu na casa dele ainda sim colocando tudo nas costas do Angel.

Eu sou um péssimo amigo e um péssimo filho.

Começo a coçar minha perna de nervosismo, mas não demora muito pra Finn a segurar, me parando. O olho confuso.

- Calma. Respira. - Pede sem tirar os olhos da rua.

Obedeço e tento não pensar muito naquilo. Mas agora meu foco estava numa coisa só: a mão dele segurando a minha sobre minha perna. Encaro aquilo que não parecia assim tão mais errado ou desconfortável quanto da outra vez.

- Se te ajuda, sua companhia melhorou tudo depois de... - Suspira. - Ontem.

Era óbvio que o término com Millie estava o incomodando muito. Sabia que algo estava faltando, que não tinha me contado alguma coisa. Queria que pudesse confiar em mim pra se abrir e assim tirar um pouco desse "peso nos ombros".

Faço carinho em seus dedos e ele me olha por poucos segundos. Sorrio fraco tentando o reconfortar.

- Tá, isso eu não esperava. - É sincero, como sempre.

- É, nem eu... - Minha fixa cai e eu a solto.

Sua mão retorna imediatamente para o volante.

Paramos na frente da minha casa, onde vejo minha mãe ajudando minha vó a entrar com suas malas. Eu que deveria a ajudar a fazer isso...

Saio do carro rapidamente, fechando a porta atrás de mim e andando até lá vendo uma mala quase cair. A ajudo.

A mesma me lança um olhar irritado mas agradecido ao mesmo tempo.

- Desculpa. - Cochicho.

- Jack! - Minha vó diz o mais alto que podia.

Era uma senhora de quase noventa anos, precisava da ajuda de uma bengala pra andar, porém tinha uma visão ainda muito boa, não precisando de óculos. Cabelos grisalhos e brancos. Bem baixinha, menor que eu.

Talvez a pessoa mais feliz que eu já conheci. Apesar de não ter mais marido, nem irmãs ou tias, minha mãe ser sua única filha e eu ser único neto, e ainda ter que viver longe de nós (sua única família), sempre está sorrindo.

- Querido, como você está grande! - Se aproxima. - Segure pra mim, Angela. - Entrega sua bengala pra minha mãe, que suspira já cheia de coisas pra carregar.

A abraço e ela retribui. Sorrio respirando fundo e sentindo seu cheiro característico.

- Trouxe aquele bolo que você gosta mas sua mãe odeia que coma. - Cochicha e dá tapinhas em minhas costas.

Depois se separa, olhando em meus olhos.

- Você está a cara do seu avô. - Sorri pequeno bagunçando um pouco meu cabelo.

- Senti sua falta. - Digo sinceramente.

- Ah, eu também! - Estende a mão. - Angela me dê minha "coisa de andar", vai logo se não a velha cai. - Minha mãe obedece. - Vamos logo entrar. - Vai em direção aos degraus.

- Você fica aqui fora. - A morena dá de ombros.

Respiro fundo a observando colocar as malas perto da porta e depois voltar pra perto de mim.

- "Com Asher", hm? - Coloca as mãos na cintura.

- Mãe... - Suspiro tentando achar um jeito de amenizar aquela mentira horrível.

- Jack, eu que vou falar agora. - Adverte. - Tem noção de como é desesperador pra uma mãe não saber onde o filho passou a noite ou com quem estava?? Juro por Deus, quando perguntei como você estava pra Asher, já que não respondia o telefone... - Era outra bronca. - E ele me respondeu com um "ele não está comigo", eu fiquei... - Gesticula as mãos tentando explicar. - Tão preocupada que...

- Foi minha culpa. - Escuto atrás de mim, seguido do barulho de um carro sendo trancado.

𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora