Cap 30

1.7K 123 33
                                    

Karol parecia melhor, mas eu tinha resolvido lhe dar alguns dias de folga, pelo menos para que ela absorvesse melhor tudo que passara nos últimos dias; eu sabia que apesar de tudo, ela ainda havia ficado abalada com a morte do ex-noivo e, sinceramente, não iria pressioná-la, ainda mais agora que teríamos o nosso filho.

Quando ela contara do bebê eu quase me senti explodindo de felicidade e, do fundo do coração, não me importava a pequena chance daquele bebê não ser meu.
Seria filho dela e isso me bastava.

Eu havia contado aos meus pais sobre Karol e no primeiro momento meu pai ficara receoso e até me dera umas boas broncas - ele achava que eu a tinha seduzido, mas no final ambos entenderam que nos amávamos.
Minha mãe queria muito voltar logo para ajudar Karol em tudo que ela precisasse para o bebê, então haviam adiantado a volta para a próxima semana.

E eu estava feliz de verdade.

─ Diz a Karol que eu mandei um beijo? Estou morrendo de saudades dela! - Valentina disse assim que me aproximei da recepção e lhe contei que havia deixado Karol na casa da Vó Margô. ─ Agora ela só quer saber de você.

Eu ri.

─ Eu sou irresistível, minha cara cunhada. - Gracejei, mas ela fez apenas uma careta pra mim. ─ Mas eu já te disse que pode ir visitar a Karol quando quiser, pode até ir comigo quando eu for mais tarde. Combinamos de ver um filme hoje.

Valentina balançou a cabeça.

─ Claro que não! Não quero atrapalhar a vida sexual de vocês. Daqui uns meses vocês já terão um bebê pra fazer isso.

─ Mas ainda bem que ele ou ela terá uma tia muito amorosa que vai ficar bastante com ele (a), para o papai e a mamãe poder fugir um pouquinho, né?

Minha cunhada semicerrou os olhos pra mim.

─ Você só faz isso porque sabe que meu coração é igual manteiga derretida.

Me debruço sobre o mármore e lhe dou um beijo na testa.

─ Te amo, Cunhadinha!

─ Ama, né? Sei.

Comecei a rir enquanto me afastava para ir até o elevador, mas antes de entrar, Valentina me chamou e eu olhei pra trás.

─ Algum problema?

Ela balançou uma caneta que estava na mão.

─ Subiu uma mulher, ela disse que precisava falar com você. Faz uns cinco minutos.

Franzi o cenho.

Eu não me lembrava de ter marcado hora com ninguém assim tão cedo.

Porém acabei dando de ombros e agradecendo a Valu.

Quem poderia ser?

------------------------------------------------------------------------------------------

Quando abri a porta da minha sala, paralisei.

Estava com a mão pousada na maçaneta e com os lábios costurados. Não saia voz alguma.

A mulher que Valentina havia falado estava sentada em cima da minha mesa com as pernas cruzadas e a coluna ereta; tinha um sorriso nos lábios pintados de vermelho e batucava as unhas enormes na coxa coberta por uma calça jeans justíssima.
Clarice adorava roupas justas.

Fechei a porta atrás de mim e tranquei com a chave.

Enfiei as mãos nos bolsos e a encarei.

─ Executivo. Sabe que eu nunca imaginei você em um cargo tão sério? - Ela disse com sua voz aveludada. - Mas isso te deixa ainda mais sexy.

LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora