29 - Trauma (Seonghwa)

499 94 31
                                    

~Seonghwa On~

   Estou na em uma sala que tem apenas duas cadeiras.
   Ok.

   A única outra pessoa aqui é o homem que me trouxe.
   Ok.

   Já estou a 15 minutos aqui e o homem ainda não apareceu.

   Passados mais alguns minutos a porta se abre e o homem entra. Eu permaneço imóvel e fico com uma expressão neutra.

   - Olá, Seonghwa. - Eu permaneço quieto enquanto ele se senta na cadeira em minha frente. - Como está se sentindo? - Continuo impassível, e isso faz um sorriso malicioso surgir em seus lábios. - Bom, vamos falar sobre seu passado, tudo bem por você?

   Não diga nada.
   Mantenha se sobre controle.

   - Pelo o que me contou, sua mãe morreu não foi? - Flashes da minha mãe passam pela minha cabeça. O sorriso dela, a risada, as lágrimas... se controla. - E foi tudo porque você saiu escondido para ir fazer um trabalho de escola no lugar de ficar lá com ela, estou certo? - A imagem da minha mãe sem vida caída no chão chega. Eu seguro a vontade de chorar.

   O homem desviou o olhar para o homem que me trouxe aqui fazendo um sinal com a cabeça.
   Isso não parece bom.

   O mesmo se retirou e aquele sorriso no rosto de KQ aumentou.
   Isso realmente não vai ser bom.

   O homem volta carregando uma cadeira seguido por outros dois que arrastavam uma pessoa.
   O medo dela me atinge.

   Isso não va i acabar bem.
   Essa pessoa não vai sair com vida daqui.

   Eles prenderam ela na cadeira.
   Ok.

   Os outros dois homens saíram da sala.
   Ok.

   O primeiro homem tirou uma arma do cinto.
   Eu preciso sair daqui.

   O saco que escondia a identidade daquela pessoa foi retirado.
   ...

   - Se lembra dele, Seong? - Eu permaneço quieto. - É seu amigo da escola. Lee Taeyong, não é? Aquele que fez aquele trabalho com você na noite em que sua mãe morreu. - Eu encaro o meu ex colega. O medo, o desespero... está quase sufocante. Sinto uma culpa chegar até mim no momento em que lágrimas brotam em seus olhos.

   O primeiro homem vai para trás de Taeyong.
   Ele quem me chamou para fazer o trabalho...

   A arma está agora apontada para a cabeça dele.
   Eu não estava lá para ajudá-la...

   KQ se levantou, gostando da cena.
   Ela poderia estar viva.

   Ele faz um sinal para que eu me levante também.
   Eu não estaria aqui.

   Taeyong fecha os olhos começando a chorar.
   É tudo culpa dele.

   - Você já sabe o que terá que acontecer aqui? - Neutro. Impassível. Sob controle.

   - Você deve matar um deles. - Ela estaria aqui, estaria bem.

   - Se não fizer isso, os dois vão morrer. Então para salvar alguém, você deve escolher.

   Eu encaro o homem.
   Medo, preocupação, amor.
   Para aceitar, sua família foi ameaçada.

   Eu sinto a raiva crescendo.
   Eu invado a mente dele.
   Mais que emoções.
   Memórias.

   Raiva, horror.
   O medo.
   Ele perde o controle.
   Taeyong está morto.

   Tristeza, angústia, dor.
   Minha mãe caída.
   Ela sentia isso.

   As lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto.
   Ela está morta.

   O homem leva a arma até a própria cabeça.
   Ela está morta.

   A arma é carregada.
   Morta....

   O homem está caído com uma poça de sangue em volta de sua cabeça.
   A cabeça de Taeyong está caída para frente sem vida.
   Eu caio de joelhos.

   Eu perdi o controle.
   Eu deixei que ele mexesse com a minha cabeça.

   Mortos.
   Estão todos mortos.

   Algo é aplicado em meu pescoço.
   Mortos...

   Eu apago.


~~//~~

   Acordo mas não abro os olhos.
   O que aconteceu?

   Não me lembro.
   Talvez...

   Abro os olhos, estou no quarto.
   O treinamento.

   Minha mãe novamente volta a minha cabeça.
   Eu matei aqueles homens.

   Eu me levanto.
   Eu matei...

   Hongjoong está deitado.
   Dor.
 
   Não se intrometer.
   ...

   - Joong, você está bem? - Ele abre os olhos lentamente. Ele estava chorando.

   - Estou bem. - Ele se senta.

   - Não está. Sei que não. - Ele me encara. A culpa aumenta. Lágrimas surgem.

   - Eu matei minha mãe. - Minha mãe...

   Eu matei minha mãe?
   Controle.... mantenha o controle...

   Eu o abraço.
   Ele chora.

   - Está tudo bem. - Eu sussurro. - Fique calmo. Descanse. - Ele para de chorar e se deita novamente. - Durma. - Os olhos dele se fecham e ele adormece com uma expressão leve.

   Eu ajudei ele.
   Eu não consegui ajudar a mamãe...

KQ Academy • Temporada 1Onde histórias criam vida. Descubra agora