Perdas

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O carro que Sonya e Harriet escolheram para esperar do lado de fora a retirada do Inibidor era tão velho e sujo que ninguém pensava em olhar duas vezes ao passar por ele. Jorge se juntara a elas após ser liberado do interrogatório com o vigia.

— Quanto tempo mais vamos ter que esperar para ter certeza de que há algo errado? - Harriet indagou, impaciente com a espera. O esconderijo lhes proporcionava uma visão completa da janela solitária da fábrica, mas não lhes permitia ver a varanda em que Nelly e Gally foram pegos pelo Ruivo.

Ela olhou para Jorge, esperando que ele respondesse, mas o homem continuou observando a fábrica de queijo.

— O restante deles voltará a qualquer momento e não será nada bom se os dois tiverem que enfrentar todos aqueles caras. - Sonya acrescentou, tentando chamar sua atenção.

— Vocês ficam aqui, aconteça o que acontecer. - ele disse, enfim. — Foram as únicas encarregadas de sinalizar o momento certo para o Berg vir e nos levar, hermanas.

— E no momento também somos as únicas, além de você, que sabem que há algo errado. - Harriet replicou.

Com um suspiro, Jorge abriu a porta barulhenta do carro e saiu, mais que impaciente com a demora de Nelly e Gally. Ele pôs a mão na arma que guardava na parte de trás da calça apenas para verificá-la, aproximando-se da construção estranha. Ele parou de frente para ela, observando-a com toda a minuciosidade que a distância lhe permitia, mas era impossível deduzir o que se passava com Gally e Perenelle. Quando ele fez que voltaria ao carro, viu uma figura correndo em sua direção. Primeiro viu o rosto assombrado, depois reconheceu Aris. O garoto ofegava ao parar na frente do homem, dobrando-se sobre os joelhos para recuperar o fôlego. Ele estava no grupo que manteria parte dos homens da fábrica longe com a desculpa sobre os Cranks. Jorge sentia o perigo à espreita das palavras dele.

— Eles descobriram... Sabem que tem algo errado... Saí logo antes de começarem uma briga com a gente. - Aris disse.

— Você foi seguido? - Jorge perguntou com a mão tensa no ombro dele.

— Não... Não sei...

Jorge, no entanto, viu uma segunda figura vir pelo mesmo caminho que o garoto, mas em direção à fábrica. Ele fez sinais sugestivos para as garotas e verificou se estavam sozinhos na rua, depois puxou Aris para ajudá-lo.

Os dois aproximaram-se em silêncio do homem, que era mais baixo que Jorge. O hispânico conseguiu imobilizá-lo, cobrindo sua boca para garantir a quietude da rua, enquanto Aris o desarmava. Com um movimento imperceptível pelo pescoço do refém, Jorge o deixou inconsciente. Aris meteu desajeitadamente o revólver capturado no cinto e agarrou as pernas do homem, enquanto Jorge segurava os braços e o puxava para uma caçamba de lixo.

Na fábrica, o segundo andar possuía uma sala com um cheiro forte mas suportável de queijo, onde agora os homens estavam reunidos. Garent e Hilston, o homem de rabo de cavalo que o colocara de volta aos trilhos da calma perante os reféns, eram os únicos em pé, mas tão pensativos quanto qualquer outro do grupo ali. Haviam tentado entrar em contato com o restante deles pelo comunicador, mas em vão. Não deram o menor sinal de terem ouvido a mensagem. Alguns na sala ainda estavam à espera de uma resposta, relanceando para o aparelho.

— Devíamos usar esses dois para mostrar ao resto deles que não estamos de brincadeira. Seja o que for que estão fazendo com os nossos, eles não iriam continuar. – um homem de barba vestindo um sobretudo olhava para cada um dos companheiros enquanto falava.

— Eles são do CRUEL. Não vão poupar justo crianças no plano para conseguir o que querem. – Hilston rebateu. Ele e Garent sabiam disso melhor que ninguém ali.

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