Reunião

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— Como... – Perenelle começou sem saber o que falar, então só pôde rir de felicidade.

— Achávamos que eles... – Thomas também fraquejou ao perceber que entrara no Berg antes de saber onde Teresa estava.

— Onde vocês se enfiaram? – Gally perguntou de uma vez.

Teresa soltou uma risadinha e se entreolhou com Kenan. Algo semelhante a óleo fervente encheu o estômago de Thomas com o ato.

— Estão todos bem?! – Mallory surgiu de dentro da cabine do piloto correndo, caçando os gêmeos entre todo aquele pessoal. — Ah, que bom! – ela abraçou Kenan tão forte que o rosto do garoto ficou vermelho. Sem soltá-lo direito, ela puxou Mike e fez o mesmo, e o Clareano riu por cima do ombro dela. Novamente, aquele ar constrangedor para os Grupos, que se resumia em inveja, assaltou o ambiente.

— Quem está pilotando? – Jorge perguntou.

— Ah, o piloto automático. – Mallory respondeu de qualquer jeito e voltou a dar atenção aos filhos, enquanto Jorge resmungava algo como "Que mulher maluca" enquanto ia para a cabine.

Perenelle olhou ao redor, contando quantos haviam. Não faltava ninguém. A mulher, o bebê, a menina e o homem que tinham ficado no Berg estavam na entrada de um compartimento principal, quase escondidos.

— Caçarola está bem? – Minho perguntou para a antiga cirurgiã.

— Está ótimo. Acordou há um tempinho, mas o coloquei para dormir outra vez. Não o incomodem.

— E Newt? – Thomas conseguiu a atenção de todos nesse instante.

Mallory relanceou para Perenelle e lhe deu as costas, abrindo espaço entre os adolescentes até a outra mãe, trazendo-a para mais perto de todos. As sardas da mulher se destacavam bastante na pele clara dela e seu cabelo castanho descia quase até o seu quadril. Estava mal cuidado, mas, ainda assim, com traços faciais tão delicados e maternos, ela tinha todos os olhares masculinos sobre si, inclusive do homem casado.

— Como você deve ter imaginado, aqueles congelados não duraram todo aquele tempo que vocês passaram lá. – Mallory disse, de braço dado com a mulher. Perenelle quase sufocou. Não tinha pensado nisso. — Então essa gracinha se dispôs a ir buscar mais e ele continua estável. Descobrimos que alguns moradores daquela cidade horrível tinham se mandado há pouco tempo sem o mínimo de preparo e um freezer estava dando sopa numa das casas.

A Clareana riu outra vez, sentindo os olhos umedecerem.

— Obrigada. – ela disse com todo o sentimento para a mulher de cabelo castanho. — A propósito, qual o nome de vocês?

— Agatha. E este é o Albner. – a mãe apontou para o bebê em seu colo.

Alguns Clareanos se entreolharam, por um momento esperando que ela dissesse um nome um pouco diferente. O pequeno Albner se inclinou e puxou a trança da menina de Grupo B ao lado, e ouvir a risada de felicidade dele foi a declaração de que as coisas seriam melhores dali em diante.

— E eu sou Kay. – a menina resgatada disse.

— Ah, de Katherine. – Dmitri tinha um ar de sabe-tudo.

— Não. Kay. – ela replicou, séria, e os meninos começaram a zombar do Clareano.

Ficou claro que a menina era bastante ranzinza apesar da pouca idade. Ela tinha a pele marrom-escura e os olhos pretos brilhantes sob a luz do Berg. Seu macacão comprido estava cheio de remendos, como se tivesse costurado um pedaço de pano de cada lugar por onde passou. Uma cicatriz em forma de corte chamava atenção em seu pescoço pela grossura, o que preocupou Mallory desde o começo. Ela estava descalça, mas não parecia incomodada com o clima da nave.

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