KQ Academy • Temporada 1

6 - Jung Wooyoung

~Wooyoung On~

   Mas que merda que tá acontecendo?
   Por que diabos eu tô preso?
   Cadê a Judite e por que ela não me tirou daqui ainda?

   - Você me parece confuso, garoto.

   Abro os olhos assustado com o tom da voz, não parecia humano. Havia uma pessoa mascarada, com uma daquelas máscaras de gás. Que sinistro.

   - Tá legal, já me assustou, agora por de me tirar daqui? - já tô começando a perder a paciência.

   - Qual o seu nome?

   - Jung Wooyoung - as palavras saíram como que com vida própria. - Mas que diabos você tá fazendo comigo?

   - Idade?

   - Tenho 11 anos - novamente elas saem sem mais nem menos. - Dá pra me falar o que tá acontecendo aqui?

   - Ainda não.

   - Eu exijo que você me conte. AGORA.

   - Olha garoto, sei muito bem que você está acostumado a ter as coisas que quiser e na hora que quiser, mas aqui não vai ser assim. - olho profundamente para aquela máscara com a melhor cara de bravo que eu consigo fazer.

   - Er.... você por algum acaso quer fazer cocô?

   - É O QUE? - Respondo mais rápido e mais alto do que eu imaginava. Mas mereço uma coisa dessas?

   - Deixa pra lá. Me conte o que aconteceu.

  ~Flashback On~

   Lá estava eu, um lindo bebê no berço. Aish, como eu era lindo. Ainda sou né, mas isso todo mundo já sabe.

   Minha omma estava cantando para mim, meu appa estava sentado ao lado dela, e a Judite (a empregada) tava lá babando por mim. Como eu lembro disso? Filmagens de camêras de segurança que tinham na casa. Quando se é rico e importante é assim, tem que se preocupar o tempo todo.

   Mas continuando minha história, estava tudo bem até minha omma me fazer rir, eu ri tanto que algumas coisas da prateleira que tinha no meu quarto, caíram no chão. Com o susto, eu soltei um grito que fez as janelas quebrarem. Minha omma, bem, elas ficaram maravilhadas com o que aconteceu, a omma dizia repetidamente "meu filho é especial" (como se eu já não fosse sem poderes). Já meu appa.... Ele entrou em desespero, disse que isso chamaria ainda mais atenção de bandidos e pessoas do mal. Minha mãe convenceu ele que não havia problema nenhum com isso tudo. Mas acontece que ele estava certo.

   Os vizinhos depois de um tempo começaram a reclamar do barulho de vidro quebrando, ou quando o vidros de OUTRAS casas quebravam, ou quando todas as luzes da rua explodiram, já deu pra entender o caos né?

   Aconteceu que um dia, um vizinho ameaçou a gente, dizendo que chamaria "forças especiais" para cuidar de mim. Pois é. Ele chamou mesmo. Uma noite quando os dois estavam apenas sentados no meu quarto, me vendo dormir e a Judite já tinha ido pra casa, um cara entrou, atirou nos dois, me pegou e levou para um laboratório. Lá eles começaram a me treinar, a usar meus poderes de formas diferentes. Foi bem Stranger Things.

   Assim se passaram 10 anos e pouquinho. Como eles me treinavam constantemente, me tornei mais forte e assim usei meus poderes para sair daquele lugar que não tinha classe nenhuma. Arrepia só de lembrar da imundice de lá. Ugh.

   Quando saí só conseguia pensar em voltar pra casa e tomar um banho de banheira bem relaxante. Era impossível esquecer que meus pais estavam..... mortos. Usavam as gravações como um estímulo para mim. Pelo menos ainda tinha a Judite. Eu acho.

   Dei três passos na rua e BAM. 

  ~ Flashback Off ~

 
   - Vim parar nesse buraco do inferno.

   - Então não foi você que os matou....  - ele disse um tanto pensativo, encostando na cadeira e abaixando a cabeça levemente.

   - O que? Claro que não. Quem mataria os próprios pais? - ele levantou a cabeça e ficou tenso.

   - Você não faz idéia do que os outros possam ter passado Wooyoung. - eu congele por um momento pelo modo como aquela frase naquela voz robótica me atingiu. Mas....

   - Peraí, peraí, peraí. Você disse outros? - Ele respirou fundo e relaxou um pouco antes de responder.

   - Você achou mesmo que era o único escolhido? Adivinha, você não é a única pessoa desse país com habilidades especiais. - Ah pronto. Obrigada moço por acabar com a minha auto estima. Mentira, tenho um estoque grande.

   - Espero que você pelo menos tenha escolhido pessoas de alta classe, não sou obrigado a viver com plebeus.