- Não acha que isso tá um pouco exagerado? - Hope pergunta, o rosto revestido de preocupação, ao dar uma volta em frente ao espelho de corpo do seu quarto.
O vestido preto colava em seu corpo, de um jeito que ela não estava acostumada. Assim que o colocou, se arrependeu amargamente de ter comprado. Ela se lembrava do dia em que fez isso, num passeio despretensioso ao shopping, depois de passar num loja na qual nunca entrou na vida. Foi antes de seu aniversário de dezoito anos, quando percebeu que iria para a maioridade e não tinha uma só peça madura no seu guarda-roupa.
- Não. - Michael diz, pegando uma mão cheia do pacote de salgadinhos e enfiando na boca. - Tá perfeito. Provavelmente vai ser a pessoa mais coberta daquela festa, ainda assim.
Hope revirou os olhos ao comentário. Isso não seria sequer possível. O vestido cobria apenas até a metade de suas coxas e tinha alças tão finas que teve um cuidado extra para não arrebentá-las ao vestir.
Depois de andar algumas vezes de um lado para o outro no quarto, apenas para checar se o vestido revelaria alguma coisa que Hope não quisesse, ela se sentiu mais confortável ao constatar que estava segura. Olhou para Michael, que ainda estava nas mesmas roupas de quando chegou na sua casa, mas que, chaqualhando uma mão para ela, dispensou a troca.
- Você vai com uma camiseta furada e um jeans velho? - Hope apoiou as mãos nos quadril interrogativamente e Mike deu de ombros.
- É a faculdade. Ninguém liga. Eu vou assim pras aulas. - bufou.
Hope não contestou. Na verdade, se tivesse o tempo e a oportunidade, pediria para que Michael falasse um pouco mais sobre a faculdade. Hope era encantada com a ideia, queria que o seu último ano de ensino médio passasse o mais rápido possível, apenas para poder cursar a universidade logo depois. Por tanto tempo, Hope teve sua vida planejada nos mínimos detalhes que emocionava a menina saber que as coisas estavam se aproximando e que suas realizações deixariam se ser sonhos.
Às seis horas, ela pegou uma pequena bolsa transversal e a colocou por sob o ombro, depois de preenche-la com celular, dinheiro e identidade. Lembrou do barman e sabia que, por precaução, deveria levar sua id junto, rindo um pouco para si mesma ao recordar o homem.
Michael e ela saíram por volta das sete e meia, depois de Hope reclamar por muito tempo que já estava pronta e cansada de esperar por ele. A fraternidade não era assim tão próxima da casa da garota. Na realidade, a viagem durou pouco mais de meia hora, e foi o tempo que Michael teve que ouvir as músicas selecionadas pela garota.
- Não tem nada melhor nesse seu celular, não? - ele perguntou a certa altura, com uma cara de desgosto. A menina apenas riu e deu de ombros, voltando a se concentrar na letra da música que cantava.
A verdade é que Hope pouco conhecia de música e tudo o que levava em consideração para escolher uma para sua playlist era se o som era gostoso aos seus ouvidos. De vez em quando, surgia também uma letra com a qual se identificava e ela também entrava.
Ao chegarem na frente de uma casa grande, com arquitetura antiga e uma fachada com letras gregas pintadas nela, Michael estacionou o carro. Ficou na rua de trás, já que não havia mais espaço na rua da casa quando eles chegaram. Desceram e caminharam, Hope ficou impressionada com a quantidade de pessoas que estavam no gramado do quintal da frente, com o volume da música e o modo como toda aquela gente parecia se divertir. Vez ou outra, era possível ouvir os gritos eufóricos de um grupo de rapazes que bebiam e se desafiavam.
Michael colocou a mão na base das costas da garota e a guiou para dentro da casa da fraternidade, à procura do seu pessoal. Não eram muitos - Casey, Johnattan e Frédéric, um garoto que fazia intercâmbio.
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Bartender // l.h. au
FanfictionEra para ser apenas um encontro entre sua irmã e o namorado dela, mas Hope acabou esbarrando com o bartender. . . . (Atenção: linguagem explícita e violência).