John
— Tínhamos chegado ao apartamento de Ricardo que ficava no endereço repassado por ele na área nobre chamada de Vila Nova Conceição num canto que poderia facilmente se passar por um paraíso particular ou no mínimo pelo menos.
— Ao descermos temos uma vista deslumbrante do lugar com vários andares e provavelmente ele tinha alugado sua casa na cobertura,desgraçado de sorte!E alguém poderia sentir fortes dores no pescoço se ficasse muito tempo olhando para o alto.
Brenda:– Caraca que bangalô!
Maria:– É grande assim?
— Tinha apertado sua mão forte para que momento nenhum se achasse sozinha e podia dizer que retribuia da mesma maneira.
John:– Ei!O que foi?
— Notei depois de termos passado pelas portas de vidro e anunciado pela recepcionista que estávamos subindo para o primeiro andar que Maria não parava de alisar seu vestido ou tentava arrumar mais ainda seu cabelo,claro que não fazia idéia o quanto estava gostosa,pra falar a verdade se Brenda não estivesse aqui conosco subindo no elevador de vidro onde tínhamos uma paisagem magnífica da noite paulistana eu à teria comido algumas vezes seguidas mas precisamos manter as aparências ou seja sem atentado ao pudor.
Maria:– Estou bonita não é?
— Falo aquela parte sacana apenas no seu ouvido e percebo suas bochechas ficarem bem vermelhas e meu pau ficar tremendamente animado com aquele possível convite,claro que podia sempre contar com Brenda para quebrar o clima.
— Ao abrir as portas do elevador aparece um grande corredor estreito e seu apartamento era o último sabia disso porque no começo de tudo sua irmã me trouxe para cá e me apresentou ao idiota do irmão,meio de forma errada ficamos amigos e penso isso porque suas ameaças de me matar caso eu fizesse sua irmã sofrerem não deveriam ser ignoradas,imaginar que alguém que ama tanto outra pessoa da família faz esse tipo de coisa não deve ser mesmo menosprezado.
Ricardo:– Bem-vindos.
— Ricardo não fazia feio nas coisas que planejava e seu aspecto de cavaleiro negro misturado com anti-herói só fazia a atmosfera do seu lar mais misteriosa,trajando aquela blusa preta com mangas até o começo dos pulsos,jeans da mesma cor e pra dar um àr de jovialidade aqueles all-stars bem surrados faziam dele uma criatura no mínimo perturbadora e se isso não convencesse completamente existia as diversas tatuagens lhe cobrindo desde o pescoço até braços e suas mãos também,poderia dizer que o cara é uma tela viva.
Ricardo:– Então você é a famosa Maria?
— Percebo que ela não fica nenhum pouco acanhada por Ricardo ir logo pegando na sua mão e à apertando como um cumprimento.
Maria:– Muito prazer.
Ricardo:– Querida o prazer é todo meu.
— Até agora esse idiota parecia estar sendo respeitoso e numa boa me cumprimentou com um abraço e uma leve batida da mão em meu ombro.
Ricardo:– Fico feliz por terem vindo,sério.
— Não noto nenhum traço de humor em sua voz ou tentativa de piada então suponho que esteja realmente tentando extrair leite de pedra então preciso ver mais para tentar entender qual é a sua.
Ricardo:– Por favor não fiquem apenas aí na entrada.
Brenda:– Uau!Sua casa é incrível!
Ricardo:– Valeu,quem seria você?
Brenda:– Sou a Brenda melhor amiga dela e conhecida desse cara aí!
John:– Pode dizer que somos amigos.
Brenda:– Nossa!Sério mesmo John!?
— Ela coloca a mão no peito como um sinal de surpresa que merecia até um oscar por tamanha atuação.
John:– Palhaça!
Brenda:– De nada!
Brenda:– Onde posso colocar isso?
— Brenda tinha chegado de vestido branco e uma jaqueta preta com brilho.
Ricardo:– Deixa comigo.
Brenda:– Valeu!
— Ele se põe atrás e retira a jaqueta pendurando no cabide,era sempre assim tão cavalheiro com as mulheres mas um verdadeiro canalha quando tudo terminava.
Ricardo:– Me acompanha até a mesa?
Brenda:– Por que não?
