5 - Song Mingi

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~Mingi On~

Acordei sentindo uma baita dor de cabeça. O merda. Estava preso a uma cadeira. Meu pai me prendeu de novo?

- Olá, criança. - o homem mascarado sentado a minha frente tinha uma voz robótica, modificada. Legal.

- Eai. - o homem pareceu meio surpreso com a minha reação.

- Não está assustado por estar aqui? - Ri da cara dele.

- Nem um pouco. Você deve ser mais um cara que meu pai contratou pra tentar me matar, não é? Já vou avisando, não vai dar certo. Eu sou um pouco..... diferente das outras pessoas - dou um meio sorriso sarcástico.

- Não se preocupe, não fui contratado por ninguém, e não tenho intensão de te matar. Quanto às suas habilidades especiais, estou muito bem ciente delas, mas obrigada pelo aviso.

Fiquei realmente surpreso. Ele nem está assustado. As pessoas normalmente ou querem me matar, ou fogem de mim.

- Tá. Então o que eu tô fazendo aqui? - Senti que o homem sorria.

- Você é o mais novo membro de minha.... família. Pode me chamar de pai se quiser.

- Não, obrigado - respondi mais rápido e mais rígido do que pretendia. Agora já foi.

- Certo. Vamos começar pelo básico. Qual o seu nome?

- Song Mingi - escuto as palavras saindo de minha boca sem ao menos eu pensar em falar. Sinto uma coleira em meu pescoço, deve ser isso. Legal.

- Okay, e quantos anos você tem?

- Eu tenho 12.

- Okay. - Ele anota numa prancheta que está ao seu lado. - Me conte sua história, Mingi.

~Flashback On~


Desde pequeno, eu me sentia diferente das outras crianças. Sei lá, só me sentia diferente.

Não é como quando você é excluído e se sente diferente por isso. Não. Eu tinha amigos. Eu me sentia..... mais.

Também me lembro de por toda minha existência tomar um chá horrível seja do que era, só sei que era horrível e eu tinha que toma-lo todo santo dia. Era uma droga.

Mas um dia a erva usada tinha acabado e meus pais surtaram porque aparentemente o fornecedor deles tinha morrido. Eu não entendi nada, pra que tudo aquilo por uma simples erva que dava origem a um chá horrível? Zero necessidade.

as coisas começaram a ir pra merda.

Depois de uma semana sem o chá, eu estava me sentindo.... bem. Ótimo na verdade. Nunca me senti tão disposto e cheio de energia quanto naquele momento. E isso aparentemente era um problema, pois fui trancado pelo meu pai em uma cabana de madeira no meio da pequena floresta que tinha no nosso quintal. A pior parte era que eu comia sopa dentro. E minhas batatas fritas?

Certa noite, acordei no meio de um sonho muito estranho sobre morcegos que cuspiam alfaces que explodiam e senti um baita cheiro de fumaça, mas estava extremamente forte. Quando abri os olhos, percebi que tudo em minha volta estava pegando fogo, menos.... menos eu. Comecei a gritar até que meu pai saiu e foi apagar o fogo. Ele me olhava assustado e minha mãe parecia que via uma aberração. E eu achando que eles ficariam preocupados comigo caso eu quase morresse. Que ilusão.

E assim se seguiu mais 3 semanas. Ele me prendia, tudo queimava e cada vez mais eles me tratavam como um monstro.

Com o tempo, meus pais chamavam pessoas pra me verem. Médicos, cientistas, padres, e até uma mulher que eu achei muito parecida com uma bruxa. Sempre que me examinavam, ficavam apavorados e fugiam. Então meu pai recorreu a uma opção um tanto... radical. Ele enviou alguém para me matar.

Quando me senti ameaçado por aquele homem, senti medo e foi como um calor me atravessasse inteiro em resposta a isso, quando percebi, o homem estava em chamas. Assustador né? Foi que percebi que o fogo saia de mim.

E assim se seguiu. Meu pai contratava novos homens, eles me levavam até pra lugares diferentes um dos outros, eles merecem um ponto por isso. Eu matava cada um deles, mas de jeitos diferentes, claro. O mais legal com certeza foi quando eu o queimei de dentro pra fora. Foi demais.

~ Flashback Off~

- Agora tô aqui, espero mesmo que não tente me matar também, isso me enche o saco.

- Como disse anteriormente, não tenho interesse em te matar. Vamos, vou te apresentar aos outros.

- Bom, pelo menos não vou estar sozinho nesse possível inferno.

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