Cap 19

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No caminho até o apartamento de Karol, ela parecia pensativa e mesmo me lançando alguns sorrisos e deitando a cabeça no meu ombro, eu podia notar que ela estava distante; seus pensamentos não estavam ali.

Porém não questionei, ela devia ter seus motivos e, de certa forma, meus pensamentos também estavam bagunçados e alterados.

Era esquisito, mas aquilo que havia acontecido no carro momentos antes não havia sido apenas sexo.
Não foi como das outras vezes e ela também havia notado. Não éramos bobos.
Mas também não era algo que alguém se atrevia a falar em voz alta.

E era bom o silêncio. Havia coisas que poderiam ser esquecidas se não fossem mencionadas e eu não estava pronto para lidar com esse outro lado do nosso "relacionamento" ou seja lá o que tínhamos.
Estava bom como estava.

─ Eu gosto do seu cheiro. – Ela disse com a voz suave.

E eu ri, por que... Bom, porque era bom ouvir aquilo.

Acariciei seu rosto levemente com uma das mãos e fiz o possível para resistir a vontade de beijar sua boca.

Mas certamente eu beijaria quando chegássemos a seu apartamento.

─ Não fale essas coisas, Coração. Eu fico emocionado. – Gracejo, e ela me acompanha numa gargalhada que ecoa pelo carro deixando tudo mais leve; e aquilo era muito bom. – Mas também quero deixar claro uma coisa.

Ela se afasta do meu ombro enquanto eu estacionava em frente ao prédio que ela morava.

Só depois de desligar o carro é que a encaro e, se é que era possível, ela parecia ainda mais bonita.

As bochechas coradas, a pele levemente suada que era um belo lembrete do quê havíamos aprontado; os lábios ainda inchados pelos beijos, o cabelo desgrenhado, mas não de um modo ruim, se bem que eu suspeitava que isso seria impossível.
Ela parecia iluminada e precisei de alguns segundos para retomar a razão.

─ Que coisa? – Indagou, ao notar que eu estava em completo silêncio.

Não resistindo aos impulsos que me tomavam, aproximei meu rosto do seu e depositei um beijo casto em seus lábios e levei um tempo até afastar nossas bocas, mas quando o fiz, notei que seus olhos continuavam fechados.

Sorri.

─ Eu gosto do seu cheiro também. – Confidenciei em um sussurro.

Ela abriu os olhos no mesmo momento em que um sorriso atravessou seu rosto e, nesse mesmo instante, meu corpo se arrepiou de uma forma que tive certeza que nunca me esqueceria.

Tinha algo quente e reconfortante escorrendo pelas minhas veias junto do sangue; e havia meu coração que martelava forte no peito, se lixando para o meu cérebro que ordenava que ele se comportasse.
Naquele momento eu queria que nosso mundo fosse dentro daquele carro.

Karol me olhava e eu me via refletido em seu olhar.

Por fim, ela acariciou meu rosto.

─ E se a gente esquecesse aquele bolo e ficasse aqui mesmo? – Sugeriu.

─ E se a gente ficasse bem juntinhos enquanto você me ensina a preparar o melhor bolo do mundo? – Contrapus.

Ela estreitou os olhos.

─ Você é um espertinho, sabia?

Beijei a ponta de seu nariz e isso a fez rir.

─ E você gosta disso, Coração.

E então ela me beijou, pois não precisávamos de uma confirmação. Eu sabia que ela gostava.

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