Cap 26

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A ligação de Lionel me deixou desesperada.

Ele havia falado por alto, mas pelo que entendi Mike havia ido atrás de Ruggero e até tinha atirado nele; era apavorante pensar que algo poderia ter acontecido com ele e que, dessa vez sim, eu o perderia pra sempre.

Então assim que acabei de prestar depoimento e formalizar a denúncia contra meu ex-noivo, corri para o táxi e praticamente voei até o hospital.

Valentina precisou ir pra empresa, mas eu não tinha cabeça pra trabalhar.

Eu precisava vê-lo logo.

Assim que entrei no hospital, me esgueirei pelas pessoas que saiam apressadas e fui até recepção procurar por noticias, mas a recepcionista não parecia preocupada em ter pressa para atender as pessoas, como se não tivesse dezenas de pacientes precisando preencher fichas e serem atendidos logo.

─ Ruggero Pasquarelli. – Falei, me apoiando no mármore gelado onde havia milhões de papéis e arquivos. – Ele acabou de dar entrada aqui. Um tiro de raspão.

A loira aguada – vulgo, a recepcionista – apenas ajeitou os olhos e digitou algo no computador a sua frente.

Depois me olhou.

─ Sente-se ali e espere um pouco.

Esperar?

Ela só podia estar louca.

O tempo não era meu amigo.

─ Quê? Mas eu preciso ver ele agora!

─ Olhe ao redor, moça. Por acaso acha que é a única aqui com pressa? Pare de escândalos e vá sentar!

Eu já ia retrucar quando ouvi gritarem meu nome e, entre várias cabeças desconhecidas, vi o cabelo azul de Lionel e corri na direção dele.

Abracei meu amigo com força e ouvi ele reclamar que estava dolorido, mas mesmo assim me abraçou de volta e beijou minha cabeça.

Ele estava péssimo e tinha um curativo no lábio inferior, mas aparentemente iria ficar bem.

─ O que aconteceu com você? – Perguntei tocando seu rosto avermelhado. – Me perdoa, isso é culpa minha...

─ Sua? Claro que não! A culpa é daquele gigôlo do seu ex. Não sua. Foi ele quem me bateu, só porque eu pulei nas costas dele pra salvar o boss.

Talvez em outro momento eu teria rido da idéia de Lio pulando nas costas de Mike, mas naquele instante, eu fiquei apavorada só de imaginar a cena.

─ E como ele está?

Lionel abriu um sorriso amarelo.

─ O tiro pegou de raspão, mas ele perdeu muito sangue vindo pra cá e o levaram lá pra dentro para pontear e fazer alguma coisa que me deixaria de estômago embrulhado, mas... Bom, acho que ele ficará bem.

Eu precisava vê-lo.

─ Será que me deixariam entrar? Eu sinto que preciso vê-lo logo. Estou aflita demais e...

─ Calma. – Meu amigo pediu, tocando meu ombro. – Vamos sentar que eu preciso te mostrar uma coisa primeiro.

Franzi o cenho.

Lionel pegou um envelope branco de dentro do bolso de trás de sua calça e me entregou.
Fiquei olhando aquele pedaço de papel e depois encarei meu amigo.

─ O que é isso?

─ Isso é a forma que o seu galã achou pra dizer que te ama. Vamos, você precisa ler isso antes de correr pros braços dele.

LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora