Capitulo 67 (Até eu te encontrar)

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Maria
          — Queria ter o poder de consertar um coração porque naquele exato momento estava precisando ver meu gato se despedaçar enquanto a noite se passava ao nosso redor,apenas o barulho da sua voz cortava um pouco aqueles lamentos.
Maria:– Você não tem culpa de nada.
John:– Droga Maria claro que tenho!
Maria:– As coisas acontecem,pessoas morrem e precisamos lidar com isso é a vida ninguém disse que é fácil!
         — Tentava beijá-lo no rosto para que de alguma maneira sentisse que não estava sozinho mas continuava fechado na culpa que o esmagava.
Maria:– Não importa o que acha porque agora acabou e mesmo acreditando com todas as forças que não é culpado John isso tem que vim de você.
John:– Não consigo me perdoar Maria!
Maria:– Como eu disse antes uma hora precisa enfrentar seus demônios sozinho.
         — Ao beijar sua testa me aninho em seus braços e mesmo tentando me manter acordada o cansaço foi maior e adormeci do lado daquele cara quebrado.
Leticia:– Maria?
         — Queria que fosse um sonho mas estava mesmo ouvindo a voz dela será que estou alucinando?
Leticia:– Amiga acorda.
Maria:– Oi que horas são?E o que está fazendo aqui?
Leticia:– Liguei pro John mas sem resposta sabe.
Maria:– Droga!
Leticia:– Fica calma.
Maria:– E por que eu deveria mesmo?
Leticia:– Bem se ele não está aqui ou no trabalho também não deve ser pra ficar com a cabeça fria sabe?
Maria:– Não sei mesmo Leticia me explica.
Leticia:– Hoje é aniversário da morte dela.
Maria:– Droga!Ele me contou ontem a noite.
Leticia:– Sério?
Maria:– Por que a surpresa?
Leticia:– Nada é que antigamente ele não contaria essa tipo de coisa para alguém que acabou de conhecer.
Maria:– Valeu pela parte que me toca.
Letícia:– Não me entenda mal é que estou notando mudanças nele são boas e obrigada por isso.
           — Apesar de estar preocupada precisava lidar com outros assuntos naquele momento e deixaria John lidar com as suas coisas e sobretudo espaço.
Maria:– Pelo que?
Letícia:– Por ter ajudado ele sou uma das melhores amigas só que nunca cheguei longe nesse processo de cura.
         — Desejava poder fazer muito mais mas não podia estava querendo curá-lo quando apenas John poderia fazer isso.
Leticia:– Vou trabalhar mas pensei em passar aqui primeiro e saber como ela está.
Maria:– Ainda dormindo.
Leticia:– Se precisar de ajuda para qualquer coisa sabe que estou aqui.
Maria:– Obrigado querida.
          — Quando sinto seus braços ao meu redor percebo que encontrei uma verdadeira amiga que poderia contar para o que desse e nossa a sensação é muito boa.
Maria:– Senti sua falta.
Leticia:– E eu a sua!
        — Mesmo tentando limpar as lágrimas do seu rosto continuava à derramar toda a tristeza que sentia.
Leticia:– Me perdoa Maria!
Maria:– Não tem o que perdoar e você sabe.
        — Ela nunca foi responsável por nada e aqueles problemas iriam dar um jeito de se resolver qualquer hora dessas.
Leticia:– Eu tinha minhas dúvidas sobre esse relacionamento desde o começo mas agora tudo passou.
Maria:– Espera como assim?
        — Ao me afastar um pouco dela à sinto me segurar pelos ombros.
Leticia:– De alguém cega ficar com um cara que faz programa mas eu melhor do que qualquer um deixei para trás esses preconceitos idiotas!
Maria:– Fico feliz que tenha deixado de ser cega.
Leticia:– Engraçadinha.
Maria:– Não eestou brincando!
        — Notava pelo tom de divertimento da sua voz que algo está diferente mesmo porque ao fazer esse tipo de brincadeira antes lembro que ficaria toda sem graça e até constrangida como se eu fosse feita de açúcar e não pudesse lutar minhas próprias batalhas por causa de não enxergar só que o mundo dá voltas graças à Deus.
Maria:– Sempre quis você do jeito que te encontro agora.