— E ambos vão de braços dados até a sala de jantar que ficava no próximo cômodo,ali onde estávamos era a sala que ficava uma televisão enorme onde assistiamos todos os domingos ao jogo e tinha uma mesa de sinuca no canto com um aparelho de som grande que ficava perto da piscina que estava na área além das janelas de vidro blindado,amávamos vim nos sábados visitá-lo e mesmo com todas as loucuras que apresentavamos éramos unidos apesar da família deles não me aceitarem por completo.
Maria:– John?
— De repente sou retirado dos meus devaneios pela voz dela e me pergunto como cheguei tão longe imaginando coisas passadas?
Maria:– Você está bem?
— Beijo a palma da sua mão e sorrio em sua direção.
John:– Agora estou amor.
— Queria abraçá-la e lhe fazer diversas coisas mas agora teríamos que passar por isso,sei que faríamos nosso melhor porque estávamos juntos,isso era um verdadeiro presente.
John:– Sim estou.
— Ao entrar de braço dado com ela escuto seu riso me contagiar e querer perguntar de onde surgia aquela vontade e animação toda.
John:– Por que o sorriso?
Maria:– Só estou feliz de estar com você.
John:– Eu também.
— Mesmo querendo muito que essa atmosfera de puro êxtase continuasse sou tirado dessa vontade pela cena que se desenrola na minha frente,na mesa de jantar com a irmã de Maria sentado estava Antônio conversando e sorrindo e do outro Brenda completamente estática como se tivesse sido presa por alguma força invisível e merda!Agora se levantou parecendo que iria matar alguém mas depois de um tempo saiu de perto da mesa e foi para o outro lado onde tinha uma pequena mesinha de mogno e em cima algumas bebidas em cima de uma bandeja de prata.
Maria:– O que foi John?
John:– Duelo de titãs gata.
Maria:– Como assim?Não entendi.
— Era melhor que Maria não compreendesse mesmo o desenrolar desse futuro barraco que estava prestes à rolar.
Maria:– Eu tô ouvindo a Lúcia ela está aqui?
John:– Está.
Maria:– Droga!Essa não!
John:– Por isso que disse aquilo.
Lúcia:– Maria!Oi como está querida!?
— Ela já chega até bastante animada pelo que estava havendo,não à culpava por isso nem nada disso mas enquanto Lúcia monopolizava o tempo com Maria fui bater um papo com o cabeça de vento.
Antônio:– E aí cara!?Senta aí!
— Ao beber um pouco do refrigerante noto os olhares atravessados de Brenda para ele.
John:– Você sabia que ela vinha?
Antônio:– Ah a Brenda!?Cara a gente não tem nada e mesmo assim estou notando um sinal de advertência na sua voz.
John:– Você é um idiota mesmo Antônio!
— Apesar de nunca ter acontecido nada entre ambos Antônio deveria entender que certas coisas deveriam ser evitadas mas agora era tarde pra reclamar de qualquer coisa.
— Mas antes de falar mais alguma coisa algo peculiar acontece quando Ricardo volta da cozinha dizendo que suas empregadas já iriam trazer o jantar e Brenda ainda olhando para Antônio mas em seguida dá toda sua atenção à Ricardo e lhe dá um beijo na boca e por alguns segundos todos à não ser eles ficamos em silêncio contemplando aquela cena,era óbvio que Brenda nunca tinha visto esse cara antes mas isso não significa que de alguma forma não poderia dar o troco em Antônio.
Brenda:– Vamos comer?Estou faminta!
— Sem muito pudor vai se sentando na cadeira que Ricardo faz questão de puxar pra ela,essa história não me cheira nada bem.
Ricardo:– O prazer foi meu querida.
Maria:– Estou perdendo tanta coisa.
— Ajudo Maria à se sentar na cadeira ao lado da minha e Antônio continuava com cara de paisagem mas pelo menos agora sentia que as coisas estavam um pouco no empate.
John:– Nem tanto querida.
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Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES
RomansMaria dos anjos teve uma infância dificil e violenta e mesmo nascendo cega nunca deixou que ninguém lhe tratasse diferente ou mesmo com pena como na maioria das vezes sua mãe e até seus irmãos fazem e apesar de suspeitar que Alex seu irmão mais velh...