1 - Kim Hongjoong

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~Hongjoong on~

Eu recobro minha consciência. Abro os olhos com certa dificuldade pois havia uma luz apontada para meu rosto. Percebo que estou preso, há fivelas prendendo meus pulsos e tornozelos. Há algo em volta de meu pescoço que eu não consigo ver o que é. Em minha frente, uma pessoa sentada do outro lado da mesa esta usando uma máscara preta, como uma de gás. É horripilante.

- Vejo que acordou, cara criança. - a voz através da mácara era modificada, fazendo parecer a de um robô.

- Onde estou? - pergunto tentando parecer o mais confiante possível. Tento crescer mais, mas eu não consigo.

- Deixe para fazer seu interrogatório quando eu terminar o meu ok? - de alguma forma consigo sentir um sorriso vindo dele. - Para começar, qual o seu nome criança?

- Hongjoong, Kim Hongjoong. - digo contra minha vontade, como se tivesse sido forçado por algo.

- Muito bem, Hongjoong, o que te fez responder foi essa coleira em seu pescoço. Ela te faz dizer a verdade e não deixa com que use seus poderes. Entendeu? - eu assenti. - Bom. Quantos anos você tem?

- Tenho 12 anos.

- Certo - enquanto eu respondo, ele vai anotando tudo em uma prancheta que está ao seu lado. Ele larga a caneta ao terminar, encosta na cadeira e cruza os braços. - Me conte, agora, como foi que a merda aconteceu.

~Flashback on~

Eu devia ter uns 10 anos quando aconteceu.

Era meu primeiro dia na escola nova. Estava morrendo de medo das outras crianças.

- Joong, se acalme, vai dar tudo certo. - disse minha omma me abraçando. - Só não chore, ou vão achar que você é um bebezão.

- Eu não sou um bebezão!! - digo ficando emburrado - já sou um homem crescido! - com isso minha omma ri, o que me faz sorrir.

- Tudo bem então. Vá logo para não se atrasar. Boa sorte meu pequeno Joong. - ela me dá um beijo na testa antes de eu sair correndo animado.

. . . . . . . . . . . . . . . .

Depois de algumas semanas, eu já estava me acostumando com a escola nova. Tinha feito alguns amigos e por outro lado, tinha conhecido o que eu chamava de "encrenca",eles eram mais velhos, do 9° ano, deviam ter 14 anos, que me zoavam sem motivo nenhum, provavelmemte por eu ser novato. Fora eles, era tudo as mil maravílhas. Até que a zoera começou a ficar mais pesada....

Eles começaram a pegar e jogar na lixeira, colocar minha cabeça na privada, me deixavam sem roupa nos corredores e me batiam na hora da saída, sempre dizendo "lembre-se que você SEMPRE será pequeno, Hongjoong".

As vezes acho que deveria agradecer a eles, pois foi aí que desenvolvi minha habilidade. Sempre que vinham atrás de mim na saída, eu me encolhia e me escondia deles.

Um dia, eles passaram dos limites, era o intervalo e eu não esperava que eles fosse me abordar aquele horário. Eles me seguraram e leveram para fora da escola pelos fundos, me levando a um beco.

- Certo, pequeno Hongjoong, vou te ensinar a fazer uma coisa que boiolinhas como você devem saber fazer. - ele disse enquanto desabotoava sua calça. Nessa hora eu já estava chorando, querendo minha omma, mas ela não estava ali. - Tragam ele aqui - os amigos dele me arrastaram me deixando de joelhos na frente dele, que segurou meus cabelos com foça e colocou seu membro em minha boca. Ele fazia minha cabeça ir para trás e para frente enquanto eu chorava.

Então eu cresci, literalmente, usei a mesma energia que eu usava quando encolhia, mas eu cresci, fiquei com uns 6 metros. E enquanto eu chorava, fiz a merda:

- Parece que agora, vocês que são pequenos - então eu...... pisei neles. Sim, foi isso mesmo, eu PISEI neles. Assustado depois que me toquei do que fiz, voltei ao meu tamanho normal enquanto encarava aqueles corpos amassados. Depois sai correndo, mas fui deixando pegadas de sangue no caminho.

Cheguei em casa aterrorizado, minha omma ainda não havia chegado do trabalho, tirei meu sapato e joguei fora. Algumas horas depois, minha omma chegou e percebeu que eu não estava bem, quando fui contar a ela alguém bateu em nossa porta. Ela levantou e abriu a porta. Eram dois policiais.

- Posso ajudar? - omma perguntou aos dois homens.

- Viemos atrás de seu filho, dona. - o policial que estava mais a frente disse a ela.

- Ele está sendo acusado de assassinato e de ser portador de dons especiais que podem ser prejudiciais a população. - o segundo homem explicou. Eu congelei ali.

- O que vocês querem dizer com isso?

O policial retirou de sua bolsa um laptop.

- Temos a gravação de uma das câmeras de segurança de um beco próximo a escola de seu filho. - Ele soltou o vídeo.

Minha omma ficou assistindo e eu só ouvia. Quando ela viu o que fizeram comigo, começou a chora. Quando ela viu o que EU fiz com eles, ela paralizou. Passaram se alguns minutos até ela se virar para mim e me encarar. Sua expressão de horror e medo foi de me quebrar o coração.

- Levem ele..... não quero uma aberração em minha casa... - ela disse fria e eu comecei a chorar.

- Mas omma......

- Levem AGORA!! - os dois homens me agarraram e me levaram para a viatura. Enquanto eles saiam do meio fio, pude ver minha omma cair de joelhos e chorar. Eu gritava por ela, mas ela não me ouvia.....

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Já na delegacia, enquanto os oficiais conversavam, eu encolhi e fugi. Passei um ano e pouco morando nas ruas, assim aperfeiçoei minha habilidade: descobri que podia encolher e aumentar outras coisas, como fiz certa vez com um pão para que ele durasse mais tempo. Até que um dia, eu estava me preparando para dormir quando fui acertado na cabeça e.....

~Flashback off~

-..... vim parar aqui. - terminei de contar a história enquanto ele fazia anotações. Podia me sentir com os olhos marejados.

- É uma história impressionante, Hongjoong. Nós vamos treinar essas suas habilidades com os outros.

- Outros? Como assim outros?

- Você irá descobrir em breve. Mais alguma pergunta?

- Como devo chamar você?

- Me chame de pai.

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