John
— Situações estranhas levavam a gente para o hospital naquele momento,a propósito até agora não tinha entendido o que houve à Lurdes parecia tão distante e aérea como se sua mente voasse por outro lugar fora daquele carro sem contar nas diversas vezes que o peguei observando minha antiga cliente aquele bossal insistiu em vim e graças à ela que pediu acabei cedendo mas se dependesse apenas da minha vontade tinha ficado de pé mas talvez tivesse o trazido já que estaria sozinho com minha garota no prédio e se o pegasse de novo dando em cima dela quebraria aquela cara,não confio nesse imbecil muito menos nas intenções que o trouxeram até aqui.
– Estaciono e abro a porta para Lurdes que sentia muita dor e foi preciso Lúcia ir até a recepção e pedir para alguns enfermeiros trazerem a maca e levá-la.
Lúcia:– Não se preocupe vamos cuidar dela!
John:– Vou com você.
Lúcia:– Tudo bem.
Alex:– Eu também!
John:– Olha só cara"cê"só veio porque a Lurdes me pediu se era isso pode dar o fora!
Alex:– Nem você ou qualquer um vai me impedir de entrar!
Lúcia:– Vocês querem por favor parar de brigar no estacionamento!?E John você tem os documentos dela?
Alex:– Tão aqui nessa bolsa!
– Ele à entrega como se fosse alguém chegado dela,me pergunto até onde está disposto em seguir com esse circo.
Lúcia:– Certo venham comigo.
– Ficamos no corredor enquanto por incrível que parecesse aquele idiota passava os dados dela,acabei cedendo se não poderia cometer uma loucura e brigar dentro do hospital,não sairia daquele lugar até saber que Lurdes está melhor,apesar de não termos mais nada graças à uma certa pessoa conforme os anos iam passando ela foi se tornando uma grande amiga assim como Leticia mesmo com seu jeito irritante.
John:– Não parece que você sabia que ela é rica então por que?
Alex:– Vai à merda!
– Sua postura agressiva me faz acreditar que realmente está aqui por ela mas até agora não conseguia entender o que houve então resolvi partir pro lado direto sabendo que iríamos partir pra ignorância em seguida.
John:– O que houve depois que a Lurdes saiu?
Alex:– Por que devia te contar alguma coisa Zé Ruela!?Desde que apareceu tudo lá em casa desandou e minha irmã...
John:– O único culpado pelo afastamento dela é você mesmo,não percebeu o mal que causou?
Alex:– Olha nem tudo é do jeito que a gente quer mas...
– Percebo que iria me revelar alguma coisa que talvez nem falasse para alguém próximo mais isso precisava ser dito e de alguma forma meio que se calou e deixou sua mente viajar pra fora daquela zona e lugar só que me deu a impressão que falaria o problema da sua alma e esse momento já tinha passado sem nem acreditar que revelaria o que fosse.
Lúcia:– Rapazes?Espero que não estejam se matando porque se for assim terei que chamar os guardas.
John:– Não se preocupe porque ainda estamos chegando nessa parte.
Lúcia:– Que bom eu acho.
– O silêncio cortante ficou como uma faca nas costas e outra vez ficamos no mesmo corredor em lados opostos esperando qualquer notícia dela já que esteve em minha casa e lhe devia o mínimo que fosse de preocupação e Maria no meio disso tudo será que estava bem?Não faz muito tempo e agora me pego preocupado com essa garota que parecia um fantasma decidido à me assombrar e mesmo com a cara feia desse maldito não me dirigiu outras palavras ou novas ameaças o que foi no mínimo peculiar já que sempre acreditei o quanto me odiou desde o segundo que na sua concepção arranquei o brinquedo que adorava judiar e maltratar,porra!Só de pensar nas coisas horríveis que fez com ela meu sangue ferve e tenho vontade de arrancar fora sua cabeça.
– Tinha olhado pro relógio branco em formato oval na parede esquerda pelo menos uns dez minutos antes até que se passou uma hora e meia desde o momento que chegamos e essa demora esteve me enlouquecendo,será que estava tão mal assim!?Foi quando o médico saiu de uma das salas com Lúcia do seu outro lado segurando uma prancheta de metal.
Alex:– E então o que aconteceu?
– O médico nos explicou que além das costelas quebradas Lurdes tinha fraturado a clavícula e precisava permanecer em observação apesar de acreditar que sua situação estava normalizando na medida do possível ele queria deixá-la naquele lugar de molho,droga me senti responsável mesmo sabendo que não era o motorista queria estar lá pela minha amiga,em seguida ao nos deixar acabei indo buscar um café e fui parado no caminho por Lúcia e fiquei apreensivo com a piora dela.
John:– O que houve com a Lurdes?
Lúcia:– Nada,não se preocupe ela já foi tratada e medicada e logo sairá John.
– Aquilo me enche em cheio me fazendo desabar por dentro com o peso nas costas que sentia por de alguma forma termos chegado aquele ponto.
Lúcia:– Na verdade gostaria de comversar com voce sobre minha irmã se possivel.
John:– Tudo bem pode falar.
– Não queria passar a impressão de ser grosso nem nada assim mas naquele momento meu foco estava na melhora de Lurdes e no pensamento fixo que tinha deixado Maria em casa e tinha certeza que podia se virar sozinha já tinha me provado isso mas os alertas na cabeça vinham sempre em amarelo e não costumava ignorá-los.
– Depois de pegar um suco de laranja na cantina nos sentamos em cadeiras afastadas próximas à enormes portas de vidro que davam acesso a entrada do hospital,nesse pequeno momento de calmaria a tempestade sempre vinha em seguida.
Lúcia:– Minha irmã iria te contar de qualquer maneira mas resolvi contar primeiro.
John:– O que foi Lúcia?
– Sua hesitação em dizer qualquer resposta tornava aquele momento mais desagradável mais resolvi ser paciente pelo resultado final porque devia valer à pena no fim ou pelo menos esperei esse tipo de coisa.
Lúcia:– Bebi um pouco na noite passada e fui parar na sua porta porque...senti saudade da minha irmã sobretudo de conversar sobre o que tinha ouvido.
John:– Espere!Vamos por partes!O que ouviu que fez você ir bêbada até em casa?
Lúcia:– Isso interessa?Queria te dizer que sinto muito pelos transtornos que causei.
John:– Não esquenta com isso estava trabalhando de qualquer jeito.
Lúcia:– "Dando duro"imagino mesmo.
– Àquela ironia no seu tom de voz só me dá certeza de uma coisa que Maria esteve cercada por pessoas loucas e que provavelmente tanto cuidado em lhe proteger do mundo de fora foi outra camuflagem para não se separarem dela e do domínio que tinham sobre a garota.
John:– Se sente melhor fazendo isso com alguém por mim beleza mas não envolva mais sua irmã nesse balaio de gato que sua família e você criaram pra mantê-la sobre controle!
– Minha voz se altera um pouco porque estou cheio de observar as loucuras que aconteciam no quarto ao lado e ficar frustrado pela quantidade de gritos e surras levadas que ecoavam por ajuda mas que por qualquer caralho de motivo contava à mim mesmo que não era problema meu,agora olhando pro mal que ajudei à criar fico brigando pela falta de empatia que não tive com outro ser humano e odiando com todas as forças esse problema que poderia ter sido resolvido de alguma outra forma.
Lúcia:– Como é que pode dizer esse tipo de coisa pra mim!?Eu nunca tentei controlá-la mas minha irmã não é como as outras garotas,sabe disso!
John:– Deus lá vem você de novo com essa conversa mole!Parou pra pensar que mesmo sendo cega sua irmã faz muita coisa e tenta todo santo dia se provar mesmo sabendo que ela é maravilhosa do jeito que,por mais que tente entender não consigo entender porque não à deixa ter o controle da sua própria vida,sabe o que parece!?
Lúcia:– O que!?
— Nessa hora à vejo se levantar e ficar me encarando com aqueles olhos claros e acusadores como se quisesse mais uma vez colocar a culpa em outro mais nunca em si própria.
John:– Olha pelo que tá parecendo além de suportar os doentes da sua casa tem medo de estar sozinha,porque parece que a única normal de verdade é a Maria.
— Lúcia parecia disposta à continuar falando e discordando sobre tudo que aconteceu entre eles mas sabemos que isso,perda de tempo porque não vou mudar de opinião.Ela sai sem falar mais nada e ao passar pela saida esbarra em alguém conhecido mas o que esse cara veio fazer até aqui!?
Lúcia:– Me desculpe senhor não o vi.
Antônio:– Não precisa se desculpar amor ficarei bem.
– Juro por Deus que esse daí nunca percebe o quanto está sendo malicioso, ele apenas lança seu charme e dane-se o que acontecer ao longo do processo e tá parecendo que encontrou uma nova vítima ao notar o tom de malícia Lúcia dá rapidinho um fora nele que continua o olhar fixo apesar de ter ido embora sem ter dado qualquer moral pra ele.
John:– O que está fazendo aqui além de dar em cima do pessoal?
Antônio:– Rapaz se eu soubesse que as enfermeiras eram gostosas assim juro para você que tinha encontrado um meio de ficar hospitalizado.
John:– Aqui não é o hospício sabia?
Antônio:– Não dê uma de humorista pro meu lado cara!
– Ao se sentar do meu lado e me cumprimentar noto que seu sorriso fácil some como se tivesse visto um fantasma ou soubesse de alguma coisa que não sei.
John:– Por que essa cara de enterro?E mais importante o que faz aqui?
Antônio:– Passamos na sua casa mas Maria nos disse o que houve,cara"cê"tem uma vida doida mesmo!
John:– Droga!E como ela está?
Antônio:– Leticia?Está ótima,valeu pela preocupação!
John:– Não sua irmã lesado!Maria!
Antônio:– Sua garota?Agora que comentou parecia calada até demais e estranha pra jogar a real achei ela bem triste deve ter sido por isso que"Leti"ficou na sua casa junto algo como conversa de garotas e tal.
– Isso não era nada bom,acabei vindo pra cá e me focado tanto em Lurdes que acabei deixando minha garota meio de lado,nem fazia idéia se aquele doente continuava no hospital ou tinha voltado para infernizar a cabeça de Maria.
John:– Preciso voltar pra casa,você trouxe seu celular!?
Antônio:– Sim por que?
John:– Qualquer coisa sobre a Lurdes"cê"me liga!
Antônio:– E onde ela tá idiota?Acabei de chegar se lembra!?
John:– Àquela enfermeira que deu em cima se lembra!?
Antônio:– Delícia!O que tem ela!?
John:– Seu nome é Lúcia e essa,a irmã de Maria pergunte à ela qualquer coisa entendeu?
Antônio:– Tudo bem já cheguei aqui mesmo!
John:– Vou entender como um pedido de ajuda!
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Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES
RomanceMaria dos anjos teve uma infância dificil e violenta e mesmo nascendo cega nunca deixou que ninguém lhe tratasse diferente ou mesmo com pena como na maioria das vezes sua mãe e até seus irmãos fazem e apesar de suspeitar que Alex seu irmão mais velh...