Cap 29

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DOIS DIAS DEPOIS...

Encarar a morte de Mike parecia mais fácil do que eu poderia imaginar. Eu esperava uma dor enorme e até um sentimento parecido com saudade, mas não tinha nada. Nada mesmo.
E eu não sabia se me sentia mal ou bem por isso, mas com certeza eu deveria tentar deixar isso de lado.

Finalmente menos um problema.

Abri os olhos bem devagarzinho, absorvendo a situação.
Ruggero estava abraçado ao meu corpo e dormir assim com ele era maravilhoso.

Estávamos em seu apartamento e eu havia conhecido Peter - que, aliás, era um doce de gato; e tínhamos conversado até altas horas da madrugada, então acabamos dormindo no tapete da sala, com a TV ligada em um canal qualquer.

Consegui me desvencilhar de seu corpo e me sentei. Estava com o corpo todo dolorido e com o estômago doendo um pouco, sem contar o enjôo terrível.
Quanto mais os dias passavam, mais eu pensava sobre o que Lionel tinha dito.

E se eu estivesse mesmo grávida? E se esse bebê acabasse sendo do Mike?

Bom, eu amaria meu filho, mas... Por mais egoísta que pudesse parecer, eu não queria carregar um filho dele no meu ventre.
Não dele. Mike havia me ferido muito.

─ Tudo bem?

Olhei Ruggero por cima do ombro.

Ele havia acordado, mas ainda parecia desorientado demais.

─ Bom dia, flor do dia!

Rugge riu e me puxou para cima dele, me envolvendo em seus braços e beijando meu rosto diversas vezes.

─ Vamos dormir mais um pouco... - Implorou. - Só mais cinco minutos.

─ Não, Senhor. Lembre-se que hoje tem uma reunião com os acionistas. Logo o Senhor Bruno estará de volta e tudo precisa estar nos conformes.

─ Eu sei que você tem razão, mas ainda quero ficar aqui, agarradinho com você, dormindo mais um pouquinho.

Beijei seus lábios com delicadeza e usei os braços para me dar impulso para trás, para onde seus braços não me alcançassem mais e eu pudesse me levantar.

─ Vou tomar um banho! - Avisei, me levantando.

Peguei minha bolsa no sofá e corri para o banheiro.

No caminho encontrei Peter e o coloquei no colo, assim que cheguei ao banheiro, coloquei-o no chão, mas ele acabou me seguindo para dentro e fechei a porta com cuidado.

Peter me olhava com atenção.

Talvez ele conseguisse ler minha mente.

Fui até a pia e pousei minha bolsa em cima, abri o zíper e logo no topo estava uma caixinha branca com rosa, praticamente gritando, se mostrando para que eu a pegasse e fizesse logo o teste que estava dentro dela.

Vamos lá, Karol. É só fazer xixi.
Só um xixizinho.

Peguei a caixa comprida na mão e analisei-a com bastante lerdeza, tentando prolongar aquele momento.
Mas eu não podia fugir.

Eu tinha que fazer aquele teste de gravidez logo.

Respirei fundo e abri a embalagem, peguei o teste que estava dentro e notei que ele era mais leve do que eu imaginava.
Nem dava para acreditar que o resto da minha vida poderia mudar e que aquilo seria o divisor de água, o mensageiro do futuro.

Meu futuro todinho dependia do meu xixi e daquele negócio que mais parecia um termômetro.

Respira.

LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora