Capitulo 29 (O risco)

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Maria
        – Meu irmão tinha enchido a cara e estava por aí rondando como um predador caçando sua próxima presa,droga odiava sentir essa insegurança de que à qualquer momento seria arrastada pelos cabelos para fora do quarto,claro que no meio da madrugada já tinha tomado dois banhos,o primeiro bem quando me convenci que a melhor opção era passar a noite lá com meu novo amigo,talvez futuro amante quem sabe?Ainda tentava achar um bom pretexto pra ir para a cama do meu vizinho até lá essa foi a melhor escolha,sim por outro lado estive adorando essa hipótese e a segunda vez foi depois do pesadelo horrível que tive quando achei que seria estuprada por Alex,mesmo sem ter consumado o ato me sentia horrível,paranóica pensando que tudo ao meu redor poderia me fazer mal,tive pena de John por ter cuidado de alguém perturbada quando poderia estar trabalhando ou tendo um encontro e se acabando em sexo selvagem com alguma gata da boate que trabalhava,descobri seu outro emprego graças as inúmeras conversas durante o tempo que não conseguia fechar os olhos e adormecer e isso foi depois das três e meia da manhã após isso meio que fui caindo no sono nem notando que tudo ao meu redor se perdia,pela primeira vez em muitos meses acabou acontecendo,posso ter certeza que aquela noite foi a melhor em muitos meses para dormir sem nenhum tipo de preocupação.
         – Ainda meio bêbada pelo ótimo sono que desfrutei tinha sido acordada pelas mãos dele em meus ombros me dizendo que precisava dar uma saída e ao tentar me levantar escuto a voz daquele maldito outra vez falando que não descansará até ter o que desejava de mim,aquilo me fez arrepiar inteira como se fosse um sinal para o que estava prestes à desenrolar na minha vida.
Maria:– Não!Me solta!Para com isso!
         – Tentava forçar meu corpo pra longe o máximo que podia mas aquela pessoa parecia determinada à me manter presa contra a parede já que meus pulsos estavam segurados e a respiração era a única coisa que me separava do silêncio e loucura completa.
John:– Calma Maria!
Maria:– John?
          – Estive viajando total com as imagens do meu irmão na cabeça me assombrando como um fantasma que nem lembrava que não estava no meu quarto,lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e o mínimo controle que tive foi embora.
John:– Droga!Você está bem?
Maria:– Não!
         – Não queria ser tocada por ninguém me sentia suja,culpada e ao mesmo tempo com nojo de mim mesma por agir assim com outra pessoa que acabei me levantando da cama,tentando correr pro banheiro mas tenho meu braço segurado por ele.
Maria:– Por favor me larga!Só preciso...
John:– Aquele monstro não está aqui Maria,não deixe ninguém te controlar dessa maneira!
         – Me perguntava toda vez que me encontrava com meu vizinho o por que de uma pessoa que mal me conhece saber como me tocar,fazer tudo ser tão simples sem nenhum tipo de barreira ou problema porque estive fugindo da verdade à muito tempo mas será que posso apenas parar e não me importar com isso?Pelo menos por agora?
Maria:– Estou com medo.
          – Quando estou falando sério quero que todos parem para me olhar de frente sem baixar seus olhares vazios por vergonha da minha cegueira como se fosse algum tipo de doença letal mas com John é diferente não estava correndo apenas me aproximando sem nem perceber estive amparada em seus braços fortes,com uma das mãos nas minhas costas apenas acariciando como um amigo,depois de tanto tempo não me lembrava dessa sensação que era de me sentir confortada mesmo os pesadelos tentando devorar minha mente John continuava lá.
John:– Põe pra fora,pode confiar em mim.
           – E então acontece de eu desabar por completo e chorar botando tudo pra fora como uma escapatória de todo o mal e violência que sofria calada na minha casa,ao colocar minha cabeça no seu ombro nem tinha notado que estava sentada com ele no chão e quando me embala daquela maneira me sentia de verdade protegida,no silêncio meu vizinho notou os gritos que estava dando mesmo querendo que fossem os mais silenciosos possíveis.
Maria:– Você não cansa de me confortar hum?Já é a segunda vez.
John:– Desculpa deve ser a força do hábito.
Maria:– Ué como assim?
         – Tentei me desvencilhar do seu abraço mas ele continuava firme e forte com o propósito de me manter segura,me recompor depois de toda dor que estive botando pra fora sem nem me importar.
John:– Não acabou,você não chorou tudo que precisava.
          – Deveria admitir para mim mesma que aquela forma de me tratar era tão boa que nem dava vontade de sair do conforto dos braços dele,só que era tudo tão novo que me sentia até um pouco assustada.
Maria:– Me solte!
John:– Já vou soltá-la.
Maria:– Por que está fazendo isso!?Nem me conhece!?
          – Agora queria gritar e provavelmente lhe dizer que não era uma coitada pra estar recebendo esse tipo de tratamento,talvez sua pena fosse maior do que a vontade de cuidar daquela pessoa que o estava perturbando.
John:– Você não sabe mesmo né?
Maria:– O que eu deveria saber John?
John:– Descubra por si moça,quer saber?
Maria:– O que?
          – No segundo que sinto seu queixo pousar sobre minha cabeça sabia que esse sinal amarelo piscava com força na minha mente gritando para ter cuidado porque as coisas estavam caminhando pra um rumo perigoso.
John:– Precisava disso também.

Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora