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P.O.V Jack Dylan Grazer

Olho para o relógio. Era quase meia noite e o fato de Finn vir ou não aqui me agoniava. Ele falava sério ou estava só brincando de novo?

Respiro fundo sentado na cama olhando para meus pés cobertos pela meia.

É, talvez ele...

Escuto batidas na janela. Finn sorri pra mim mirando a lanterna do seu celular no rosto. Olho pra porta e não vejo luzes acesas pela brecha.

Suspiro me levantando e indo até lá, abrindo.

- Como você... - Olho pra baixo, vendo que ele na verdade estava bem confortável, pisando no telhado de cima da minha cozinha.

- Me deixa entrar, tá um puta frio. - Suspira.

- Xiu, fala baixo. - Peço.

Pego a garrafa da sua mão pra o ajudar. Arqueio as sobrancelhas tentando ler do que era, mas estava muito escuro.

- Caralho... - Fala e fecha a entrada de ar gelado.

- Por que não podia ter entrado pela porta da frente? - Pergunto.

- Vi sua mãe pela janela assistindo filme na sala. - Ainda cochichávamos.

- Aqui. - O entrego o objeto de vidro. - Eu não vou beber isso.

Vou até minha cama, me sentando e me cobrindo.

- Não podia esperar até amanhã pra contar "a coisa que não podia dizer sóbrio"? Tem aula, sabia? - Bocejo.

- Tenho que te falar porque... - Abre a garrafa e toma no bico. - Hm, já to guardando faz muito tempo. - Faz uma careta e se senta na beira da cama, próximo de mim. 

- Tá...? - Digo confuso.

Escutamos o barulho de uma porta se fechando, era do quarto da minha mãe. Vai estar dormindo daqui a pouco, deixando tudo menos perigoso.

- Tó, vira um gole também. - Estende pra mim.

- Não, valeu...

- Eu não vou contar com você 100% em si também não. - Não parecia brincar.

Reviro os olhos e pego de sua mão. Após o encarar por mais um tempo, eu viro dois goles achando que conseguia sequer um.

Por sorte engulo o líquido extremamente amargo antes de ter que tossir desesperadamente. Finn ri e faz sinal pra eu ficar em silêncio. Tento me conter e respiro fundo.

- Que droga é essa?? - O entrego.

- Não é droga, é bebida alcoólica. - Vira vários goles. Como ele conseguia??

Ainda sentia o gosto na minha boca. Que horror... Pelo menos meu sono parecia estar passando.

- Aí eu não quis. - Conclui sua história.

- Tudo porque ela não tinha tatuagens? - Termino de fazer uma pequena trança com a franja do cabelo do mesmo.

- Que? "Vantagens"? Não, eu acabei de falar que ela era bonita pra caralho.

- Não, burro. - Bato de leve na sua testa. - Tatuagens. - Repito.

Ele ri e eu também.

O Wolfhard estava deitado bem no meio das minhas pernas que estavam sentadas em perna-de-índio. Eu não estava bêbado, só meio feliz demais. Eu vou lembrar disso depois, mas não posso dizer o mesmo de Finn.

- S-Sabe o qui que eu ia te fala? - Começa.

- Hm? - Deixo a trança sobre seu rosto e começo a reparar como ela se desfazia por seu cabelo ser enrolado. Coloco minhas mãos próxima de suas orelhas pra poder ver melhor.

- Que você é... Que eu gosto de você. - Nossos olhares se encontram.

Seus olhos chegavam a estar foscos por conta da bebida. Ele estava falando sério ou só estava delirando por estar bêbado?

- Você tá brincando? - Tinha que perguntar.

- Neeem. - Fecha os olhos franzindo o cenho, balançando a cabeça em sinal de não. - Eu gosto muito de você, Jackzin. - Volta a me encarar.

Seus olhos caem para meus lábios.

- E você tem essas partes da boca que eu esqueci o nome bem bonitas. - Aponta. - Eu gosto da sua boca.

Respiro fundo. Eu devia saber que era isso... Eu não sabia o que responder, ainda mais com ele bêbado.

- Desculpa, eu não queria te deixar triste. - Pede.

- Eu não estou triste...

- Tá sim, ó, você tá fazendo cara de triste. - Aponta.

- Eu só estou pensando. - Molho meus lábios ainda o encarando nos olhos.

- Em que...? - Cochicha como se fosse um segredo.

𝕕𝕖𝕥𝕖𝕟𝕥𝕚𝕠𝕟 𑁍 Fack Onde histórias criam vida. Descubra agora