Cap 32

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─ KAROL!

Bati com força na porta do elevador, mas ela já havia partido. Nunca iria ouvir meus gritos.

Alguns vizinhos saíram para tentar entender os berros, mas eu não me importei, continuei socando a porta metálica a minha frente, mas era em vão.

─ Ruggero, está todo mundo olhando! – Clarice ralhou, tentando me puxar. ─ Está tudo bem com ele. Só está um pouco bêbado, mas estou cuidando dele. – Ela explicou a alguém.

Puxei meu braço que ela segurava e dei a volta, corri para meu apartamento e apanhei meu celular para ligar pra ela.

Ela tinha que me ouvir.

Foda-se Clarice e seus beijos e todas as lembranças que ela carregava consigo. Eu não me importava com a merda do passado.
Só queria saber do meu futuro que era ela. Ela e nosso filho.

─ Atende, por favor... – Implorei, com o telefone colado no ouvido.

Porém, chamava e chamava, mas ela não atendia, até que caia na caixa postal.

Depois aconteceu a mesma coisa e depois de novo.

Estava me ignorando.

Meu lado lógico dizia que eu precisava respeitar o tempo dela, mas... Não! Doía pensar que eu a perderia por esse erro. Esse maldito erro.
Nunca foi minha intenção traí-la... Eu jamais iria querer magoá-la.

Karol era minha vida.

─ Que foi isso, Ruggero? O que aconteceu com você? Parece uma criança.

Girei nos calcanhares e fitei Clarice.

Por Deus, se ela não saísse de perto de mim, eu iria perder o juízo e fazer uma besteira. Uma grande besteira.

─ Você não tinha esse direito! Não tinha!

─ De que? De te livrar dessa vida de merda? – Retrucou. – Ruggero, estava na cara que isso não iria durar. Você é como eu e pessoas como nós não nos apaixonamos. Ou já se esqueceu de quantos corações partidos deixou pelo caminho?

Atirei o telefone em cima do sofá e a agarrei pelo pulso.

─ Eu não sou como você. Pelo menos não mais. – Berrei. – Eu descobri o que é amar e não vou perder a mulher da minha vida, não vou!

Ela riu puxando o pulso para se livrar de mim.

─ É desse Ruggero que eu gosto, sabia? Dessa pegada gostosa e desse olhar ferino. Eu adoro.

Balancei a cabeça, transtornado.

Ela era maluca. Como nunca me dei conta disso?

─ Sabe o que me consola no fim das contas, Clarice?

─ Eu?

Neguei.

─ O que me consola é saber que mesmo que eu nunca mais volte a vê-la, mesmo assim eu descobri como é amar e ser amado. Não vou passar o resto dos meus dias oco por dentro que nem você. – Sorri, mesmo triste. – Agora eu sei como é bom se apaixonar e isso ninguém tira de mim.

Clarice desmanchou o sorriso do rosto e ai notei que havia tocado em sua ferida mais profunda.

Até os monstros tem um coração.

─ Você vai voltar rastejando pra mim, seu imbecil.

Peguei sua bolsa e joguei em cima dela, empurrando-a para fora.

─ Vai embora e nunca mais ponha os pés aqui ou eu chamo a polícia. – Fechei a porta em sua cara.

Ela deu alguns murros na madeira, mas depois desistiu e foi embora.

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