Cap 34

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Eu podia sentir a mão de Valentina segurando a minha enquanto a maca onde eu estava deslizava pelos corredores do pronto-socorro.
Os enfermeiros falavam coisas que eu jamais entenderia, mas o que eu pensava era que eles precisavam salvar meu filho. Meu bebê não podia morrer.

Ele não merecia isso.

Fechei os olhos por um momento sentindo o desespero ir e vim, mas não tinha forças nem para falar; estava tão fraca e sonolenta... As luzes no teto passavam como um borrão pelos meus olhos semicerrados.

Valu falou algo, mas não entendi.

Eu precisava do Ruggero.

Ruggero.

Ruggero.

Ruggero.

─ Ruggero. – Sibilei.

Ou acho que sibilei.

─ A senhorita não pode entrar aqui. Só a paciente. – Alguém falou.

─ Ruggero. – Tornei a dizer. ─ Ruggero!

A mão da minha irmã abandonou a minha subitamente e a última coisa que me lembro é dela dizendo que tudo ia ficar bem... Depois tudo ficou escuro.

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Cheguei o mais rápido que pude no hospital

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Cheguei o mais rápido que pude no hospital.

Quando Valentina me ligou falando o que estava acontecendo, meu mundo desabou completamente.

A minha mulher e o meu filho dentro de um hospital, passando por Deus sabe o quê, correndo risco de vida.
Não.
Isso não era justo.

─ Cadê ela? – Perguntei assim que cheguei à sala de espera onde Valentina estava. Meu coração batia muito forte no peito. ─ Cadê ela, Valentina?!

Algumas pessoas conversavam alto demais e um cheiro forte de alvejante cobria o ambiente, mas nada daquilo me importava. Eu queria saber deles.

─ Entraram lá pra ala obstétrica... Eu não sei. Não sei. Minha irmã parecia muito mal... – Ela esfregou o rosto. ─ Tinha sangue demais. Era tanto sangue que...

As palavras ficaram suspensas no ar, mas eu compreendia. Pelo desespero em sua voz eu podia deduzir o pior.

E eu não conseguia suportar a idéia de o pior estar acontecendo. Karol e o meu filho precisavam ficar bem.
Eles tinham que ficar bem.

─ Ninguém fala nada! – Exclamei, furioso.

Algumas atendentes estavam concentradas preenchendo fichas de outros pacientes que chegavam um pior que o outro, sem contar nas pessoas que já estavam na sala de espera, alguns até com bebês febris e adoentados nos braços.

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