35 - Apoio

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~Jongho On~

   Eu acordo já em minha cama, ainda me sentindo um pouco zonzo. Eu demoro um pouco para abrir os olhos, uso esse momento para digerir tudo o que aconteceu, mas ainda não acredito que tudo não passou de um pesadelo. Quando abro meus olhos vejo Mingi sentado do meu lado me olhando preocupado. Assim que ele vê que acordei, ele dá um pequeno sorriso.

   - Bem vindo de volta cara. - Ele tenta parecer relaxado, mas percebo que ele também está abalado. Será que todos passaram pelo o que eu passei? Eu me sento na cama com apoio dele. - Como está se sentindo? - Ele pergunta pegando um copo de água que estava no criado mudo e me oferecendo o mesmo. Eu olho para o rosto dele, para aquelas olheiras que indicavam que ele esteve chorando e muito. Eu pego o copo e sou um gole na água.

   - Minha cabeça está doendo um pouco... - Eu termino a água de uma vez e coloco o copo no criado mudo. 

   - Eu posso procurar um remédio se você quiser... - Ele se prepara para levantar mas eu seguro seu braço.

   - Eu... - Eu o olho nos olhos, vendo aquela dor que ele tenta disfarçar, então eu o abraço. Ele parece surpreso mas depois retribui o abraço. De alguma forma, o calor do corpo dele é reconfortante, o fato de eu ter um amigo comigo naquele lugar... antes que eu perceba, estou chorando de novo. Ele começa a acariciar minha cabeça enquanto ele mesmo começa a chorar. Ficamos assim por um tempo, apenas nos lembrando de que temos um ao outro aqui dentro, que temos em quem nos apoiar quando ficarmos mal. Quando nos acalmamos, nos separamos e ele suspira olhando pela janela.

   - Eu espero de verdade que isso tudo acabe logo. A gente precisa tirar logo o San daquele lugar. - Eu concordo e me lembro de algo que aquele homem me falou.

   - Quando aquele babaca chegou na minha sala, ele parecia muito satisfeito consigo mesmo, parecia ter conquistado algo. Eu acho que algum dos meninos tentou fazer algo. - Ele se vira para mim novamente,pensativo.

   - Se ele seguiu a ordem das apresentações, antes de você foi o...

   - Wooyoung. - Eu termino e me levanto. - A gente precisa ver como ele está. - Ele concorda com a cabeça e seguimos em direção ao quarto dele.


~Wooyoung On~

   Eu acordo já em meu quarto. Abro os olhos devagar e olho em volta. Por algum motivo, eu esperava ver alguém ali comigo. Nesse momento uma sensação de completa solidão me toma sem que eu possa conter e fico ali apenas encarando o teto. A Juditi era a única que eu tinha esperanças de estar bem, a única que eu procuraria quando saísse desse lugar... e agora ela está morta. É como se tirassem de mim o único pilar que me apoiava para seguirem frente... Eu escuto a porta se abrir e me sento rapidamente esperando ver algum dos meninos, mas me deparo com ninguém mais que aquele homem escroto.

   - SEU... - Eu tento fazer ele bater contra a parede, mas só então eu percebo que estou com aquela maldita coleira que anula as habilidade. Ele adentra mais o quarto fechando a porta e então sorri para mim. - Eu matei você....

   - Ah, meu caro Wooyoung, você deve me achar muito burro para não preparar para você. Você é todo esquentado e tem uma habilidade incrível. - Ele chega mais perto e se senta nos pés da minha cama parecendo totalmente confortável. - É claro que eu tinha que tomar cuidados especiais com você e essa sua personalidade. Então, com ajuda de alguns amigos, eu fiz um android igual a mim para me substituir na sua vez. Enquanto ele agia, eu estava dentro da cabine controlando ele e te assistindo. Genial não acha? - Eu tento avançar contra ele, mas percebo que estou preso na minha cama com algumas correntes. - Eu devo acrescentar que você se saiu muito bem salvando ela, mas, use isso como aprendizado, você deveria ter checado se a área lá fora estava segura antes de simplesmente mandar ela sair correndo. - Ele se levanta para sair, mas antes me encara uma última vez. - Perceba que tudo o que estou fazendo é para deixar vocês mais espertos e fortes, então não fique com raiva de mim, um dia você irá me agradecer.

   - Ah claro, eu com certeza vou agradecer a você por acabar com a minha vida. - Ele sorri e se vira. Na porta, ainda de costas, ele para.

   - Aliás, você tentou me matar. Não pode esperar sair impune disso. Você vai ficar preso aqui por dois dias, vou pensar se vou te alimentar ou não. - Então ele deixa o quarto batendo a porta. Eu me deito novamente e como em reação ao o que ele acabou de dizer, minha barriga ronca. Era mesmo tudo o que eu precisava agora.

  

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