90 • Seja o algo bom do dia...

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HOPE FRANGIPANE

Às vezes, você tem que pensar na possibilidade de perder para poder entender o quanto se ama. Tem que arriscar coisas para perceber o quanto está perdendo. E tem que lutar muito para perceber que a causa está perdida.

Não se arrepender, quando o assunto é o amor, é quase impossível. Para os mais céticos, não há o "quase". Porque, quando se ama, você sempre vai buscar o perfeito, apenas os momentos de felicidade e esquecer completamente os de dor e dúvidas, aquele momento em que você pensou que talvez fosse melhor desistir, apenas para se envergonhar depois de ter pensado sobre isso. Mas o amor não é perfeito, e nele não existem apenas momentos felizes. Amar também envolve dor, ressentimento, fracasso e dúvidas.

Dúvidas, dúvidas, dúvidas... Elas são tantas quando você tem medo de amar. Só quem nunca se machucou na vida pode ter certeza das coisas. E esse, certamente, não é o caso de pessoa alguma nesse mundo. 

UM ANO E MEIO DEPOIS

- Corre, vamos, vamos! - Riley gritou, rindo alto enquanto tropeçava sobre os próprios pés.

Hope gargalhava, o álcool queimando sua garganta, enquanto tentava alcançar Riley. Maggie vinha logo atrás, segurando a mão de Charlie firmemente.

Os cabelos de Hope balançavam ao vento, curtos e bagunçados. Seu vestido seguia a mesma direção, e sua risada alta se perdia na escuridão do caminho de volta do campus. Ela já não sabia mais o porquê de estar rindo, mas ao olhar para Riley sabia que era por conta de alguma peça que pregaram no irmão da amiga...

Ah, sim, ela lembrou. Tiraram uma foto de quando ele estava com as calças abaixadas, atrás do muro da fraternidade, onde presumiu que não haveria ninguém.

Elas nem precisavam ter corrido tanto, ele estava quase tão bêbado quanto elas, mas era bom. A sensação de correr era gostosa, e Hope estava bêbada. Tudo parecia conspirar a favor dela naquela noite, exceto pelo garoto com quem ficou por alguns poucos minutos.

- Aí, um tal de Robert tá te procurando. - Riley balançou o celular de Hope nas mãos com um sorriso sacana no rosto. O que ela estava fazendo com seu celular, Hope tentou lembrar, e só então recordou que a foto da bunda de Miles estava ali.

- Ai, merda, que cara chato! - Hope revirou os olhos. Pronto, sua liberdade estava indo por água abaixo.

- Quem é...? - Riley analisou a foto e fez um bico, ainda caminhando, reduzindo o passo para que Hope a alcançasse. - Ah, é gato.

- É. - Hope deu de ombros. - Mas ele queria transar e eu não.

- Isso não é uma surpresa, é? - Riley riu, devolvendo o celular.

Hope o pegou e enfiou no bolso da calça. Essa era uma conversa pessoal, mas nada que ela não estivesse acostumada a ouvir de Riley. Na verdade, isso era uma coisa sobre a qual conversou muito com a nova amiga.

- Não. Só que eu saí de perto e agora ele não para de me atormentar.

- Caras. - Riley bufou. - E aí, você não quis por que...?

- Ei, esperem por nós! - Charlie, a namorada de Maggie, gritou, sacuindo os braços pro alto.

Hope suspirou. Salva pela Charlie.

Bartender // l.h. auOnde histórias criam vida. Descubra agora