Capitulo 17 (Os homens que não amavam as mulheres)

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Maria
        – Quando me diz aquilo parece soar como uma lei e preciso me relembrar daquela maldita noite que viraria a minha vida do avesso,tentando soar forte as coisas se embaralham mais na minha cabeça mas preciso me concentrar e buscar forças pra lhe contar.
Maria:– Faltava poucas horas pro ano novo e Lúcia tinha encomendado um jantar maravilhoso com tortas,saladas e lasanha sobretudo pelo vinho que tinha tomado um pouquinho de mais,sabe era a primeira vez que experimentava aquele tipo de alegria em família,resolvi me soltar completamente.
John:– Tem boa memória pra comida assim?
        – Sinto um tom de deboche na sua voz que me faz rir um pouco seria dúvida que tem sobre as coisas que estou lhe contando ou porque me lembro bem das comidas que mais amo,guardo na memória?
Maria:– Sempre.
John:– Continua.
Maria:– Foi tudo tão normal que até cheguei à pensar que éramos uma família de verdade sem as velhas cicatrizes de sempre.
John:– O que mudou?
Maria:– Meu irmão estava me tratando muito bem...
       – Estou hesitando outra vez porque sei que a verdade admitida pode doer muito mais do que as mentiras que tentei contar pra mim mesma sobre o monstro que habita em casa.
Maria:– Bem até demais se você me entende...Ele tinha bebido um pouco demais e assim que se soltou começou à me falar coisas bizarras e nojentas.
John:– Tipo...
Maria:– Que me amava mais do que um irmão e só me machucava porque não suportava a idéia de me ver com outros caras.
John:– Você não precisa ter medo Maria.
Maria:– Temer aquela casa é a única coisa que faço,depois do que houve no quarto...o clima entre a gente só vem piorado mais.
John:– Então me fala porque juro que estou prestes à ir atrás desse maldito mesmo antes de me contar mais!
Maria:– Senta aí!Por favor!
         – O sinto ceder e sentar mais perto ao ponto de nossos braços e pernas se tocarem e isso enviar uma onda de choque mesmo antes de sentir sua pele, uma doideira!
John:– O que tá pensando?
Maria:– Nada,me deixa logo contar tudo!
       – Respiro fundo e fecho os olhos como se me preparar fosse aliviar os fatos mas a realidade era uma pedra gigantesca me esmagando.
Maria:– Sai de perto dele e fui direto pro meu quarto me trancando lá sem querer saber o por que de mais nada.
John:– Por que não conta essa loucura pra sua mãe!?Deve ser por isso que essa safado tenta te fazer mal...
Maria:– Já contei,o problema é que de alguma maneira Alex parece ter feito a cabeça dela e...minha própria mãe me chamou de mentirosa e me bateu no rosto.
         – Coloco uma mão na bochecha que ela tinha machucado mas o que mais doeu foram as palavras que disse naquela tarde,dentre elas envolviam"prostituta"e só de me lembrar daquilo as lágrimas rolam pelo meu rosto não foi porque me sinto fraca mas porque tenho sido forte por tempo demais e John foi a primeira pessoa que quis ouvir meu lado da história sem julgar ou querer me estapear,também não esperava que me pegasse pelos ombros e me abraçasse daquela maneira,sem dizer mais nenhuma palavra coloco minha cabeça no seu ombro e me deixo ser embalada quando as lembranças vem mais fortes que nunca.
(No passado)
  Maria:– O que você quer aqui!?
Alex:– Não posso dar um beijo de boa noite na minha irmãzinha?
         – Estávamos sozinhos em casa já que Lúcia tinha levado a mamãe pra passear pelo shopping e ver os fogos e sabia que meu irmão estúpido tinha bebido além da conta e parecia um animal sem coleira pronto pra destroçar o que estivesse no seu caminho.
Maria:– O que você quer!?
         – Sua risada parece tão diabólica e esquisita quanto seus atos naquela noite,pra deixar aquela madrugada como um verdadeiro filme de terror esse maldito tinha pegado a cópia da chave do meu quarto provavelmente com a cabeça fraca da mamãe.
Alex:– Te disse tudo que sentia,agora?
Maria:– Como assim?Eu não vou contar pra ninguém essa safadeza que me revelou!Você é doente!
        – Antes de poder gritar tenho meu cabelo segurado por uma de suas mãos que me agarram fortemente e fico contra a parede enquanto sinto sua respiração pesada e quente no meu pescoço,pânico se instala por mim muito rápido porque sabia que pra ele nada importava e quando queria uma coisa conseguia,pensar nele como um monstro começou naquela noite quando descobri do que Alex poderia ser capaz.
Lúcia:–Maria,Alex!?Esqueci as chaves!
       – Antes de poder gritar por ajuda tenho minha boca tampada e quase me engasgo sem àr e mais uma vez escuto Lúcia subindo as escadas e graças à Deus estava salva pelo menos por enquanto mas meu irmão me diz algo no ouvido que até agora não me saiu dos pensamentos e pesadelos à noite.
Alex:– Se tentar falar qualquer coisa do que aconteceu aqui hoje maninha corto a garganta da nossa mãe e da nossa irmã ouviu bem!?
         – Como me sentia em choque com as coisas que tinham acabado de me acontecer não tinha reação alguma além de chorar e foi quando puxou com força meu cabelo me perguntando se tinha entendido e faço um sinal com a cabeça em afirmação.
        – Ao tentar me soltar do abraço de John sinto suas mãos nas minhas costas me impedindo de ficar longe,é claro que você está preocupado não é garoto de programa?Acho que foi por essa razão que resolvi não contar pra ele o quase abuso que sofri naquela noite,por essa ameaça não reclamo mais pra ninguém sobre o doente que habita em casa e mesmo assim não vou deixar Alex ganhar no fim,por isso vou atrás do meu vizinho até ele tirar minha virgindade e acabar com isso já que à qualquer momento Alex pode surtar e acabar comigo e fazendo isso posso estar pelo menos um pouco no controle no fim das contas.

Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora