Capitulo 35 (Portas erradas,amores certos)

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Maria
        — Era por volta das onze e meia da manhã quando já tinha colocado a maioria dos livros em seus respectivos lugares junto com a fofoqueira e melhor amiga que de tanto insistir em querer detalhes e me encher a paciência decidi lhe contar tudo que havia acontecido desde o momento da saída da sua casa até quando passei a noite lá com meu vizinho e da maneira que conversamos algumas horas na madrugada,pela maneira que me segurou firme contra seu corpo,foi tão escandalosamente bom que as vezes ao me acordar pela noite o escutava me perguntando se estava bem?Que droga iria explodir daquela forma mas de jeito nenhum John passou dos limites ou pelo menos não deixou transparecer  isso.
Brenda:– Ei estranha!
Maria:– Fala anormal!
Brenda:– Dona Saiury nos convidou para almoçar com eles lá no Ibirapuera.
Maria:– Tá mais pra piquenique em?
Brenda:– Que seja!Estou com fome!Bora!
Maria:– Ok.
            – Fazia tempo que não curtia só com o pessoal do trabalho e nesses dias de carnaval as ruas estavam cheias de pessoas e animação mas no fim não era tão fã pra participar assim da folia e Brenda até que tentou mas não rolou.Éramos meio nerds e esquisitas é claro que não tinha nada à ver com o fato de ser cega mas que isso atrapalhava um pouco mais do que demonstrava,claro que sim.
              – No caminho para o balcão escutei uma conversa dela no celular e a parte chocante era que estava de papo com Leticia,incluia um convite para almoço tanto pra ela,seu irmão como pra John também.
Maria:– Ei!Pode me explicar o que foi isso?
Brenda:– Tá escutando minhas conversas?Que feio!
Takashi:– Pode me ajudar com essa cesta Brenda?
Brenda:– Claro que sim!
Maria:– Não vai me contar por que fez isso?
Brenda:– Nunca.Vamos ou vai ficar aí?
           – Como já tinha escutado antes se não pode vencê-los se junte à eles,não tinha medo de encará-lo,que ultimamente estar perto dele me trazia várias sensações diferentes,isso começava à me incomodar porque era estranhamente bom.
Brenda:– Vai ter aqueles sushis seu Takashi!?
Takashi:– Com certeza,por que não teria?
         – Nós pegamos o pequeno ônibus que pertencia à eles pra esse almoço,acho que vai combinar pra essa  ocasião uma torta de climão que ficará entre a gente porque garanto não dizer uma palavra sobre o assunto"sexo"que é lógico que um certo alguém iria insistir comigo.
          – No caminho pedi para abrir as janelas pra tentar tirar o calor que estive sentindo desde que trancamos tudo mas Brenda continuava insistindo em ser a mesma chata e irritante de sempre.
Brenda:– Ainda está braba?
Maria:– O que acha!?
Brenda:– Nossa que humor,"cê"tá mestruada?
Maria:– O que!?
Brenda:– Me entendeu!
Saiury:– Meninas por favor não briguem estamos indo comemorar.
Maria:– Me desculpa e sei que estou sendo rabujenta por isso sinto muito.
Brenda:– Eu te desculpo amiga.
Maria:– Nem é com você que estou falando,sim estou"P"da vida pelo que fez!
Brenda:– Grossa!
           – Depois de alguns minutos apenas esperando chegar sem dizer mais nenhuma palavra finalmente paramos.
Takashi:– Chegamos.
Brenda:– Que bom!
Leticia:– Atrasados!
Brenda:– Amiga!
           – Deus entrei talvez em um mundo paralelo onde essas duas são amigas,é mesmo assustador.
Brenda:– Por que essa cara azeda?
Maria:– Vocês sendo amigas,no mínimo peculiar.
Leticia:– Não seja chata com isso!
John:– Concordo plenamente.
          – Essa não,por que estaria surpresa desse cara vim!?Mas de repente meu coração acelerou de uma maneira que parece até que vai sair do peito,droga não acredito que estou fazendo isso,nem estou mesmo interessada nele,só curiosidade mas se a xereta da minha melhor amiga pudesse ler pensamentos com certeza diria"Que a curiosidade matou a gata."
John:– Viajando vizinha?
          – Por que precisava sussurrar no meu ouvido daquele jeito,me sinto arrepiada só de ouvir sua voz.
Maria:– E aí?Aproveitando o carnaval também?
John:– Diria que como você estou trabalhando.
Maria:– É óbvio que está.
Brenda:– Cadê seu irmão?
Leticia:– Ele não vem,disse que precisava praticar mais em como servir drinques e toda essa baboseira.
Brenda:– Sei.
Maria:– Estou notando um tom de desapontamento na sua voz.
Brenda:– Calada!
John:– Quer dar uma volta comigo por aqui mesmo?
Maria:– Acho melhor ficar aqui e ajudar os outros.
Takashi:– Não se preocupe Maria isso aqui não vai demorar muito e quando acabarmos de montar o único trabalho será comer não é?
Saiury:– Disse tudo querido.Por favor pode ir com seu  namorado querida.
Maria:– Ah não ele nem é...
John:– Nós vamos sim,obrigado senhora.
            – Desde quando todos parecem ter se unido pra me deixar sem graça e por que estou permitindo ser guiada pelo parque com meu braço entrelaçado ao dele,com esse tipo de aproximação até dá a idéia que somos mais que amigos!?
John:– Você adora ficar em silêncio não é?
Maria:– É mais seguro pelo menos.
John:– Está à salvo de tudo nesse mundo boneca menos de mim.
Maria:– Que medo.
          – Sua risada curta me contagia e me faz sorrir um pouco quebrando a parede que tinha colocado entre nós,por mais que tentasse negar estava adorando esse tipo de coisa.
Maria:– Ainda vai trabalhar hoje?
John:– Sim,apenas hora de almoço e hoje o dia parece ser cheio.
Maria:– Que bom pra você John.
John:– Está sendo sarcástica comigo?
Maria:– Quem sabe.Por que veio?Não deveria estar fazendo feliz alguma cliente por aí!?
John:– Com ciúme vizinha?
Maria:– Nem de longe!
John:– Quer mesmo saber por que eu vim?
Maria:– Gostaria!
John:– Porque adoro comida japonesa.
Maria:– Claro que sim.
John:– E também porque queria te ver.
Maria:– A gente se vê todo dia.
John:– Não me diga que virou uma covarde?
Maria:– É claro que não e por que está me falando isso?
John:– Não sei talvez porque certas pessoas propõem algumas sacanagens entre quatro paredes e no fim desistem.
Maria:– Ah não!Por que está me jogando na cara isso!?
           – Sem entender como chegamos tão longe e não estava falando da distância que tínhamos andado pra longe do pessoal sou colocada contra uma árvore com ele levemente pressionado e sua respiração se tornando mais lenta e pesada no meu rosto,claro que era algum tipo de tortura só não sabia o por quê.
John:– Vou ser claro de uma vez princesa.
          – Esse jeito de falar comigo,quando alguém fala algo desse tipo pode esperar uma bomba nuclear.
John:– Quero transar com você hoje ainda.
Maria:– "Cê"vai trabalhar hoje seu louco!
John:– Se me falasse que queria agora mandaria meu emprego pro inferno hoje.
Maria:– Nem sei o que dizer porque não sou boa com palavras.
John:– Muito menos eu.
           – Era impressão ou John estava se aproximando cada vez mais,isso era um sinal vermelho sem sombra de dúvida.
John:– Eu quero você!Estou pensando demais por sua causa,sonhando com seu corpo e rosto toda vez que deito pra dormir!
Maria:– John eu...
Leticia:– Ah vocês tão aí!Podem vir que o almoço está esperando pra ser devorado!
           – Não sabia se falava ou se jogava água no rosto depois de todas as coisas que ouvi só entendia que meu rosto estava completamente em brasas naquele segundo.

Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora