Capitulo 73 (A transformação de Maria)

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Maria
         — Eu acabei me lembrando que antes tínhamos chegado nesse mesmo lugar e o padre estava dando a missa enquanto o corpo dela estava dentro do caixão,Deus ainda bem que naquele dia não conseguia ver essa cena mesmo querendo aceitar logo o que houve acredito que minha mãe no fim estava melhorando por que não consegui enxergar que precisava de ajuda?
Lúcia:– Senhor!Como dói!
         — Minha irmã tinha ficado do meu lado na primeira fileira de cadeiras da igreja e estava chorando no meu ombro e John tinha permanecido do outro lado ele tinha pedido para se afastar já que era um momento mais íntimo da família mas não tinha sobrado muito depois da partida dela e o sumiço do seu filho e eramos apenas nós duas contra o resto do mundo então pedi que Brenda e sua avó se juntasse com meu irmão Enzo era algo doloroso que iríamos dar um jeito de passar por isso de alguma maneira.
Maria:– Você vai ficar bem.
         — Susurrei essa parte tão baixo no seu ouvido que por um momento achei que não tivesse dito isso mas acabou que foi real quando Lúcia me respondeu de volta.
Lúcia:– É eu sei.
        — Queria não ter tido essa perda e nem tentado entender por horas depois do que aconteceu os motivos dela e por que ainda à odeio mesmo tendo o fim que teve?Esse era o problema estou me sentindo tão estranha que parecia mentira e logo estaria acordando nos braços do cara que amo como se essa parte fosse contada para um livro de romance só que a realidade era amarga.
       — Depois dos últimos cortejos achei melhor sair daquele lugar tão claustrofóbico mesmo não enxergando nada parecia tão abafado e silencioso que acreditei estar mais segura lá fora então comecei à vomitar no jardim mesmo sem vergonha alguma ou tentando me esconder só queria colocar tudo para fora.
       — Era estranho perceber que uma hora ou outra todos que amamos de alguma maneira iriam embora de nossas vidas.
John:– Está melhor querida?
      — Não queria trazer a atenção de ninguém para mim mas da maneira que fugi de lá era impossível.
Maria:– E Lúcia?
John:– Não se preocupe com ela Antônio e Leticia ficaram ao seu lado.
Maria:– Sou uma péssima irmã deve ser por isso que minha mãe se matou.
John:– Do que está falando amor?
       — Tinha parado um pouco de vomitar mas aquele mal estar no estômago continuava e na última semana parecia ter evoluído o que será que estava acontecendo comigo?
John:– Não quer mais voltar pra lá?
Maria:– Não consigo.
Enzo:– Maria?O que houve?
Maria:– Nada eu apenas fiquei mal sabe?
Enzo:– Tudo bem mas não precisa estar mais aqui se não quiser.
Maria:– Como não Enzo?Ela é minha mãe!
        — Estou me alterando demais só que apenas em mencionar que meu lugar nem é com Lúcia e sim não consigo aceitar o fato que poderia ter sido diferente e poderíamos estar felizes juntas sem os fantasmas do passado fazia meu sangue ferver por dentro.
Enzo:– Você está alterada minha irmã e o melhor agora seria se o John te levasse pra passear um pouco.
John:– Nem precisa falar vem!
Maria:– Tudo bem.
Enzo:– Me mantenha informado ok?
John:– Beleza.
          — Ao entrelaçar meu braço ao de John algo irônico surge na minha mente já que todo o cuidado e carinho que Enzo demonstrou por mim foi tudo aquilo que meu outro irmão nunca fez ou pelo menos chegou perto de fazer.
John:– Coloca o capacete amor.
Maria:– Cadê seu carro?
John:– Acabei vendendo ele.
Maria:– É por que?
John:– Muito sofisticado pro meu gosto e não me entenda mal mas vou usar esse dinheiro futuramente pra alguma coisa.
Maria:– Nossa!
John:– Que foi?
Maria:– Você tá mudado.
John:– Isso é ruim?
Maria:– Não apenas diferente.
John:– Vamos tomar um sorvete.
         — Fomos até uma sorveteria que ficava um pouco longe de onde acontecia o funeral mas sentia que aquele capitulo da minha história era uma página virada não fazia mais sentido estar ali mesmo sabendo tudo que fez não conseguia julgá-la ou achar que aquilo que cometeu à si foi errado apenas ela acreditou fazer o que fosse melhor e agora não há porque julgá-la mais por nada.
        — Tínhamos sentado numas cadeiras perto de onde fizemos os nossos pedidos e John tinha me trazido uma casquinha de morango e ele pediu um mega sundae de chocolate e ao comer percebo que mais uma vez meu estômago dá sinais de vida própria e baixo um pouco o rosto e respiro fundo ultimamente meu corpo parece que não é meu deve ter sido pelo luto mas não sei explicar a razão de me abater dessa forma eu à amo mas sinto que mesmo tendo tentado muito seu coração e seu amor não seriam mesmo meus.
John:– O que foi?
Maria:– Nada quer dizer...o de sempre.
John:– Amanhã vou te levar no hospital.
Maria:– Pra que?Estou ótima! 
John:– Desde que sua mãe se matou você parece...
          — Droga!Pensei que tinha saído pra relaxar um pouco ou pelo menos aliviar a tensão em meus ombros mas parece que não é claro que John se preucupa assim pelo meu bem mas se serve para alguma coisa vou topar essa oferta e acabar de uma vez com isso.
Maria:– Você venceu!Eu vou!
John:– Te pego quando sair do trabalho.
        — Então para selar esse compromisso John pega minha mão e à beija.
       — Quando soubesse qual doença tinha ou se isso era como suspeitava apenas estresse pelos últimos dias poderia ficar mais sossegada por enquanto ficaria calma até aquele mal-estar passar dentro de mim.

Aos teus Olhos - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora