Eu não tinha muitos amigos no Brasil. A maioria dos meus amigos estavam na Argentina e na Itália e raramente os via, apenas pela internet.
Mas tinha alguém, um velho conhecido, que eu considerava como irmão e que havíamos retomado contato nos últimos tempos.Jorge.
Jorge e eu nos conhecíamos desde criança e entre idas e vindas pro Brasil, sempre estávamos juntos e compartilhando histórias.
Recentemente ele havia se casado e Paola, sua esposa, estava grávida do primeiro filho.
E, assim que sai do prédio da Karol, foi para casa deles que eu dirigi.
Eu estava com a foto pousada no banco do carona e, sem dúvida, Jorge e Paola deviam ter algum porta-retrato. Eles iriam me emprestar e tudo ficaria bem.
Só precisava de um porta-retrato.
Assim que parei o carro na porta da casa deles, desci com a foto na mão e apertei a campanhia algumas vezes, até que ouvi um grito vindo de dentro da casa e parei.
Meus olhos estavam pesados e minha cabeça doía.
─ Ruggero?
Jorge me encara com os olhos semicerrados, talvez não acreditando na minha visita repentina.
─ Você tem um porta-retrato? – Ergo a foto que está na minha mão.
Ele me observa um pouco, atento.
Por fim balança a cabeça.
─ Acho que a Paola tem alguns. – Sorri amarelo. – Entra, você está precisando de uma bebida e de um amigo.
Não falo nada, pois ele tem toda razão.
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A casa de Jorge é enorme e arejada. Eu sabia que ele e Paola eram do tipo que andam por ai levantando a bandeira da natureza e protestando nas ruas pelo meio ambiente, por isso não estranhei o tanto de flores e plantas espalhadas pela casa.
Nos sentamos no sofá na sala e ele me serve um copo de água e quando franzo o cenho, ele apenas dá de ombros.
─ Desde que ela engravidou, não entra mais bebidas nessa casa. – Explica. – Mas tem bastante lata de leite na dispensa, se quiser, posso improvisar algo pra você. Pode ser nossa cobaia.
Nego veementemente e acabo rindo.
─ Acho que a água é mais que suficiente.
Jorge ri, mas sei que está me analisando, pois está com aquele olhar que sempre fazia quando estava me pegando na mentira ou questionando minhas desculpas.
─ O que aconteceu, Ruggero?
Bebo um gole generoso da água e depois descanso o copo na minha perna.
─ Estava com saudades de você. – Minto descaradamente e escancaro um sorriso no rosto.
─ Não seja ridículo! – Estala a língua. – Você está tendo problema com alguma mulher, né?
Me remexo no sofá, subitamente desconfortável.
─ Está tão na cara assim?
Ele arqueia a sobrancelha daquele jeito que diz que me conhece bem o suficiente para ler isso na minha expressão sem que eu precise abrir a boca.
Relaxo os ombros.
─ Vai falar ou está esperando um convite formal?
Rolo os olhos me sentindo coagido.
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Luxúria
FanfictionSINOPSE LUXÚRIA: "Três anos atrás Karol havia feito uma coisa que se arrependia amargamente; ela havia traído o, até então, namorado. Pensar nisso a fazia ter dores de cabeça. Trair significava que ela não era a mulher perfeita que Michael esperava...