Letícia:– Com vergonha na cara?
Maria:– Como alguém que poderia confiar de fato,eu te amo muito!
           — Não mudaria nada do que passei foram momentos pesados e sombrios mas que me fizeram chegar de alguma forma até ela e isso não tem preço.
Maria:– Onde está o Alex?
Letícia:– Com a Lurdes.
Maria:– Uau!
Leticia:– Foi o que pensei talvez aquele idiota tenha salvação de alguma forma.
Maria:– Talvez.
Letícia:– Sei que não gosta de tocar nesse assunto pelo que houve.
Maria:– Tem razão não gosto mas fico melhor em saber que talvez Lurdes consiga achar algo bom naquele cabeçudo de uma figa.
Letícia:– Faço minhas suas palavras.
          — Eu à levo até a porta e me diz para mandar um abraço para meus patrões e para John também é claro que no início talvez tivesse uma queda por ele mas agora parecia que tinha superado.
Maria:– Bem quando achar ele direi isso.
Leticia:– O que houve com?
Maria:– Sumiu e não sei aonde está.
Leticia:– Tá bem mesmo assim.
Maria:– Deixa comigo.
         – Sou eu ou o mundo está meio louco?Primeiro o John que é perfeitamente aceitável que tenha tirado esse dia apenas pra ele já que hoje passaria alguns momentos tentando esquecer o que houve e acreditando que era um maldito culpado pelo passado,agora Leticia querendo dar uma de super protetora comigo?
Maria:– Sabe o quanto gosto da sua amizade não é?
         — Enquanto caminhávamos de braços dados sentindo aquele vento fresco beirando ao frio de gelar ossos  sentia que Leticia estava escondendo algo de mim e precisava saber o que era porque os amigos fazem isso no fim.
Letícia:– Nossa fico até meio emotiva quando fala assim.
Maria:– Por que?
Leticia:– A história é estranha.
Maria:– Eu sou bizarra.
        — Escutando sua risada percebo que aquele sentimento de hesitação se esvaiu por completo.
Leticia:– Depois do meu irmão e John e às vezes até aquele idiota do Ricardo não tenho pessoas que poderia chamar de amigas.
Maria:– Espera aí!
Leticia:– Pois é.
Maria:– Não isso mas o fato do Ricardo ter um coração bem estranho.
Leticia:– Ele pode ser um canalha e babaca na maioria do tempo mas tem seus momentos de ajudar os outros não sei se sabe mas depois que a sua irmã faleceu a única pessoa que acreditou na inocência do seu homem foi o Ricardo.
Maria:– Pois é ouvi falar,gente pode surpreender né?
Leticia:– De fato.
          — Alguns minutos depois tínhamos chegado no meu trabalho onde Leticia começava à se despedir e com isso tive certeza que alguma coisa esteve muito errada nisso tudo.
Leticia:– O que foi?
Maria:– Você não vai escapar mesmo moça!
Leticia:– O que!?
Maria:– Posso te conhecer à pouco tempo mas sei que alguma coisa te incomoda me conte agora!
Leticia:– Tá bem mamãe!
Maria:– Corta a ironia e vai direto ao ponto beleza?
Leticia:– Estou grávida Maria!
         — Por um momento não sabia se lhe dava os parabéns ou se perguntava como aconteceu quer dizer não que não soubesse mas se foi com alguém que esteve saindo.
Maria:– Minha cabeça está confusa.
Leticia:– E acha que a minha não!?
Maria:– Parabéns?
         — Tentar soar dramática e negativa numa situação dessas não me levaria à lugar nenhum então comecei à apelar para meu lado cômico nesse caso o mais leve possível.
Leticia:– Estou ferrada!
Maria:– Não está mesmo!Vamos entrando!
Saiury:– Bom dia querida e o que houve com ela?
        — Provavelmente estava chorando naquela altura mas não iria deixar nada lhe fazer mal eu tinha essa coisa com família se era pra lamentar faríamos isso juntas.
Maria:– Nada demais senhora vai ficar tudo bem.
Saiury:– Você quer um cappuccino querida?
Leticia:– Sim.
Saiury:– Não se preucupe.
Letícia:– Ela é um amor.
Maria:– É sim agora por favor me conte tudo que houve por favor.

Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora